sexta-feira, junho 29, 2007 

ESCLARECIMENTO DA DIRECÇÃO DO PÚBLICO

Caro Provedor

Em resposta às várias críticas que nos chegaram relativamente ao passatempo "Os 7 horrores de Portugal" esclareço, antes de mais, com o texto que publicámos na Net e que serve de epígrafe ao dito passatempo, intitulado "A selecção possível":

"A lista de 58 candidatos a horrores arquitectónicos que o PÚBLICO aqui apresenta foi realizada graças aos contributos de sete especialistas contactados pelo jornal. Esses especialistas foram Ana Vaz Milheiro, crítica de arquitectura do PÚBLICO; Jorge Figueira, crítico de arquitectura do PÚBLICO; Ricardo Carvalho, crítico de arquitectura do PÚBLICO; Manuel Graça Dias, arquitecto e professor universitário; Alexandre Alves Costa, arquitecto e professor universitário; José Sarmento Matos, historiador da arte e olissipógrafo; e Walter Rossa, arquitecto e historiador de arquitectura. Pediu-se a cada um deles que nos enviasse propostas de edifícios a incluir nesta votação, com vista à elaboração de uma lista comum, que pudesse representar o sentimento (idealmente) de todos os especialistas ou, pelo menos, da maioria deles. Aconteceu, porém, que não foi possível construir uma lista consensual nem de escolha maioritária – o que demonstra a paixão dos sentimentos que questões deste tipo suscitam.Perante essa impossibilidade, o PÚBLICO decidiu reunir numa lista todos os edifícios indicados por cada um dos especialistas contactados – sem excepção. Pelas razões indicadas acima, é claro que esta lista não pode ser considerada nem uma escolha do grupo de críticos, nem uma escolha de nenhum deles em particular. Há aqui edifícios que foram indicados como candidatos por apenas uma pessoa, outros por mais. Mas sublinha-se que nenhum dos críticos contactados se revê nesta selecção. Apesar disso, o PÚBLICO decidiu avançar para a votação, deixando a última palavra aos leitores. Não existem nesta lista quaisquer edifícios escolhidos pelos jornalistas do PÚBLICO.É evidente que esta escolha não pretende ter um cariz científico nem representar a escolha da população portuguesa – todos sabemos como funcionam as votações na Internet, que estão sujeitas a manipulações por parte de grupos empenhados. Esta votação tem um carácter lúdico e não visa senão suscitar uma discussão sobre a arquitectura e a qualidade da paisagem urbana e da vida nas nossas cidades."

A isto gostaria de acrescentar o seguinte: não foi pedido a nenhum dos especialistas contactados que seguisse nenhum critério em particular, nem foi pedido a nenhum que explicasse qual o seu critério, pois é sabido que neste tipo de escolha interferem elementos de gosto de difícil justificação. A lista, repete-se, não pode ser atribuída nem ao conjunto de especialistas nem a nenhum deles porque não é obra nem do grupo nem de um elemento do grupo: é um misto das duas coisas e, por essa razão, não pode ser atribuída a um autor. É um "cadáver esquisito", para usar uma expressão que vai certamente enriquecer o debate e um "cadáver esquisito" que não foi assumido como obra colectiva.

O PÚBLICO decidiu, apesar disso, assumir ele próprio esta escolha, porque nos pareceu que o método seguido era virtuoso. A responsabilidade de publicação desta lista é, pois, apenas nossa, do PÚBLICO.

Quanto à vaga de indignação causada pelo inclusão de um dado estádio, apenas posso dizer (sem grande esperança de ser ouvido) que essa escolha não obedeceu, como é fácil a uma pessoa desapaixonadamente verificar, a qualquer razão que tenha a ver com o clube, mas com o edifício em si. A escolha é criticável? Sem dúvida. Merece indignação? Discordância talvez, indignação não.

É evidente, por outro lado, que a paixão que o caso suscitou, também nos rivais do dito clube, deu origem a uma votação em massa que retira qualquer sentido ao número de votos deste edifício em particular. Mas, como se dizia acima, esta iniciativa é um passatempo e nada mais do que isso. Não é representativo de nada, mas apenas uma maneira, esperávamos nós, de passar o tempo e de alimentar uma discussão que supúnhamos poder ser interessante, sobre a qualidade arquitectónica em Portugal. Enganámo-nos."

José Vítor Malheiros - Director Executivo - PÚBLICO

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 38

Exmo. Sr.
Eu tenho uma amiga minha que é lindíssima. Isto não é apenas a minha opinião, mas pelo menos a de todas as pessoas com quem já partilhei juízos de valor sobre a beleza desta minha amiga. A unanimidade no atributo é geral, entre homens e mulheres, comunistas ou fascistas, velhos e novos.
O facto de não haver ninguém que a considere feia, ou até medianamente bonita, ou ainda absolutamente normal, levou-me a acreditar que, de cada vez que partilhava um momento e um espaço com ela, eu estava perante uma manifestação de um valor absoluto, i.e., a minha amiga era o próprio conceito de beleza.
Porém, após ter chegado a esta conclusão extremamente empírica, fui levado a reflectir sobre a fealdade absoluta. Se existe a personificação de beleza, existirá também concerteza a personificação de fealdade, seja ela aplicada a uma pessoa, a um animal, a uma planta ou a uma manifestação urbanística, plástica, sonora, artística em geral. É neste ponto que surge o vosso concurso "7 Horrores de Portugal".
Tive a oportunidade de ler, com boa disposição, os comentários existentes no seu blog relativos ao concurso referido. Nessa leitura diagonal saltou-me à vista a indignação com que os adeptos sportinguistas reagiram à simples presença do Estádio Alvalade XXI na lista dos possíveis "7 Horrores de Portugal". À primeira reacção, ainda a frio, pensei "quem ama o feio, bonito lhe parece", contudo, ao constatar que no caso da minha amiga o inverso não se verifica, ou seja, pessoas que a odeiam não a acham horrível, ou pessoas que não têm uma simpatia particular por ela, também não a acham absolutamente normal, tentei perceber o porquê de tanta indignação.
Neste ponto, imaginei-me em plena hora de ponta, preso no viaduto do campo grande, no sentido Aeroporto - Torres de Lisboa, com o sol a subir lentamente para se prestar a Sul, iluminando de bandeja aquela.... manifestação.
É horrível! Dizer que é feio é simpático, o estádio é um excelente candidato a encabeçar os "7 Horrores de Portugal". Aliás, se me abstrair um pouco e recuar ao final de 2003, quando o estádio foi inaugurado, posso concluir que a simples construção deste monstro foi (e ainda é) responsável pela crise em que o nosso país mergulhou.
Se não, reparem: Em Lisboa, área metropolitana entenda-se, vivem e trabalham cerca de 2 milhões de pessoas, talvez um pouco mais. Desses 2 milhões de pessoas, uma fasquia considerável foi já sujeita ao cenário de horror que descrevi num parágrafo acima, i.e., estar preso no viaduto do Campo Grande e invariavelmente o cérebro levar-nos a visão até à ilustração maquiavélica, dantesca, qual Hagar, o viking horrível, que o estádio Alvalade XXI proporciona democraticamente a todos que por lá passam. Retirando os alguns adeptos sportinguistas, que eu acredito mesmo que sofram de uma distorção do belo proporcionada por uma experiência extremamente dolorosa (a visão do estádio) em simbiose com a manifestação de afectos à instituição (daí o "quem ama o feio bonito lhe parece"), e como tal são incapazes de estabelecer um juízo estético imparcial, todos os restantes e infelizes sujeitos sofrem com a experiência. A simples exposição à fealdade extrema do edifício provoca, no comum dos mortais, manifestações violentíssimas que vão da simples enxaqueca ao acidente vascular cerebral. Esta indisposição provoca, na população activa, um período de convalescença que, por sua vez, implica um déficit de produtividade nesses indivíduos que involuntariamente se sujeitam a esta exposição traumática.
De facto, desde que o estádio foi inaugurado, tivemos um primeiro ministro que pediu asilo político em Bruxelas, seguido de um entertainer catastrófico, que por sua vez deu lugar à cortisona da política, que tal como a droga, sabe mal, dói, resolve um problema mas provoca uma infinidade de novos problemas.
Parece-me claro então, o silogismo:O estádio Alvalade XXI é horrível. A exposição ao horror provoca alterações produtivas. Logo o estádio Alvalade XXI provoca o déficit de produtividade no nosso país.Contudo, não podemos generalizar o estádio Alvalade XXI como o conceito de feio. De facto, se a minha amiga é a beleza, a realidade é que há pessoas que não consideram o estádio Alvalade XXI horrível. A esse nível eu colocaria o antigo jogador do Beira-Mar, Lobão, ou ainda o ex-candidato a primeiro ministro de Portugal, Ferro Rodrigues, em competição feroz pela primeira posição com o Mariano Gago. Quanto a estes três indivíduos, posso aferir que na sala onde me encontro, existe total unanimidade em considerável não feios, mas simplesmente horríveis (o que não é difícil, visto encontrar-me sozinho).
É, no entanto, e de acordo com o raciocínio postulado, responsável (o Alvalade XXI) por uma parte dos fracos rendimentos que a generalidade da população aufere. E o problema é que não é o único, se não vejamos a brutalidade bárbara da politica de urbanização das freguesias do Cacém, Massamá, ou na generalidade dos concelhos da Amadora, Vila Franca de Xira, Odivelas, Loures, ou Almada. Parece de facto impossível entrar em Lisboa bem disposto.
Mesmo assim, para quem entrar em Lisboa distraído, tem sempre a oportunidade fantástica de entrar no espírito do país, bastando para isso ligar o rádio ou ler o jornal, empanturrando-se de más notícias.
Serve tudo isto para dizer apenas, que a minha amiga é lindíssima, como estou certo que concordaria caso tivesse a oportunidade de apreciar a figura em causa, e uma vez que não pago nada por partilhar a minha opinião consigo, envio-lhe este texto, com a maior consideração.
Despeço-me com amizade / Aquele abraço (Riscar o que não interessa)
A. Carvalho

quinta-feira, junho 28, 2007 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 37

Ex.mo senhor Provedor,

Antes mais quero referir que, como engenheiro civil, fiquei bastante impressionado pelo facto de o Público ter tido esta iniciativa, o que demonstra por si só, coragem em colocar a discussão um assunto que, a muitos de nós portugueses, é motivo de vergonha e embaraço. Falo naturalmente do parque urbanístico que prolifera no nosso País. No entanto, se quanto à forma não tenho dúvidas já o mesmo não posso afirmar quanto ao conteúdo, no qual discordo totalmente quanto ao critério utilizado para a elaboração desta famigerada lista!
Aqueles que elaboraram a lista não o fizeram de certeza em consciência. E isto porque, conhecendo eu o trabalho de algumas dessas pessoas, não acredito que pudessem em consciência eleger trabalhos de outros colegas sem ter, no mínimo, como referência o seu próprio trabalho. Acredite sr. Provedor que se fosse possível colocar neste sítio fotografias das obras de alguns deste senhores (por ex. Manuel Graça Dias e Alexandre Alves Costa) de certeza que até os próprios votariam nelas. Identificar como "horror" um monumento representativo da história e da identidade do nosso país não augura de certeza boas perspectivas no que toca ao desenvolvimento sustentado do urbanismo em Portugal, ainda para mais quando, e infelizmente, cabe a estas mesmas pessoas a aplicação prática dos conceitos de estética que neste caso tentam adulterar.
É de facto uma pena que não seja possível fazer-se um debate sério e HONESTO acerca destas questões.

Com os melhores cumprimentos,

Ricardo Jorge L.

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 36

Carissimo Provedor,
Quando olhei nem queria acreditar no que os meus olhos tinham pela frente.
Não concebo, como um jornal de renome como o vosso se preste a brincadeira de tão mal gosto.
OS 7 HORRORES. Com que direito, com que lógica abandalham o nome de MONUMENTOS NACIONAIS como o Bom Jesus de Braga?o qual tiveram o bom senso de retirarem da lista. O ESTÁDIO DE ALVALADE ?(ALVALADE XXI) entre outros, é indigno não só para o clube como para os adeptos e não adeptos, tal como o meu caso, embora seja simpatizante do SCP e apreciadora da forma imaginativa e fora do vulgar como foi concebido esse estádio.
Penso que estão a mexer numa mina muito poderosa e que estará prestes a rebentar,então o Santuário do Sameiro, Braga também é um horror? uma das maiores belezas de Portugal, leva-me a crer que quem fez este trabalhinho só conhece Portugal através de postais ilustrados e mesmo assim devem ser dos de pior qualidade. Peço-vos que retirem imediatamente essa invenção de tamanha falta de gosto, para publicitarem vosso jornal que como muitos outros, está condenado a desaparecer do mercado e assim estão a acelerar tal acontecimento.
Gostaria de saber quem foi a inteligência que teve tal rasgo para programar estes HORRORES?Por acaso não vos passou pela cabeça o que esta vossa brincadeira poderá provocar pois não?Vou tentar de tratar de que tudo isto acabe antes de começar e preparem-se que vosso jornal já há muito tem os dias contados, só agora ficaram bem mais curtos,podem crer.
Isto não passa de uma previsão minha, mas com esta machadada, foi o golpe de misericórdia. NUNCA SERIA LEITORA DESSE VOSSO JORNAL.
Almerinda Amaral - Lisboa

PS- Deveriam inserir vossas instalações, as quais eu desconheço, porque aí sim eu iria votar.Tristes ideias este nosso povo tem, em vez de tentarem elevar o que de menos bom temos no nosso país, não senhor, toca a menosprezar.
Não encontraram nada de melhor para fazer lembrar aos leitores, que o vosso jornal ainda existe?Reconheço que existem no nosso país muitos horrores, mamarrachos, melhor dizendo, mas vocês abusaram.
Mas o Bom Jesus de Braga, o Sameiro, Braga, Santa Luzia, Viana do Castelo, Faixa central do parque Eduardo VII, Lisboa, para cúmulo dos cúmulos o Estádio José de Alvalade(ALVALADE XXI).
Como podem chamá-los de horrores? Reconheço que a beleza dele está mesmo por ser fora do vulgar, para mim o mais belo estádio é o de Braga.
Acredito que quem programou esta brincadeira de mau gosto, nunca correu mundo, eu já conheço alguma coisa, embora nada comparado com tudo quanto gostaria de conhecer, há muito monumento aqui que nada tem de mamarracho quanto mais de horror.
Peço e agradeço que façam uma revisão e reconsiderem porque pelo que me foi dado ver já retiraram o Bom Jesus de Braga.
Ao manterem o Estádio José de Alvalade, cuidado entraram em sua casa sem pedir licença, isso é uma afronta a qualquer adepto/cidadão. Aqui fica mais um alerta.

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 35

Acho muito mau o facto de terem escolhido o estádio josé alvalade para um dos 7 horrores arquitectónicos...
Estamos a falar de um estádio de futebol, não é uma ópera!
Os vossos especialistas deixam um pouco a desejar. Aliás essa vossa selecção foi feita de forma quase arbitrária. Ainda p'ra mais esqueceram-se de edifícios construidos sem autorização como em viana do castelo junto ao rio lima (uma torre no meio de edifícios de 4 andares...), esses é que são horrores.
Cumprimentos,
Pedro Pêgo

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 34

Caro provedor,
Bom dia.
Antes de mais, peco deculpa pela falta de acentos ou cedilhas, mas este teclado nao as utiliza claramente.
Nao resisti. Tentei, mas nao resisti a comentar todos os comentarios indignados quanto a iniciativa "horrores de Portugal" e sobretudo ao estadio Jose Alvalade XXI.
Nao achando a iniciativa particularmente feliz, porque negativa ja e a situacao economica e o tempo... devia-se tentar incentivar consideracoes positivas, acho extrememente interessante todas as pessoas que estao indignadas ao ponto de o expressar nao porque o estadio enquanto obra arquitectonica esta a ser criticado, mas sim porque, por extensao, consideram que o Sporting Clube de Portugal esta para votacao como um dos horrores de Portugal.
E um aspecto importantissimo das capacidades interpretativas da nossa populacao, da forma como as intencoes do projecto e os objectos do mesmo foram interpretados por (ate agora 30) portugueses. e pensar que 30 deram a cara. Uma maior quantidade estara no silencio.Nao tomarei mais do seu tempo.
A bem dizer... so me apetecia partilhar isto com alguem.
Com os melhores cumprimentos,
Maria Cardoso

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 33

A propósito da iniciativa do Público de eleger os 7 Horrores de Portugal, tendo incluído na lista o Estádio José Alvalade, devo dizer que considero este tipo de "jornalismo" uma completa idiotice do mais baixo nível que até hoje testemunhei.
Não haverá em Portugal assuntos mais importantes para os cidadãos para serem tratados nas páginas do Público? Há tanta miséria neste país e o Público não é capaz de fazer mais do que denegrir uma importante instituição desportiva de Portugal e insultar os seus associados.
Esta palhaçada faz deste jornal um dos 7 Horrores de Portugal.
Tenham alguma vergonha.
Luís Teves

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 32

Considero de extremo mau gosto colocarem o estadio do Sporting como um dos 7 horrores de Portugal, é muito insensível para um jornal ter estas críticas e insultos a estádios que representam um clube, seja do que for.
Com tantos monumentos que se podem encaixar nos 7 horrores de Portugal tinham que ir fazer crítica a um estádio, principalmente o do Sporting. Considero muito baixo para um jornal, e exijo a remoção do estádio desta insignificante voltação ridícula que so rebaixa Portugal. E desde quando o Cristo Rei é um horror de Portugal? É um símbolo de Lisboa e que nos faz relembrar o descobrimento do Brasil e a oferenda de uma réplica do nosso ao Brasil, que é muito popular por lá.
É de extremo mau gosto e espero que façam o que é certo.
Cumprimentos,
T. S.

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 31

Exmo. Sr. Rui Araújo,
Venho, por este meio, protestar contra a iniciativa promovida pelo jornal O Público intitulada "7 Horrores de Portugal".
Sou leitor d'O Público há muitos anos e habituei-me a encarar este jornal como um produto de excelência, isento e honesto. Habituei-me sobretudo a encarar O Público como um veículo propiciador de novas ideias. Mas enfim, claramente vai já longe o tempo de Vicente Jorge Silva.
Espanta-me que, no lugar de promover novas ideias e discussões, O Público opte antes por ir a reboque de um evento organizado por outros e, mais grave ainda, o faça pela negativa.
Pasma-me, finalmente, a tacanhez que preside à escolha dos pretensos "horrores" que constituem o centro deste folhetim desprezível, e que culminam com a escolha do estádio José de Alvalade. Porquê? O vermelho é mais bonito que o verde? O betão armado é preferível aos azulejos? O Sporting Clube de Portugal é uma instituição centenária, com estatuto de utilidade pública, e que congrega o apoio e a simpatia de alguns milhões de pessoas neste país. A nossa indignação não será abafada!Impõe-se o fim desta grande palhaçada que O Público encenou, e um pedido de desculpas pela terrível falta de bom senso que aqui se manifesta. Se nada disto acontecer O Público perderá um leitor fiel e, concerteza, muitos outros que não poderão deixar de se revoltar contra esta manobra incompreensível.
Com os melhores cumprimentos,
Vasco David - Lisboa

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 30

Boa noite Sr Provedor.
Acho uma tremenda falta de respeito, e um acto tao baixo de um jornal conceituado como o Publico, aceitar o estádio Jose Alvalade XXI como um "horror" nacional para votação. Mesmo que não estejam directamente ligados ao assunto, acabam por ser culpados, por permitirem que o estádio lá esteja, nem sequer para votação deveria de lá estar. Tantas alegrias nos deu a Portugal aquele estádio, tais como o EURO 2004 e uma final europeia, um estádio onde actuaram Rolling Stones, U2, etc, e qual não é o meu espanto de ler esta tremenda falta de senso e respeito para com esta instituição.
Era vosso leitor assiduo, e como trabalho no estrangeiro, fazia os impossiveis para comprar o vosso jornal, a partir de hoje terão menos um leitor.
Fausto G.

quarta-feira, junho 27, 2007 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 29

Exmo Rui Araújo,
Venho, por este meio, expressar o meu repugno e a minha cólera em relação ao jornal Público, no que diz respeito a um evento ou votação, ou outro nome que aquilo possa ter, relativo a 7 horrores em Portugal. Em primeiro lugar considero que estar a erguer tal lista é claramente estar a fazer pouco com as pessoas responsáveis pelos empreendimentos em questão, sejam eles quais forem. Mas o que motiva a minha raiva está relacionado com o magnífico Estádio do Sporting Clube de Portugal. É de muito baixo nível incluírem um recinto como aquele numa votação como esta. O Sporting Clube de Portugal é uma instituição de utilidade pública, com mais de cem anos de história, com provas dadas, com reputação e prestígio; e que não merece de todo ser envergonhado desta maneira.Nenhum Sportinguista pode ficar, nem ficará calado com esta situação, que visa claramente sujar o bom nome do Sporting Clube de Portugal. Como já disse anteriormente a votação já é de si muito duvidosa, mas para ter um mínimo de imparcialidade devia incluir pelo menos os recintos do "muito amado" Sport Lisboa e Benfica e do Futebol Clube do Porto (não refiro outros porque estes são, naturalmente, os três grandes). Mas o Sporting Clube de Portugal é mal amado por muita gente, incomoda muita gente, e há muita gente que se dá ao luxo de gozar com o seu nome. E isto não pode ser admitido!! Como tal, só posso condenar esta escolha feita por parte dos responsáveis deste jornal, e irei fazer tudo o que está ao meu alcance para que os responsáveis do Sporting Clube de Portugal fiquem ao corrente desta situação e possam inclusive tomar medidas drásticas, sendo que o mínimo que eu considero aceitável é tão simplesmente a proibição de entrada no Estádio de Alvalade aos jornalistas do Público, bem como uma acção em tribunal.
M. Marques

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 28

Venho, por este meio, demonstrar o meu ultraje pela vossa lista dos 7 horrores de Portugal, nomeadamente a inclusão do Templo de Sta. Luzia em Viana do Castelo. Qualquer pessoa com dois dedos de testa e que realmente tenha visualizado ao vivo o Templo, poderá facilmente concluir que não merecia tal insulto. Apesar de ser completamente aceitável as mais diversas opiniões, penso que seria de bom tom, escolher com mais cuidado os itens dessa lista. Sei que nenhum elemento do Público foi usado para escolha dos itens e que foram usados críticos mas, meus Senhores tudo tem limites e esta situação é para além dos limites do Razoável. Por favor peço que façam uma revisão da lista, pois merece devido à reputação que o Público tem perante os seus leitores. E como Vianense, convido qualquer pessoa do Público a visitar pessoalmente o Templo e avaliar que realmente não se pode considerar um horror de Portugal.
Atenciosamente,
Rui Silva

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 27

Sr. Provedor Rui Araújo,
Sinto-me revoltado e indignado com a corrente votação que decorre sobre "Os 7 horrores de Portugal". Para além de ser uma ofensa a património português, é também um desrespeito a algumas facções nomeadamente aos sócios e adeptos do Sporting Clube de Portugal que se vêem representados pelo seu Estádio José Alvalade. Este estádio foi palco de uma final de uma competição europeia de clubes, situação única nos novos estádios portugueses. Este estádio recebeu recentemente os conceituados Rolling Stones, banda venerada por milhões. Este estádio é uma bandeira de um clube que não merece o desrespeito que tem vindo a sofrer ao longo destes últimos anos por parte da imprensa nacional.
Desta forma venho solicitar que esta votação seja imediatamente suspensa e/ou retirem o nosso estádio dessa mesma desrespeitosa votação.
Sem mais assunto.
Com os melhores cumprimentos ,
Bruno Amaral, sócio do Sporting Clube de Portugal

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 26

Gostaria que me esclarecesse qual o critério que presidiu à lista dos 7 Horrores.
Bem sei que existe um diferendo entre o Público e o Sporting Clube de Portugal, o que me leva a pensar que o Estádio de Alvalade ali se encontra devido a esse qui pro quo. Não que esteja em desacordo com o facto da escolha, já que cada um pode pensar como quiser. O que me surpreende é não constar ali o estádio da Luz que, do meu ponto de vista, não tem ponta por onde se lhe pegue em matéria de estética e arquitectura. Será que até nisto há clubite ? Ou a tal decisão judicial deixou tanta raiva que o jornal perdeu a objectividade ? Sendo eu um leitor do jornal on-line gostaria de saber se as minhas opções não estão a ser erradas e estou a perder tempo com quem não tem isenção.
Manuel Frazão

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 25

No vosso site é um crime por na lista o edifício do Cassiano, Cristo-Rei,Estádio Alvalade XXI, Sede da CGD, Amoreiras e muitos outros.
Os maiores atentados são mais ao nível do urbanismo e de infraestruturas do que edifícios em si.
Quanto a isso os seus autores são nada mais nada menos do que: tcharam!!!!Sim, isso mesmo, vê como até é inteligente e adivinhou: patos bravos e presidentes de Câmaras.
Para os míopes aqui vai uma ajuda:
1 - Praça do Martim Moniz + centro comercial mouraria, sim concordo;
2 - basicamente o algarve... quase todo (assim como assim qualquer dia o marfaz o seu trabalho de varrer aquilo);
3 - basicamente Amadora (bomba atómica);
4 - basicamente Cacém (outra bomba atómica);
5 - basicamente Queluz (ainda mais outra bomba atómica);
6 - basicemente os caixotes na vila de Sesimbra (Napalm em cima);
7 - basicamente os viadutos e viadutos e viadutos e viadutos, asauto-estradas as auto-estradas, pontes e pontes e pontes... que são um sinalde pseudo-desenvolvimento tecnológico deste país (quanto a isto nem combombas atómicas, só um autêntico tsunami).
Atenciosamente,
Sr. José Batista - Algarve

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 24

Caro provedor, aqui vai a minha queixa sobre a nova votação do site PÚBLICO.PT.
Quando a ignorância é fomentada pelos Media...
Chocava-me ouvir na rua "o Estádio Alvalade XXI é uma casa de banho" e pensava para mim:"isto tem a ver com preferência clubística e cada um tem o direito de dizer o que lhe apetece". Não vou pedir ao Zé Povinho que saiba o que é Pós-modernismo, nem vou dizer às pessoas na rua para não criticarem alguém a quem só conhecem as aventuras sexuais (aposto que desconhecem que o arquitecto do Alvalade XXI é formado pelo MIT). Mas quando arquitectos credenciados, conhecedores da realidade da arquitectura portuguesa, fazem escolhas destas é vergonhoso. Podia até dissertar sobre dor de cotovelo mas não vale a pena. Enfim não passa de uma brincadeira que dá pelo nome de 7 horrores de Portugal, mas é o meu querido PÚBLICO que está envolvido nisto, e por isso, não me posso calar. Choca-me que o PUBLICO.PT que diz no seu livro de estilo que se inscreve:" numa tradição europeia de jornalismo exigente e de qualidade, recusando o sensacionalismo e a exploração mercantil da matéria informativa e visando uma informação eficaz, atractiva e imaginativa", ceda a este tipo de joguinhos que só acabam por fomentar a desinformação, a informação superficial e acima de tudo faz com que os leitores façam leituras ignorantes de obras de arte. Nos sete horrores do mau gosto esta votação teria lugar.
Espero que o PÚBLICO.PT aceite a crítica (...).
Rui Antunes

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 23

Boa tarde, Sr. Provedor,
Como leitor diário, do Público on-line, e esporádico da versão em papel, foi com espanto que percorri a lista dos "nomeados" para a votação dos 7 horrores da arquitectura em Portugal. Ao ver a lista, confimei a máxima que o povo diz:"Se um crítico diz que é bom, é porque é mau. Se um crítico diz que é mau, é porque é bom".
Penso que para o Público, teria sido mais proveitoso, não fazer nada, do que tomar a iniciativa de promover este "concurso". Não havendo nenhum critério, como explicam, seria prefirível não fazer nada!
Como é possível terem sido selecionados o "Oceanário" ou o "Santuário de S. Luzia"? Como escolheram a ponte Europa em Coimbra, não deveriam também ter escolhido a Ponte Vasco da Gama? Se fosse possível teriam escolhido todos os centros comercias existentes?
A escolha dos críticos de arquitectura também parece-me ferida por juizos de valor, pois penso que seja incompreensível o facto de terem sido escolhidos 10 (aproxidamente 1/5 do total) espaços de culto religioso em 58 obras. Qual dos críticos é que é maçon?
Com os melhores cumprimentos,
Nuno Henriques

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 22

Exm. Sr. Rui Araújo,
Qual não foi o meu espanto, quando fui informado que o Estádio José Alvalade se encontrava na votação para os "7 Horrores de Portugal".
Claro está que vós, cientes de que iriam ouvir reclamações, descartam-se logo com desculpas dizendo que foi uma escolha individual dos "especialistas", eu não sei qual a sua responsabilidade no assunto, mas por impossibilidade de me dirigir a esses "especialistas", que peço-lhe que por mim os mande em bom português para a "p... que os pariu", se ficarem muito ofendidos e bom, para sentirem o mesmo que eu senti quando vi o nome do estádio do meu clube envolvido em tal votação.
Presumo que o vosso jornal tenha incluído o estádio na votação por causa da dor de "corno" que sentiram quando perderam em tribunal a disputa que tinham com o SPORTING por notícias falsas por voces publicadas como mais tarde ficou provado.
Se se sentiram ofendidos com o teor da carta ainda bem, porque era esse o objectivo, pois também eu me senti ofendido quando vi o estádio do meu clube do coração em tão asquerosa e estúpida votação.
Parabéns, ganharam um inimigo para o resto da vida, nunca mais comprarei o vosso jornal e incentivarei todas as pessoas a fazer o mesmo que eu.
Nuno Marques

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 21

Exmº Senhor director e Provedor,
Sou leitor do jornal Público que considero uma referência na vida quotidiana portuguesa.
Fiquei deveras surpreendido com a falta de rigor da votação que submeteram "os horrores de Portugal" aos leitores.
A escolha dos candidatos deveria ser feita só e apenas por especialistas e nao por vocês, apesar de se baserem em escolhas de especialistas. Continuem a fazer o vosso trabalho que o fazem na minha opinião muito bem, e não entrem noutros campos como, por exemplo, meterem-se a escolher horrores arquitectónicos quando não o sabem fazer.
A escolha que aqui aparece é completamente disparatada, sem nexo, sem critério, sem conhecimento da realidade, muitos mamarachos foram esquecidos etc etc. Pois, mas isto é subjectivo e temos de respeitar a vossa escolha e eu não sou também especialista da área.
A verdade é que este trabalho não tem rigor nenhum e não é digno do vosso jornal, ao ponto de na lista estar repetido o mesmo edifício sem você se terem apercebido, ou seja, fazem-no sem conhecimento rigorosamente nenhum, sem critério, jogando apenas nomes para cima da mesa ou porque lhes mostraram meia dúzia de fotografias e vocês, com base nelas, escolheram sem sequer se aperceberem que votaram ou escolheram duas vezes o mesmo edifício.
Chega-me este facto para pedir que retirem a votação do "ar" porque não têm competência na área e estão a julgar trabalhos de outras pessoas.
Obrigado pela atenção.
Os melhores cumprimentos,
António Ferraz

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 20

Caro Provedor,
Humildemente agradeço-lhes a rapidez do vosso feedback. Confesso que não esperava um retorno com tal celeridade.
Infelizmente, o conteúdo do mesmo não me satisfez.
Realmente o director editorial José Manuel Fernandes elucidou-me acerca do critério da escolha dos candidatos a horrores, e justificou a ausência dessa informação no site do concurso devido a uma falha demontagem do site. Faltou, no entanto, indicar uma medida correctiva.
Para além disso, o próprio texto sobre os critérios não me convenceu.
Pois refere que «...esta lista não pode ser considerada nem umaescolha do grupo de críticos, nem uma escolha de nenhum deles emparticular» e que «nenhum dos críticos contactados se revê nestaselecção», mas falta referir que se esta selecção é uma compilação feita pelo Público (após consulta a diversos especialistas), logo este deveria subscrevê-la como sua. A não ser que por recorrer a terceiros, fique desresponsabilizado pelo que pública ou promove.
Para terminar, agora refererindo a resposta do director, não compreendo a preocupação final de garantir que as escolhas não tiveram motivações clubísticas. É que não me lembro de em algum momento queixar-me sobre a inclusão do estádio do Sporting ou o do Leiria, e a exclusão dos estádios dos clubes rivais.
Se calhar é mais ferir a susceptibilidade de um católico afectado pela inclusão de 10 obras de inspiração cristã em detrimento de outras deorigem não católica, do que de um sportinguista ou leiriense.
Cumprimentos,
Armando Miguel Moreira

NOTA DO PROVEDOR - Inúmeros leitores questionam a "opção" Estádio do Sporting. A resposta do Director era dirigida a todos o leitores.

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - RESPOSTA DA DIRECÇÃO DO PÚBLICO

O PÚBLICO não é directamente responsável pela escolha dos 58 locais/edifícios/espaços públicos que foram colocados à votação. Apenas somos responsáveis por ter pedido a um conjunto de arquitectos, historiadores de arte e críticos de arquitectura, cujos nomes deviam ter sido indicados no boletim destinado à votação dos “7 horrores” desde o início, mas uma falha na montagem do site impediu que isso acontecesse.
Esse texto é o seguinte:
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A selecção possível

A lista de 58 candidatos a horrores arquitectónicos que o PÚBLICO aqui apresenta foi realizada graças aos contributos de sete especialistas contactados pelo jornal. Esses especialistas foram Ana Vaz Milheiro, crítica de arquitectura do PÚBLICO; Jorge Figueira, crítico de arquitectura do PÚBLICO; Ricardo Carvalho, crítico de arquitectura do PÚBLICO; Manuel Graça Dias, arquitecto e professor universitário; Alexandre Alves Costa, arquitecto e professor universitário; José Sarmento Matos, historiador da arte e olissipógrafo; e Walter Rossa, arquitecto e historiador de arquitectura.


Pediu-se a cada um deles que nos enviasse propostas de edifícios a incluir nesta votação, com vista à elaboração de uma lista comum, que pudesse representar o sentimento (idealmente) de todos os especialistas ou, pelo menos, da maioria deles.

Aconteceu, porém, que não foi possível construir uma lista consensual nem de escolha maioritária – o que demonstra a paixão dos sentimentos que questões deste tipo suscitam.
Perante essa impossibilidade, o PÚBLICO decidiu reunir numa lista todos os edifícios indicados por cada um dos especialistas contactados – sem excepção. Pelas razões indicadas acima, é claro que esta lista não pode ser considerada nem uma escolha do grupo de críticos, nem uma escolha de nenhum deles em particular. Há aqui edifícios que foram indicados como candidatos por apenas uma pessoa, outros por mais. Mas sublinha-se que nenhum dos críticos contactados se revê nesta selecção. Apesar disso, o PÚBLICO decidiu avançar para a votação, deixando a última palavra aos leitores. Não existem nesta lista quaisquer edifícios escolhidos pelos jornalistas do PÚBLICO.


É evidente que esta escolha não pretende ter um cariz científico nem representar a escolha da população portuguesa – todos sabemos como funcionam as votações na Internet, que estão sujeitas a manipulações por parte de grupos empenhados. Esta votação tem um carácter lúdico e não visa senão suscitar uma discussão sobre a arquitectura e a qualidade da paisagem urbana e da vida nas nossas cidades.

José Vítor Malheiros
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Penso que este texto responde ao essencial das dúvidas e objecções que coloca. Gostaria contudo de sublinhar que o lado heterodoxo da escolha, tão heterodoxo que os especialistas contactados não se puseram de acordo. Se uns colocariam lá todas as obras do Taveira, outros as do Siza, outros vetariam qualquer projecto do Siza.
Não houve, está bem de ver, qualquer consideração do PÚBLICO sobre preferências clubísticas. Nem sei, com toda a franqueza, de que clube são adeptos os especialistas que convidámos, mas acredito que isso não os terá motivado. Como não me motivaria a mim: sou adepto do Benfica (discreto), mas entendo que o Estádio mais bonito é o FC Porto e que o de Braga é uma obra de arte se bem que pouco funcional. Dos outros não gosto de nenhum.

José Manuel Fernandes
Director Editorial

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 19

Caro Provedor,
Venho, por este meio, manifestar a minha indignação pelo facto de o estádio Alvalade XXI ter sido colocado pelo jornal onde V. Exa trabalha numa lista dos 7 horrores de Portugal.
Para além de demonstrar uma falta de isenção que não deveria existir no jornalismo, está a prestar um mau serviço publico, e como sportinguista, penso que o vosso jornal deveria retratar-se publicamente deste acto reprovável.Aguardo ansiosamente um comunicado com um pedido de desculpas.
Trata-se apenas um aviso em relação a um acto que considerei reprovável e de muito mau gosto.
Atenciosamente,
João Faria

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 18

Excelentíssimo Rui Araújo, Provedor do Leitor do jornal "O Público",
Venho por este meio mostrar o meu descontentamento com a vossa iniciativa em eleger os "7 Horrores de Portugal".
Não é a ideia em si que condeno, mas o modo privado (pouco claro) com que seleccionaram os 58 candidatos a constarem nessa lista dehorrores.
Na página que promove a iniciativa(http://www.publico.clix.pt/7horroresDePt/default.asp), apenas consta o seguinte texto:«A 7 de Julho vão ser anunciados, em simultâneo, as novas 7 Maravilhas do Mundo e as 7 Maravilhas de Portugal. Mas Portugal não tem sómaravilhas. Também tem horrores. Propomos assim que os nossos leitores votem e escolham os 7 Horrores de Portugal.» Em conjunto com a lista dos 58 pré-seleccionados.
Faltou incluir nessa página:
- o critério usado na escolha dos pré-seleccionados;
- o porquê de serem 58 (nem é um número redondo, será que é número de trabalhadores do jornal, onde cada um dos quais contribuiu com uma sugestão?);
- o critério do modo como essa lista de pré-seleccionados está ordenada.
Parece-me, portanto, que a vossa iniciativa não é assim tão pública quanto o nome do vosso jornal. Convidam os leitores a votarem, mas limitam-os às vossas pré-escolhas.
Mesmo assim, felicito-vos pela originalidade da iniciativa. Creio que só o TalQual e a Frize se lembrariam de fazer algo semelhante.
Armando Miguel Moreira

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 17

Ao ler no site do Público o teor de uma iniciativa deste jornal, fiquei perplexo ao constatar o baixo nível, mau gosto e idiotice de uma tal de votação chamada "Os 7 horrores de Portugal".
Sempre tomei o Público como jornal de referência, isento e rigoroso na abordagem dos conteúdos que fornece ao leitor. No entanto, não posso deixar de demonstrar o meu desagrado quando confrontado com tal iniciativa, ao nível do mais reles pasquim sensacionalista.
É que se trata de uma iniciativa, que além de idiota e inutil, carece de uma base solida e rigorosa na escolha e selecção dos locais a votar. De tão discutíveis que são certos locais, só se percebe que estejam em votação, por razões que a própria razão desconhece.
E neste particular, como Sportinguista e Eborense, sinto-me indignado ao ver o Estádio José de Alvalade XXI no meio desta trampa a que chamam votação. Sinto que a inclusão deste estádio (e porque não o "belo" estádio da Luz, ou outro qualquer??!!) é uma provocação clara e rasteira ao Sporting Clube de Portugal e seus adeptos, tendo bem fresca na minha mente (e provavelmente na mente dos senhores que permitiram uma votação destas) a recente condenação do Público por um tribunal, num processo contra o SCP. Julgava este jornal com padrões de qualidade e isenção mais elevados.
Por último, não posso deixar de contestar a inclusão da Capela dos Ossos nesta votação, pois a avaliar pela fotografia que aparece na votação, o senhor que fez esta escolha conhecerá tanto essa capela como nada, pois a foto refere-se à Igreja de S. Francisco, da qual a dita Capela dos Ossos é anexa do lado direito. Ainda para mais esta escolha não deixa de ser muitíssimo discutível.Em suma, parece-me que o Público deu um enorme tiro no pé ao criar esta iniciativa, pois a mesma carece de rigor, imparcialidade e tem critérios de estética e bom gosto muito discutíveis. Nunca pensei ver este jornal de referência ligado a tão ridícula iniciativa.
Fariam melhor figura se de entre os "7 horrores" estivessem a corrupção, a justiça portuguesa, a politica para o ensino superior, o "Apito Dourado", o (des)ordenamento costeiro, o caso "Portucale", etc, etc... haveria muito por onde escolher!! E aí sim esta seria uma iniciativa original e inteligente.
Um bem haja!
R.M.

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 16

Bom dia,
Gostaria que me esclarecessem porque está na lista dos horrores de Portugal, um estádio que a UEFA classificou com 5 estrelas?
É de facto uma afronta do Jornal Público para com os sócios e simpatizantes do Sporting Clube de Portugal.
Rui Melo - Sócio SCP

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 15

Acho que acabaram de dar um grande tiro no pé ao colocarem o Estádio José Alvalade entre os horrores de Portugal, misturando clubismo e eventuais disputas que possam ter com o Sporting com esta brincadeira.
Por mim, fiel leitor de há muito tempo do vosso jornal, lamento mas ficaram riscados, ou pedem desculpas na 1ª página ou "Público" nunca mais.
Cumprimentos,
A. Dias

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 14

Olá Sr. Provedor do Leitor do Público,
Estou a escrever-lhe para fazer notar a minha profunda indignação devido à colocação do "Estádio José de Alvalade" como opção na votação dos "7 Horrores de Portugal" patrocinada ou dirigida pelo vosso jornal.
O Estádio José de Alvalade pertence a uma instituição de utilidade pública chamada "SPORTING CLUBE DE PORTUGAL", instituição essa alvo dos mais variados prémios e honras de estado.
O SCP é o 2º clube com mais títulos no mundo inteiro, dignificando assim o nosso país.O Estádio de Alvalade é considerado como um estádio de Elite para a UEFA, fazendo parte do número restrito de estádios na Europa inteira que pode receber finais europeias (como já aconteceu).
É absolutamente lamentável a colocação do estádio na referida votação, sentindo eu essa colocação como a maior falta de respeito por mim, por todos os sportinguistas e pelo clube que amamos.
Da minha parte e a não ser que exista um pedido de desculpa público e formal da parte do vosso jornal a nós sportinguistas e ao nosso clube, prometo-lhe desde já que hoje foi a última vez que comprei o vosso jornal e que tudo farei com que esta minha indignação chegue ao maior número de sportinguistas para que eles também conheçam o vosso acto lamentável e que também deixem de comprar o vosso jornal.
Não somos 6 milhões, mas se calhar somos os suficientes para provocar mossa nas vossas contas.
Com a mais profunda indignação,
David Almeida

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 13

Exmos Srs.,
Perderam a cabeça de vez?!Como é que podem fazer uma votação dos "7 Horrores de Portugal" onde metem o Oceanário, o Santuário do Sameiro e o Centro Comercial da Mouraria e o Feira Nova de Chelas no mesmo saco?!Desculpem, mas esta ideia só pode sair de uma cabeça demente!Quais os critérios de escolha destes supostos "horrores" ?E já agora se põem o Estádio de Alvalade e o Municipal de Leiria aqui, porque motivo não está o da Luz ou o Bessa? Francamente, nã percebo que jornalismo é este...mudem o nome pra "24 horas!" ou melhor ainda, para o "Fantástico".
Ricardo Vaquinhas

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 12

Que falta de imparcialidade, ao colocar o Estádio Alvalade XXI na lista dos 7 horrores!O estádio é lindíssimo, e eu nem sequer sou sportinguista. Considero essa escolha, o reflexo da decisão de um qualquer benfiquista frustrado.
Eu, apesar de ser adepto do Vitória Sport Clube, considero que deveria ser óbvio para qualquer editor, redactor ou provedor, o mau gosto que essa escolha representa. Cada vez mais O Público se cola à imprensa cor-de-rosa, que sobrevive com o sensacionalismo e a venda fácil. Que falta de inteligência! Quando quiserem ir trabalhar ao Estádio Alvalade XXI - esse horror! - talvez lhes fechem a porta! Talvez fosse justo!
João R.T.

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 11

É absolutamente inconcebível o atentado ao bom nome e dignidade de um clube que só tem de ser respeitado neste país, pelo muito que já fez pelo desporto. Estou a falar como é óbvio das tal votação para a escolha dos 7 horrores, onde se encontra incluído o estádio do SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, clube que já fez mais pelo desporto neste país em alguns anos que este jornal para a informação(?) ao público durante toda a sua vida. É claro que quem não anda distraído com estas coisas da informação e desinformação, já entendeu que à inclusão do Estádio de Alvalade no dito lote de construções a serem votadas pelo público como «os sete horrores de Portugal», não é alheio o recente processo em que este jornal foi condenado a pagar uma indemnização ao Sporting, processo este que pelos vistos ainda não foi bem digerido pelos responsáveis desse pasquim. É curioso como no Fascismo, eram as instituições que amordaçavam e dominavam os órgãos de comunicação social e actualmente são estes que usam e abusam da liberdade que a democracia lhes concede para exercerem estes actos de revanchismo bacoco, infantil e abusivo. Nem sequer a desculpa esfarrapada de que aquela lista obedece a um determinado critério convence quem quer que seja, pois basta passar para o outro lado da 2ª circular e andar algumas centenas de metros no sentido de Sintra, para nos apercebermos aí sim, de um verdadeiro mamarracho de cimento que nem sequer pintado por fora está e que mais faz lembrar uma cesta de pão.
Quem carece de bom senso, não sente preocupação em ferir susceptibilidades alheias e insiste em ganhar nem que seja à traulitada e à cachaporra aquilo que as leis deste país já decidiram, não merece usufruir das liberdades, direitos e garantias de que todos nós fomos credores desde o 25 de Abril e só pode ser tratado como marginal que é, porque foi esse o caminho que escolheu.
A partir deste momento, não se admirem das reacções que o SPORTING e a sua massa adepta venham a tomar face a esta afronta e falta de respeito. Quem só conhece a linguagem da violência e não consegue comunicar por outros meios, merece o mesmo tipo de resposta.
Francisco Armando

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 10

Foi com muito desagrado, que ao entrar no site do Público me deparei com uma vergonhosa votação para os horrores de Portugal.
De entre varias obras injustamente seleccionadas está o estádio José Alvalade, que foi seleccionado numa tentativa clara e imoral de provocação.
O Sporting Clube de Portugal é uma instituição que merece respeito, já deu e continua a dar muitas alegrias e prestígio ao país!
O que é que passou pela cabeça das pessoas que decidiram fazer esta idiotice?
Se essa votação for em frente, têm aqui menos um comprador do vosso jornal (já há muita gente a pensar o mesmo) que vai fazer tudo para divulgar esta vergonha entre os sportinguistas para que estes fiquem a saber que tipo de pessoas é que trabalham no jornal!
Espero que os dirigentes do Sporting analisem a situação e avançem para tribunal com mais um processo contra o Público.
Edgar

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 9

Exmo. Sr. Provedor Rui Araújo,
Venho por este meio expressar que me sinto ofendido pelo jornal Público, no que diz respeito a votação, ou outro nome que aquilo possa ter, relativo a "7 Horrores de Portugal".
Sinto-me ofendido porque o magnífico Estádio do Sporting Clube de Portugal não merece estar ali. É amoral incluírem Alvalade nesta votação, já que os seus principais rivais não têm lá o seu estádio incluido.
É preciso ter sensibilidade e que se perceba que o futebol mexe com reacções muito mais primárias que a simples estética, qualquer adepto de outro clube até pode achar outras das hipoteses levadas a votação mais merecedora que o Alvalade XXI, mas apenas no sentido de achincalhar irá votar no estádio do SCP lógicamente.
O Sporting Clube de Portugal tem mais de cem anos de história, deu a este pequeno país atraves dos seus atletas algumas das maiores alegrias e maiores feitos que o desporto nacional já viu,penso que não devia ser enxovalhado desta forma.
Como sportinguista só posso deduzir que esta inclusão do estádio do SCP nos "7 Horrores de Portugal", são ainda resquicios de alguma azia devido à acção em tribunal que o jornal perdeu contra o clube, devido mais uma vez à sua animosidade contra o Sporting, por ter noticiado algo que não correspondia à realidade, aquilo a que nos dias que correm se chama uma "inverdade".
Para além deste mail que lhe envio a si, que representa ou deve representar o bastião moral desta publicação, enviei ainda um mail à direcção do clube, no sentido de que os mesmos tomem providências para proibir os jornalistas do Público de entrar num dos nomeados para os "7 Horrores de Portugal" e mais alguma acção que os mesmos achem apropriada.
Grato pela atenção dispensada,
Artur Lélis

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 8

Estádio José Alvalade.... um dos nomiados para os 7 horrores de Portuga!!!
Isto só pode ser uma brincadeira ou náo, senhor provedor?
Em que argumentos é que o jornal PÚBLICO se baseia para as suas nomeações?
As 7 maravilhas foram eleitas numa pré-eliminatoria pelos portugueses, agora as 7 horrores foi por quem? Pela Redação maioritáriamente "vermelha" não? Pois, porque o Estádio situado no outro lado da 2ª circular é muito mais atraente! Então aqueles acabamentos em cimento são a última moda da arquitetura paisagística.
É obvio que o Estádio do meu clube vai ficar em primeiro nessa lista, atendendo ao fanatismo clubístico que se vive em Portugal, sem grandes surpresas tanto para mim como para o próprio jornal já que desconfio que foi essa a sua intenção.
Espero que levem a minha crítica em consederação, e espero que o meu clube tome uma posição em relação a esta matéria!

P.S. : Não era o SPORTING, aqui há uns tempos atrás que tinha um processo em tribunal contra este mesmo jornal!!??
Desculpe-me dizer isto: mas que jornalismo de baixo nível!
Obrigado,
Gustavo Jorge M.

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 7

Exmo Rui Araújo,
Venho por este meio expressar o meu repugno e a minha cólera em relação ao jornal Público, no que diz respeito a um evento ou votação, ou outro nome que aquilo possa ter, relativo a 7 horrores em Portugal.
Em primeiro lugar considero que estar a erguer tal lista é claramente estar a fazer pouco com as pessoas responsáveis pelos empreendimentos em questão, sejam eles quais forem. Mas o que motiva a minha raiva está relacionado com o magnífico Estádio do Sporting Clube de Portugal. É de muito baixo nível incluírem um recinto como aquele numa votação como esta. O Sporting Clube de Portugal é uma instituição de utilidade pública, com mais de cem anos de história, com provas dadas, com reputação e prestígio; e que não merece de todo ser envergonhado desta maneira.Nenhum Sportinguista pode ficar, nem ficará calado com esta situação, que visa claramente sujar o bom nome do Sporting Clube de Portugal.
Como já disse anteriormente a votação já é de si muito duvidosa, mas para ter um mínimo de imparcialidade devia incluir pelo menos os recintos do "muito amado" Sport Lisboa e Benfica e do Futebol Clube do Porto (não refiro outros porque estes são, naturalmente, os três grandes). Mas o Sporting Clube de Portugal é mal amado por muita gente, incomoda muita gente, e há muita gente que se dá ao luxo de gozar com o seu nome. E isto não pode ser admitido!! Como tal, só posso condenar esta escolha feita por parte dos responsáveis deste jornal, e irei fazer tudo o que está ao meu alcance para que os responsáveis do Sporting Clube de Portugal fiquem ao corrente desta situação e possam inclusive tomar medidas drásticas, sendo que o mínimo que eu considero aceitável é tão simplesmente a proibição de entrada no Estádio de Alvalade aos jornalistas do Público, bem como uma acção em tribunal.
Luís Pinto,Um Sportinguista com orgulho do Estádio do seu Clube!

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 6

Boas!
Acho que é vergonhoso o que vocês estão a fazer. Mas vocês têm algum ódio ao Sporting?
Isso chama-se dor de cotovelo. O Sporting como instituição pública merece respeito por o muito que já deu a este país de ignorantes.
Como é possivel porem o Estádio José de Alvalade como uma possibilidade para os 7 horrores do mundo??????
Deixem se de ódios e sejam profissionais.
Cumprimentos,
Bruno Guerreiro

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 5

Caro Rui Araújo,
Venho por este meio manifestar a minha indignação pela presença do estádio José Alavalade, na eleição promovida pelo Publico, dos "7 Horrores de Portugal".
Gostava de saber quais os critérios que levaram o Público a considerar o estádio José Alvalade para tal eleição quando, por exemplo, em Lisboa existe um estádio chamado da Luz que nem pintura exterior tem apresentando o frio do cimento como um qualquer viaduto.
Em que se baseou a pessoa(s) que fizeram tal lista para escolher o Estádio José Alvalade e chamar-lhe horror, com a quantidade de mamarrachos que por aí há plantados, incluíndo na 2ª circular?Isto cheira a tentativa de vingança mesquinha à conta da condenação de jornalistas do Público há uns tempos por terem divulgado notícias falsa e imcompletas lesando o bom nome do Sporting Clube de Portugal.
Será que foram esses jornalistas que elaboraram a lista?
É certo que o Público tem o direito de escolher os horrores de Portugal que quiser sabendo sempre que irá ferir susceptibilidades, mas envolver o Estádio mais bonito de Portugal nisto, cheira a boca largada na tasca enquanto se empurra o coirato com o tintol.
Perderam um leitor,
Saudações Leoninas,
João Sardinha

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 4

O Horror de Portugal
Foi com grande surpresa que constatei esta tarde a existência de uma novidade no Publico.pt que, pelo destaque atribuído, prometia ser notável e inovadora: a votação dos 7 horrores de Portugal.
A surpresa e expectativa rapidamente desapareceu, dando lugar a um desconforto e desilusão.
Descrevo neste texto o que fui sentido, à medida que constatava o maior horror de todos: o estado a que chegou o Público. Mas lá chegaremos.
Ao aceder à infeliz “feature” o leitor dá de caras com uma página pobre, mal preparada, na qual a maioria das fotos não é visível, sendo convidado a escolher os 7 horrores de Portugal. Escolher? Não é bem assim. O que ao leitor é permitido fazer é, desde logo, eleger as suas opções, entre uma selecção previamente preparada. Ora aqui começa a desgraça. Quem escolheu a lista? Ficamos sem saber, sem qualquer informação. Ao leitor cabe imaginar que poderá ter existido algum “método”. Será esta escolha resultado de uma eleição interna previamente realizada, com seriedade, entre a redacção? Cabe ao leitor supor, já que a informação não é prestada, provavelmente devido às limitações físicas que o comum dos mortais sabe existir numa página html.
1º Erro - O leitor não sabe quem escolheu. E que critérios terão presidido a escolha? Que razões para esta ou aquela selecção? Não é possível facultar. Mais uma vez cabe-nos imaginar. Sonhar. Terá sido à sorte? Será por embirração? A coisa torna-se ainda mais perigosa quando se percebe que a escolha mexe com temas que podem fazer perigar a ambição de um resultado final valorizável e credível, ao entrar pelo "mundo da bola" e colocando sozinho um estádio dos 3 grandes, quando existem mais estádios, mesmo entre os clubes mais representativos, merecedores de igual destaque. Tudo isto é subjectivo? Talvez. Mas omisso e pouco sério é de certeza.
2º Erro - O leitor não sabe o motivo das escolhas.Posto isto, o melhor é clicar nos locais e investigar. Talvez surja um “pop-in” milagroso, que permita encontrar informação que prove que os jornalistas do Público ainda são uma excepção no jornalismo português. Uma ficha do local? Uma sinopse? Comentários? Alguma coisa? NADA. Total ausência de informação que apoie o leitor na sua votação e na sua compreensão do fenómeno jornalístico que acaba de encontrar.
Conclusão?Uma ideia interessante executada por incompetentes. Aquilo que poderia ser uma alavanca de discussão, de debate, de controvérsia fundamentada termina num exercício de mau gosto, de pobreza de execução, indiciando uma falta de seriedade que até agora só encontrávamos em meios de comunicação social não verdadeiramente dignos desse nome.Livro de Estilo?
Está na hora de reflectir num Livro de Competência e Seriedade. Que vos começa a fugir por entre os dedos.
Cumprimentos,
Costa Gomes

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 3

Ex.mo senhor provedor,
Venho por este meio mostrar o meu desagrado com a iniciativa “Os 7 horrores de Portugal” que a edição on-line do Público publica em grande destaque na sua homepage.
Apesar de supor que a iniciativa partiu do “Inimigo Público”, não posso deixar de considerar que é de uma tremenda falta de respeito para com os arquitectos que projectaram os edifícios em causa. Se alguns desses provavelmente até acharão a sua piada à iniciativa (Taveira, Cutileiro, entre outros), existirão certamente alguns que verão o seu trabalho desrespeitado.
Numa nota mais pessoal, e que constitui a principal motivação para este meu contacto, não posso deixar de considerar o critério de escolha das nomeações como triste e ao mesmo tempo, hilariante:
- Por um lado, a presença do Estádio José Alvalade na lista, leva-me a crer que o painel que nomeou os edifícios tem uma “costela” um tanto ou quanto facciosa, de outro modo não se compreende como é que o Estádio da Luz (que nunca foi pintado de fora e é um autêntico monumento ao betão) ou o Estádio Municipal de Aveiro (Cujas cores são bem mais aguerridas do que em Alvalade), não estejam presentes na lista.
Do mesmo modo, e graças ao clubismo que se sente em Portugal, estou certo que será um dos eleitos finais, o que deixará uma redacção a rir-se e um povo inteiro incrédulo, porém ciente dos valores seguidos naquela mesma redacção.
uiçá poderei denotar uma certa “azia” perante o desfecho do caso que envolveu o jornal Público e o Sporting Clube de Portugal no passado recente…
- Por outro lado, as nomeações do Edifício Marconi, da sede da CGD ou das Torres de Lisboa, levam-me a crer que, das duas uma, ou existe pouco sentido de apreciação estética no painel seleccionado ou existe simplesmente desconhecimento do que os rodeia. Imagino que para esse painel de pessoas, o colorido bairro das Olaias seja lindíssimo, ou o Centro Comercial de Loures (aquele que tem um sol e uma lua com dimensões capazes de fazer inveja a um mamute), seja uma obra de arquitectura brilhante.
Duvido que este meu e-mail venha mudar qualquer coisa, no entanto que fique registado que existe pelo menos um cidadão português (e potencial cliente do Público) que considera esta iniciativa como lastimável e o critério de escolha como ridículo.
Os melhores cumprimentos.
Filipe d’Aguiar

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 2

A colocação do Estádio de Alvalade entre as possiveis opções para os "7 Horrores de Portugal" de muito mau gosto, aliás demonstra uma parcialidade insustentável num jornal nacional.
Espero que retirem o Estádio em questão da lista e que o Sporting Clube de Portugal não deixe passar este episódio infeliz em branco. E acabam de perder mais um leitor (aliás acho que a partir de agora acho que só os 6 milhões de benfiquistas comprarão o vosso jornal, mas penso que seria esse o objecto, vi com esta brincadeira).
Milton Filipe

 

"7 HORRORES DE PORTUGAL" - COMENTÁRIO 1

7 horrores de Portugal
Como Jornal conceituado em Portugal, deviam ter vergonha de publicar o Estádio José de Alvalade como "Horror" entre outros.
Mas neste momento falo como indignado Adepto Leonino.
Não vos chegou o processo que tiveram .. querem outro?
Não vão perder pela demora!Sem mais para dizer,
Patrick Silva, Alemanha

 

NOTA DO PROVEDOR - "7 HORRORES DE PORTUGAL"

A iniciativa do PÚBLICO (denominada "7 Horrores de Portugal") motivou inúmeras reacções.
Trata-se de um "concurso".
O provedor não tem competência para se pronunciar sobre concursos.
Transmito todas as críticas à Direcção e ao responsável do PÚBLICO on-line.
Por uma questão de transparência, publico, aqui, todos os comentários, sem excepção.
Solicitei, por outro lado, um esclarecimento à Direcção.
Rui Araújo
Provedor do Leitor do PÚBLICO

terça-feira, junho 26, 2007 

BIBLIOTECA DE ARÕES - CARTA AO PROVEDOR

A Biblioteca de Arões, instalada no Edifício da Sede de Junta da Freguesia de Arões S. Romão, deu os primeiros passos há dois meses atrás.
Trata-se de um espaço nobre, que gostaríamos de tornar atraente para a população e um pólo de leitura fundamental, num concelho e numa terra que se debate com graves índices de iliteracia, como é o concelho de Fafe.
Criámos recentemente um blogue (http://bibliotecadearoes.blogspot.com) e esperamos com ele divulgar nova literatura e novos autores.
Nesse sentido, procuramos junto das editoras, associações locais, jornais e entidades promotoras de publicações a cedência de alguns livros, para que possamos criar um acervo bibliográfico, e a breve prazo proceder ao empréstimo de livros aos utilizadores deste espaço.
Sabemos das dificuldades sentidas por todas as editoras na venda de livros e na manutenção das respectivas estruturas editorais.
Ainda assim, e motivados pelo projecto que queremos estender à população, desafiamo-las a ceder-nos alguns exemplares das vossas publicações, os quais publicitaremos e sobre os quais faremos recensões e sugestões de leitura.
Se tal for possível, e admitindo a melhor atenção para este nosso pedido, poderão responder-nos para o endereço electrónico bibliotecadearoes@gmail.com, ou para Junta de Freguesia de Arões S. Romão, Biblioteca de Arões, Avenida da Torre, 395, 4820 - 758 Arões S. Romão.
Os nossos melhores cumprimentos.
João Ricardo Lopes

domingo, junho 24, 2007 

ACUSAÇÕES E CASTIGOS MEDIÁTICOS (I)

CONDENAÇÃO

As notícias sobre o julgamento de um militar da Guarda Nacional Republicana motivaram alguns protestos legítimos e pertinentes.

“Às 17:43 de dia 4 de Junho de 2007, o PÚBLICO on-line publicou a seguinte notícia:
Início da primeira audiência - Serial killer de Santa Comba Dão declara-se inocente em julgamento’ (04.06.2007 – 17h43 PUBLICO.PT).
Dispenso-me de invocar normas constitucionais e legais para demonstrar que no direito português vigora o princípio segundo o qual todos são considerados inocentes até que transite em julgado uma decisão judicial condenatória.
A notícia do PÚBLICO viola claramente este princípio ao designar o arguido como ‘serial killer’, na medida em que esta expressão pressupõe estar demonstrada a culpabilidade da pessoa em causa.
Trata-se, portanto, de uma notícia difamatória, que poderá eventualmente consistir em ilícito criminal do jornalista que a escreveu e gerar a sua responsabilidade civil perante a pessoa difamada. Isto para já não falar da responsabilização do próprio jornal, que certamente seria efectivada em países onde a liberdade de imprensa, por ser mais seriamente vista como um direito fundamental, também é seriamente castigada quando é mal usada para violar os direitos fundamentais dos outros.
Mais tarde, praticamente em simultâneo com a publicação de um comentário do leitor A. Pires, de Lisboa, o título da notícia foi alterado, passando a ser o seguinte:
Acusado de assassino em série de Santa Comba Dão declara-se inocente em julgamento’.
A hora da notícia, contudo, continuou a ser a mesma (17:43), como se fosse esse o seu teor original. Mais: nenhuma menção se fez à alteração efectuada. O PÚBLICO não admitiu o erro. Pretendeu escudar-se na volatilidade da informação on-line para fazer parecer que nada se tinha passado. Talvez ainda pior: ao alterar o título e simultaneamente publicar o comentário que esteve na origem dessa alteração sem fazer mais comentários, o PÚBLICO podia até fazer parecer que o leitor/comentador que alertou para o erro tinha lido mal a notícia e estava a fazer uma acusação infundada ou mesmo eventualmente mal intencionada.
Simplesmente, o PÚBLICO esqueceu-se de alterar o resto da notícia. Assim, o primeiro parágrafo desta continuou a chamar ‘serial killer’ ao acusado. À hora a que escrevo continua no site, aliás acessível a partir de um ’link’ na página da notícia a que me refiro acima, uma outra cujo título continua a ser ‘Assassino em série de Santa Comba Dão: ex-cabo da GNR nega crimes e diz que foi coagido pela PJ a confessar’.
São agora 20:56 de dia 4 de Junho de 2007. Ignoro se o PÚBLICO on-line continuará a alterar sub-repticiamente os textos das notícias. Quando este e-mail for lido pelo Senhor Provedor não sei mesmo se restará ainda algum vestígio desta espantosa sucessão de atropelos jornalísticos aos direitos fundamentais das pessoas e à inteligência dos leitores. Mas não poderia deixar de transmitir-lhe este desabafo de leitor que, desiludido com a sucessão de coisas deste estilo, passou da versão em papel do PÚBLICO para a versão on-line e que se prepara para renunciar mesmo a essa”, escreve André Matos, um leitor de Lisboa.

"’Serial killer de Santa Comba Dão declara-se inocente em julgamentoin PÚBLICO, edição online, 4 Junho 2007.
Princípios e normas de conduta profissional:
5 - (...) A necessidade de qualificar acontecimentos, organizações ou pessoas não deve ser confundida com juízos de valor
’, in Livro de Estilo (PÚBLICO) Edição de Fevereiro de 1998.
Isto dispensa comentários”, escreve João Marques, um leitor da Região Administrativa Especial de Macau.

Eis o comentário (apresentado no PÚBLICO on-line) do leitor A. Pires, de Lisboa: “Será jurídica e deontologicamente correcto chamar a alguém ‘serial killer’ antes de essa pessoa ser condenada por sentença transitada em julgado? Não acredito que o autor desta notícia não saiba o que é a presunção de inocência. A incompetência jornalística tem limites e no PÚBLICO estão a ser ultrapassados diariamente. A menos que seja um esforço intencional para se converter num jornal populista de extrema-direita.”

As dúvidas e as críticas são acertadas.
Solicitei, portanto, um esclarecimento a António Granado, editor do PÚBLICO on-line.
“O PÚBLICO corrige os seus erros e não insiste neles quando percebe que errou. Essa é a atitude correcta que devia ser sempre seguida por qualquer órgão de comunicação social. Acontece que, ao contrário dos jornais, os meios electrónicos podem fazer essa correcção de imediato. Foi exactamente o que fizemos neste caso, depois da chamada de atenção do leitor. É o que faz a rádio e a televisão todos os dias. Sem necessidade de assinalar a correcção de um noticiário para o outro, corrigindo apenas. No caso do PÚBLICO.PT, não precisamos de escrever outra notícia, até porque, se o fizermos, estamos a deixar na base de dados do jornal uma notícia certa e uma errada o que, dentro de anos, e mesmo actualmente, é extremamente perigoso, pois ficamos sem perceber o que está certo e o que está errado.
Quanto ao comentário do leitor, ele foi erradamente publicado. Aliás, a prática correcta está descrita nos Critérios para Publicação de Comentários, disponíveis em http://www.publico.clix.pt/homepage/site/contactos/criterios/Comentariosartigos.asp : ‘Por regra devem ser publicados os comentários que criticam a nossa abordagem noticiosa. São excepção os casos em que essa crítica se refere a um aspecto que pode e deve ser corrigido (ex.: um erro ortográfico ou em matéria de facto.) Não teria sentido manter o erro na notícia após a sua detecção e não teria sentido publicar o comentário uma vez a correcção realizada.’
Como é evidente do que acabo de dizer, foi um erro chamar ‘serial killer’ ou ‘assassino em série’ ao alegado homicida de Santa Comba e foi um erro não efectuar todas as alterações sugeridas pelo leitor”, respondeu António Granado.

As explicações estão dadas: O PÚBLICO errou e reconheceu o erro, mas é importante recordar algumas regras do Livro de Estilo.
1- “O direito ao bom-nome e a presunção de inocência até condenação em tribunal são escrupulosamente garantidos nas páginas do PÚBLICO” (Livro de Estilo, página 26).
2- “O PÚBLICO recusa participar em campanhas de descrédito e contra-informação, lesivas dos direitos da defesa ou que tenham como objectivo perturbar a investigação e influenciar quem acusa ou quem julga.” (ibidem, página 26)
3- “As pessoas sob acusação criminal não provada são sempre tratadas como ‘acusadas’ ou ‘suspeitas’ (nenhuma referência deve confundir ‘suspeita’ com ‘culpa’).” (ibidem, página 89).
4- “A função do PÚBLICO não é julgar.” (ibidem, página 26).

Existem, por outro lado, “normas constitucionais e legais para demonstrar que no direito português vigora o princípio segundo o qual todos são considerados inocentes até que transite em julgado uma decisão judicial condenatória.”
Os jornalistas não são juízes e muito menos justiceiros. E os factos são sagrados...

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domingo, junho 17, 2007 

LUGARES COMUNS E OUTRAS BIZANTINICES

Há problemas muito mais importantes no plano do jornalismo (com repercussões mais graves), mas os pormenores são o tema da crónica desta semana porque a quantidade de erros parece excessiva.

CHINA
“Não lhe tomarei muito tempo, mas não posso deixar de lamentar que o jornal PÚBLICO transforme ignorância em informação pelo dedo de um senhor não identificado que opta por não se centrar na notícia e resolve mostrar a sua ‘coltura’ geográfica-política. Na página 42 da sua edição de Domingo (27 de Maio) o tal senhor escreve na notícia ‘Investimento China aposta no capital de risco’ (linha 8) referindo-se à China como ‘O Império do Sol Nascente’. Eu já sei que ‘os asiáticos são todos iguais’ e que ‘é um ‘lapso’ absolutamente desculpável’ e que ainda ‘isso não tem importância nenhuma’. É claro que confundir a China (o Império do Meio) com o Japão (o tal que é o Império do Sol Nascente) e alguém achar isso uma demonstração de ignorância é ‘fazer uma tempestade num copo de água’ (já agora numa próxima notícia não se esqueça de aconselhar o senhor que escreve a notícia a encaixar em qualquer sítio que ’eles até ficaram de olhos em bico’ e ficará o ramalhete completo), mas num país em que a cultura geral já só se limita ao que se passa nos morangos ou na Floribela, um jornal com a responsabilidade do PÚBLICO deveria e podia fazer mais, não estampando nas suas páginas a ignorância dos seus funcionários, que assim assume como sua também.
Já não me basta ver agentes da autoridade trazer erros ortográficos escritos na farda e nos carros que os transportam (‘POLICIA’ em vez de ‘POLÍCIA’) tenho também de me deparar com um jornal de referência que se faz eco da mediocridade cultural em que este país mergulhou os seus cidadãos. Eu sei que posso deixar de comprar o seu jornal e assim privar-me de ler estas coisas, mas preferia que fossem os senhores a mudar. E eu já podia ler o jornal sossegado”, escreve Mário Silva, um leitor de Lisboa.

O artigo suscitou mais uma crítica.

“Quando um jornal da suposta qualidade do PÚBLICO já deixa passar erros em expressões que costumavam ser lugares comuns, isto está pior do que eu pensava. Então o ‘Império do Sol Nascente’ é a China?(...)”, escreve Ferreira Grande, um leitor de Sintra.

Os reparos e as perguntas são pertinentes.
O PÚBLICO errou.
É desnecessário epilogar.

ITÁLIA
“Leitor diário do jornal de referência absoluta em Portugal, foram já, seguramente, várias as vezes com que me deparei com incorrecções relativamente à forma como a região italiana da Toscana é referida. Tal aconteceu, uma vez mais, na página 14 do suplemento ‘Fugas’ do passado Sábado (9/6/2007), onde, apesar de ali ter feito uma viagem ‘única e inesquecível’, um leitor convidado a referiu como ‘Toscânia’. Será que um editor com um mínimo de conhecimentos de geografia (e, porque não, de História?) não poderia ter detectado esta absolutamente inadmissível falha?”, escreve João Chambers, um leitor de Lisboa.

Toscânia” ou “Toscana”?
A introdução do artigo (elaborada pelo PÚBLICO) confunde ainda mais os leitores:
“O leitor Nuno Abreu escreve sobre a bela Florença, deixa algumas sugestões e explica por que razão uma visita à capital da Toscânica perdura para sempre na memória”.

Afinal em que ficamos? “Toscânia” (como escreve o autor do artigo), “Toscânica” (como escreve o PÚBLICO na introdução) ou “Toscana” (como escreve o leitor João Chambers)?

“Toscânia” é a formulação adoptada pelas Nações Unidas (ex. UNICEF), Comissão das Comunidades Europeias, ministérios portugueses (ex. ministério da Cultura, ministério da Agricultura), Governos Regionais (ex. Açores), câmaras municipais (ex. Horta), universidades (ex. Universidade Técnica de Lisboa, Universidade da Madeira), empresas, alguma imprensa (ex. PÚBLICO, Expresso, Diário de Notícias, Jornal de Notícias), etc.), mas isso não significa nada.
“Toscânica” poderá ser “Tošćanica”, na Federação da Bósnia e Herzegovina.
Os principais dicionários portugueses apenas mencionam a existência de
“Toscana”.
O “Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa” (de Magnus Bergstrom e Neves Reis, Editorial Notícias, 12ª edição) só cita “Toscana”.
O Livro de Estilo do PÚBLICO refere centenas de topónimos estrangeiros, mas omite o da região italiana.
“Toscana” é a formulação correcta.
Os reparos do leitor João Chambers são, portanto, pertinentes.
É um pormenor, mas o provedor não entende como é possível atribuir no mesmo artigo dois nomes
(“Toscânica” e “Toscânia”) a uma única região.
O PÚBLICO errou.

PORTUGAL
“É perfeitamente lamentável que o PÚBLICO defina a localidade do Pomarão como uma localidade do ‘nordeste algarvio’. Antes de se tecerem tais afirmações convém ter ‘o trabalho de casa’ em dia. Pede-se mais rigor científico e profissional por favor”, escreve Tânia Fortuna.

Eis o texto em causa (edição impressa de 6/5/2007): “’Basta pegar num barco e atravessar o rio, em Alcoutim ou no Pomarão [povoações do nordeste algarvio], para entrar livremente em Espanha’, disse.”

O reparo é pertinente.
Pomarão pertence ao Distrito de Beja, Concelho de Mértola e Freguesia de Santana de Cambas.
O texto é da agência noticiosa LUSA, mas o PÚBLICO reproduziu o erro.

MAIS PORTUGAL
“Caro amigo provedor (permita-me tratá-lo assim, pois um provedor só pode ser um amigo do leitor e um amigo do jornal, por consequência): Tenho notado que quando se referem ao ‘Desportivo das Aves’ lhe atribuem a denominação de ‘minhoto’.
Vila das Aves é uma freguesia do concelho de Santo Tirso (distrito do Porto). Encontra-se (para quem ainda se lembra da Geografia de Portugal) na chamada região do Douro Litoral, composta apenas por este mesmo distrito do Porto.
O clube faz parte da Associação de Futebol do Porto e não das associações minhotas de futebol (Braga e Viana do Castelo).
Seria bom que um jornal de referência tivesse mais cuidado e fosse mais rigoroso quando se refere à zona onde se situam os clubes”, escreve Miguel Ângelo Almeida.

Os reparos são pertinentes.
O PÚBLICO on-line, por exemplo, reproduziu os seguintes despachos da agência LUSA:
1- “Ao contrário do que foi noticiado na semana passada, a direcção do clube minhoto...” (17/2/2007 – 19h31);
2- “O presidente do Desportivo das Aves, Joaquim Pereira, está optimista para a deslocação da equipa minhota ao estádio do... (...)
O presidente do Aves vê boas hipóteses de permanência dos minhotos no principal escalão...” (16/5/2007 – 21h28).

Vila das Aves pertence, hoje, ao concelho de Santo Tirso, distrito do Porto.
A LUSA errou e o PÚBLICO on-line não corrigiu.

CONCLUSÃO
O rigor e a exactidão são essenciais, mas alguns editores e jornalistas do PÚBLICO parecem esquecê-lo. É a única explicação plausível para tantos erros crassos, mas que não passam de pormenores.

NOTA 1
A última crónica do provedor (“O melhor jornal da Paróquia”) sobre a proliferação de anglicismos nas páginas do PÚBLICO suscitou duas reacções.
“Nem de propósito: na mesma edição em que o Provedor publica uma crónica sobre o uso exagerado de estrangeirismos, eis que o ‘P’ utiliza mais um, desta vez como chamada na primeira página.
Só que... está mal escrito!
Se abusar dos estrangeirismos já é mau, então escrevê-los de forma errada...
(Ver chamada de 10/06/07: ‘Gato Fedorento - Hoje à noite há despedida com streep-tease’ [sic])”, escreve o leitor Albano Assunção.

O provedor diria “strip tease”.
Os estrangeirismos proliferam. E, por vezes, não correspondem a nada.

NOTA 2
“A propósito da carta enviada ao Provedor do Leitor pelo leitor Orlando Simas sobre ‘a abusiva utilização de estrangeirismos’, gostaria de esclarecer que no texto que enviei para o PÚBLICO a expressão ‘contervailling powers’ estava entre aspas embora no texto publicado, no dia 7 de Junho, estas tenham desaparecido”, escreve Constança Cunha e Sá, autora de um dos textos.

A ausência das aspas é um detalhe. A expressão
“‘contervailling powers’ (tal como escreve Constança Cunha e Sá) é incorrecta. O termo correcto é: “countervailing powers”.


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domingo, junho 10, 2007 

“O MELHOR JORNAL DA PARÓQUIA”

“Os leitores do PÚBLICO dirigem-se frequentemente a V. Exª. criticando (com razão) a excessiva e abusiva utilização de estrangeirismos, nomeadamente anglicismos, nas páginas do jornal. Insisto no mesmo assunto, embora sem bater mais no ceguinho (jornalistas do PÚBLICO). Prefiro tomar como alvo doutos opinadores. No seu bis sobre a imprensa militante (matéria em que deve ser especialista), o Doutor Vital Moreira perora sobre ‘checks and balances’ e ‘veto powers’, talvez arrastado pelo entusiasmo que actualmente desperta entre nós a língua de Tony (e de George, não esqueçamos). Mas o distinto Professor de Direito mostrava claramente a sua inexperiência nas línguas estrangeira ocidentais quando escreveu, na sua primeira arremetida contra a Imprensa Militante, ‘contervailing powers’. Embora o primeiro vocábulo (contervailing) não exista, já fez escola. Em resposta ao Catedrático Coimbrão, a Dra. Constança Cunha e Sá faz uso do mesmo vocábulo, sem aspas nem comentários. A menos que se trate de arreliadora gralha do PÚBLICO digital (5 de Junho de 2007), apetece dizer que se não conseguem resistir à utilização de anglicismos, ao menos usem-nos correctamente.
Em jeito de despedida, cumpre dizer que, apesar de alguns disparates, continua a ser o melhor jornal da ‘paróquia’”, escreve Orlando Simas.

Os reparos são pertinentes.
É provável que “contervailing” (em vez de “countervailing”) seja apenas o resultado de uma arreliadora gralha, mas as aspas eram necessárias.
O termo “Countervailing Power” (à semelhança de "affluent society," ou de "conventional wisdom", por exemplo) é atribuído ao diplomata e economista iconoclasta John Kenneth Galbraith (falecido em 2006).
Seja como for, há estrangeirismos a mais nas páginas do PÚBLICO.
E os erros de Português sucedem-se...

“Vezes sem conta tenho anotado, bem como alunos meus, incorrecções graves na escrita do português, em notícias do jornal ‘PÚBLICO’, e porque começo a recear que o erro ortográfico se esteja a institucionalizar, fruto de uma nova pedagogia da educação, alerto para o anúncio de ‘Ípsilon, sexta-feira, 25’, na última página da edição de domingo, 20 de Maio, em que se escreve, e transcrevo, ‘Já estivémos todos em África – escritores, realizadores, documentaristas portugueses falam da sua relação com África’. Obviamente que o erro está na acentuação do primeiro verbo. Lendo um jornal com sucessivos erros ortográficos, agora que os media intervêm, ultrapassando os textos literários, na sala de aula e em manuais, os alunos criarão em si a incerteza sobre quem tem razão: o professor ou o jornalista? E desta situação eu tenho experiência, porque já fui questionada sobre uma palavra que corrigira (estás e não ‘tás’, como o aluno supunha escrever-se, porque também a vira assim escrita num anúncio publicitário). Que se lembrem as palavras de Bernardo Soares: ‘A ortografia também é gente’, porque é balsâmica e muito formativa a convivência com o texto literário”, escreve Maria do Carmo Vieira, professora na Escola Secundária Marquês de Pombal, em Lisboa.

O reparo é pertinente, obviamente. É lamentável o erro não ter sido detectado por ninguém. O anúncio é uma iniciativa do próprio PÚBLICO e teve honras de última página...
“O erro está na acentuação do verbo estar, sim. A forma verbal ‘estivemos’ é a primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo, que não é acentuada. A regra geral é a seguinte: as palavras graves não levam acento gráfico. As palavras graves acentuadas são excepções: e há-as por diversos motivos, mas não é o caso.
A colocação incorrecta do acento aconteceu certamente por analogia com a primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo dos verbos regulares da primeira conjugação, ou seja, dos verbos terminados em –ar no infinitivo (falámos, convidámos, apanhámos, colocámos, etc.), que leva acento, distinguindo-se, assim, da primeira pessoa do plural do presente do indicativo (falamos, convidamos, apanhamos, colocamos). Ora o verbo ‘estar’ é irregular e, nele, o acento não é necessário, pois as formas do presente e do pretérito são diferentes: ‘nós estamos’, ‘nós estivemos’”, esclareceu Maria Regina Rocha, professora de Português e consultora do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

“A edição electrónica de hoje, 15 de Maio, publica um texto de Jorge Heitor com o título ‘Soldados mortos no fim de reunião destinada a travar combates entre forças paquistanesas e afegãs’.
Achei interessante procurar perceber porque é que era notícia um caso em que ‘o cão mordeu o homem’, uma vez que se a reunião se destinava a ‘travar combates’, nada mais natural do que haver ‘soldados mortos’.
Só percebi ao ler a notícia que o jornalista usava a expressão para dizer o oposto do seu significado habitual, isto é, combater.
É que, se a palavra ‘travar’ isolada significa, de facto, ‘fazer abrandar’ ou ‘refrear’, a expressão ‘travar combate’ significa ‘iniciar ou começar um combate’.
Com o mesmo sentido, usa-se em ‘travar amizade’ ou ‘travar conhecimento’.
Mais um exemplo da degradação do português (?) utilizado nos jornais ‘de referência’(?!)”, escreve António Dias.

O reparo do leitor de Lisboa é pertinente, mas é importante explicitar o seguinte:
1- A notícia não contém a expressão “travar combates”.
2- Os títulos são elaborados e/ou escolhidos pelos editores ou o director de fecho.
3- Jorge Heitor não é o responsável por este erro.
O PÚBLICO errou.
“O verbo travar assume diversos significados. É muito vulgar a sua utilização com o significado de ‘diminuir ou fazer cessar um movimento’, ‘prender com um travão’, mas também tem, entre outros, o significado de ‘principiar, encetar, entabular, começar’ (travar conversa, amizade, conhecimento com).
E utiliza-se especificamente nas expressões ‘travar o combate’, ‘travar a batalha’, ‘travar uma contenda’, “travar a luta”, construindo, nestas expressões, o sentido de combater, pelejar. Aliás, o próprio termo ’travar’ isolado também tem o significado de lutar, combater, de que são exemplo as seguintes abonações (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira): ‘ … os israelitas aqui com os romanos se travaram, e, de tal maneira, que de mui longe se ouvia o encontro das armas’, Samuel Usque, Tribulações de Israel, II, pág. 20; ‘Reclamando então as espadas… saíram para o horto e travaram-se valentemente’, Coelho Neto, Apólogos, pág. 209”, esclareceu a professora Maria Regina Rocha, do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

DANIEL SAMPAIO E O “BULLYING”
O psiquiatra e escritor Daniel Sampaio contesta uma opinião do provedor.
“(...) O leitor Manuel Costa protesta com o uso do termo ‘bullying’, afirmando que ‘o recurso a estrangeirismos é justificável quando não existe uma expressão equivalente em Português’.
Ora o problema é mesmo esse: não existe termo português com significado sobreponível, pelo que a sua conclusão de que o ‘reparo é pertinente’ não está correcta.
Com pena verifico que não leu a minha crónica na ‘Pública’ sobre o assunto. Lá também lamento que não se use um termo português, mas chego à conclusão que este não existe. As traduções de ‘intimidação’ (como propõe Manuel da Costa), provocação ou de vitimização não são válidas, porque o que caracteriza o bullying é a humilhação sistemática, organizada e territorial, de uma pessoa ou grupo de pessoas (os agressores) para com uma pessoa ou grupo de pessoas (as vítimas), perante outros que nada fazem (as testemunhas, para não utilizar outro anglicanismo, os ‘bystanders’). Bullying significa sempre terror, controlo territorial e humilhação sistemáticos, feito por um mais forte em relação a um mais fraco (por ser menos musculado, de outra etnia ou de diferente orientação sexual). Eu posso ‘intimidar’ e não fazer bullying: quando digo uma piada sobre um colega, este pode ficar intimidado; mas eu posso dar conta disso, pedir desculpa e não voltar ao mesmo, aceitando que o colega, logo a seguir, me faça também alvo do seu gozo. Este comportamento só passa a ser bullying se eu não tiver o sentido do dano que provoquei no outro e, sem arrependimento, continuar a humilhá-lo.
Penso que estes exemplos mostram bem que o bullying é um conceito sobre um comportamento, e não apenas uma palavra a traduzir. À falta de melhor, temos de continuar com o estrangeirismo”, escreve Daniel Sampaio.

O provedor considera que uma notícia deve ser rigorosa, completa e clara.
Muitos leitores desconhecem o significado da palavra “bullying”.
Assim sendo, o jornalista, ao optar pelo recurso ao anglicismo, devia ter explicado o respectivo conceito (em nome da clareza), mas não o fez
Para o “The New Lexicon - Webster’s Dictionary” da língua inglesa, “bully” quer dizer “someone who enjoys oppressing others weaker than himself” (“alguém que aprecia oprimir os mais fracos”, tradução do provedor). De acordo com a mesma obra de referência, “Bullying” é um tempo verbal.
Em Portugal, o vocábulo “bullying” é pouco menos que uma nebulosa.
O reparo do leitor Manuel da Costa continua, portanto, a ser pertinente, porque a generalidade dos leitores do PÚBLICO não tem sobre a matéria a bagagem científica que se reconhece ao Professor Daniel Sampaio. E, por outro lado, nem toda a gente domina a língua de Shakespeare (e do prosaico Bush)...


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domingo, junho 03, 2007 

MODAS & IGNORÂNCIA

O Livro de Estilo do PÚBLICO é peremptório (“anglicismos – deve-se evitá-los quando há o termo equivalente em Português: antecedentes ou enquadramento, em vez de background; finta, em vez de dribbling; meios de comunicação social, em vez de mass media...”), mas a língua de William Shakespeare (e do prosaico George W. Bush) está a invadir as páginas do jornal.

FEEDBAK
“Alguns portugueses queriam ser americanos, mas o Tio Sam ainda não pôs mais uma estrela na sua bandeira. Limitam-se a imitá-los. Até o PÚBLICO tem uma secção chamada ‘feedback’.
Não basta o Zé dos Santos com o seu ‘NEW YORK’. É triste que uma língua tão rica seja ultrapassada. É a minha convicção”, escreve o leitor cibernauta zevintem@...fr.

O reparo é pertinente.
A denominação
(“feedback”) adoptada pelo PÚBLICO on-line (http://ww2.publico.clix.pt/ – secção “COMUNIDADE”, na parte inferior da coluna dos “CANAIS”) é infeliz. Existem alternativas em Português: “reacções” é uma delas...

BULLYING
“Acho lamentável que na notícia com o título ‘DREN propõe mandar professores a casa de criança de Rio Tinto vítima de bullying’, publicada no vosso serviço ‘Última hora’ (e na edição impressa de 24 de Maio, Caderno P2, página 8, nota do provedor), tenham tido a necessidade de recorrer ao estrangeirismo ‘bullying’. O recurso a estrangeirismos é justificável quando não existe uma expressão equivalente em Português, embora nesse caso sugira que seja explicado esse estrangeirismo em Português. Mas neste caso em particular não me parece ser esse caso, acho que se poderá falar em ‘vítima de intimidação’”, escreve Manuel Costa, um leitor da Damaia.

O reparo é pertinente.
O provedor considera a opção do PÚBLICO infeliz.

BILLIONS
“No PÚBLICO de 22 de Maio de 2007 surgiu uma notícia denominada ‘Biliões de cigarras vão voltar a atacar nos EUA’. Encontrei na Internet uma notícia da Associated Press (http://news.yahoo.com/s/ap/20070520/ap_on_re_us/cicada_invasion) que me elucidou melhor sobre este assunto. O que me chamou a atenção foram os ‘biliões’ presentes no título e na notícia do jornal, traduzido directamente do ‘billion’ americano como pude comprovar.
Mais uma vez existe falta de rigor por parte do PÚBLICO: um milhar de milhões é muito diferente do milhão de milhões.
Eis o que diz o Livro de Estilo do PÚBLICO sobre este assunto: “bilião — Um milhão de milhões, em português. N.B. — Atenção que nos EUA, Brasil e outros países americanos um bilião são mil milhões e ao que na Europa ocidental é bilião chamam eles ‘trilião’. Na Europa, pôs-se fim à anarquia que reinou durante décadas, com ‘bilião’ a significar indistintamente mil milhões ou um milhão de milhões, na 9ª Conferência Internacional de Pesos e Medidas, em 1948. Nas línguas francesa, inglesa, italiana, alemã e neerlandesa, pelo menos, existe mesmo um vocábulo que designa os milhares de milhões (‘milliard’, fr. e ing.; ‘miliardo’, it.; ‘milliarde’, al.; ‘miljard’, neerl.). Cf. números.’”, escreve José Paulo Andrade.

O reparo do leitor do Porto é pertinente.
O despacho da agência noticiosa norte-americana Associated Press foi mal traduzido.
“O que o leitor escreveu, citando o Livro de Estilo do ‘PÚBLICO’, está certíssimo. O ‘billion’ nos EUA (como no Brasil) não tem o mesmo valor que em Portugal (bilião = um milhão de milhões)”, confirmou Maria Regina Rocha, professora de Português e consultora do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
O PÚBLICO errou.
Há, por outro lado, jornalistas que revelam uma notória falta de cultura.

BRITTANY
“Na edição em papel de 5 de Maio de 2007 do jornal do qual V. Exa. é Provedor, na página 17 em caixa relativa à candidata à presidência da República Francesa Ségolène Royal refere-se a uma afirmação desta efectuada na região (presume-se francesa) de Brittany (noroeste).
Brittany (ou French Brittany) é o nome (e a grafia) da região francesa da Bretanha (em francês Bretagne). Ou seja, o jornal PÚBLICO referiu-se num texto em português a uma região francesa usando uma grafia inglesa.
Assim, só posso concluir que:
1. foi utilizado um texto original de agência escrito em inglês, não tendo sido traduzido para português o nome de uma região francesa.
2. que quem escreveu o texto em caixa em questão não sabe quais são as regiões de França, qual o seu nome em português, nomeadamente uma das regiões mais históricas, como é o caso da Bretanha.
3. que quem escreveu o texto em caixa em questão acha normal que uma região francesa tenha a mesma grafia em inglês, francês e português (o que não é o caso da Bretanha).
4. que quem escreveu o texto em caixa em questão possui um nível muito fraco de conhecimento de língua e cultura francesa, bem como um nível muito fraco de conhecimento de geografia internacional em língua portuguesa.
5. que para um jornal de referência como o de V. Exa. é estranho que alguém com tais deficiências culturais escreva o texto de um artigo com a importância do mencionado.
6. que ninguém efectuou um mínimo trabalho de edição do artigo em questão (ou que então possui as mesmas deficiências culturais do autor do artigo).
Creio que se tratou apenas de um infeliz lapso. Mas este tipo de lapsos permite conclusões como as anteriores que um jornal com o de V. Exa. (o qual leio desde o primeiro número) não se pode permitir”, escreve Nelson Manuel Ferreira Fernandes Rosa.

Os reparos do leitor são pertinentes.
Eis o artigo em causa:
“’Escolher Nicolas Sarkozy será uma escolha perigosa’, afirmou Royal à rádio RTL. ‘É minha responsabilidade hoje alertar as pessoas para o risco desta candidatura e relação à violência e brutalidade que cairá sobre o país’ se Nicolas Sarkozy vencer as presidenciais. Royal fez esta afirmação na última visita de campanha à região de Brittany (noroeste)”.
“Brittany” corresponde a “Bretanha”.
A notícia de 12 linhas contém ainda uma gralha:
“(...) alertar as pessoas para o risco desta candidatura e relação”... A formulação correcta era “em relação”, obviamente.
É desnecessário questionar o resto da prosa (sem assinatura)...

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    Este blogue não pretende substituir as cartas e os e-mails que constituem a base do trabalho do Provedor e que permitem um contacto mais pessoal, mas sim constituir um espaço de debate, aberto aos leitores. À Direcção do PÚBLICO e aos seus jornalistas em torno das questões levantadas pelo Provedor.

    Serão, aqui, publicados semanalmente os textos do Provedor do Leitor do PÚBLICO e espera-se que eles suscitem reacções. O Provedor não se pode comprometer a responder a todos os comentários nem a arbitrar todas as discussões que aqui tiverem lugar. Mas ele seguirá atentamente tudo o que for aqui publicado.

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