domingo, dezembro 31, 2006 

O PÚBLICO NA INTERNET

O PUBLICO.PT não é apenas uma forma prática de aceder à informação do jornal. Permite também uma ligação (sic) mais rápida, mais completa e, por vezes, mais sociável com os leitores.

Os números médios mensais do "site" (segundo o Departamento Comercial do próprio jornal) são eloquentes:

mais de 13 milhões de "pageviews ";
6 milhões de "pageviews" na "homepage";
mais de 500.000 utilizadores únicos.

O PÚBLICO on-line suscita, necessariamente, uma parte significativa das mensagens enviadas ao provedor.


COMENTÁRIOS SIM
"Sou assinante do PÚBLICO on-line e enviei ontem, dia 23 de Novembro, por volta das 15h, um comentário a uma notícia publicada na coluna ‘Últimas Notícias’ às 14h12, sobre a situação no Iraque.
De acordo com o que vem expresso nas regras do vosso jornal, os comentários dos assinantes são publicados ‘imediatamente sem ser submetidos a qualquer validação da equipa editorial do PUBLICO.PT’.
Ora aconteceu que, mais de uma hora depois, não tendo o meu comentário sido publicado, telefonei para o número de apoio a clientes e reclamei desta situação. Foi-me, depois, enviado um mail informando que a questão tinha sido encaminhada para a área técnica que me daria uma resposta o mais brevemente possível. Porém, não só essa resposta nunca chegou, como o meu comentário à notícia só foi publicado quando esta já tinha desaparecido da coluna ‘Últimas Notícias’, deixando, portanto, de estar acessível à leitura pública. Eu própria só a li porque tinha guardado a página.
Pergunto: qual é, assim, a vantagem de ter uma assinatura on-line? Se é apenas ler o jornal através do computador, posso-o fazer noutros jornais de leitura grátis. Se o que comento é censurado, pois assim me pareceu esta retenção, não será, por certo, este o jornal que me interessa assinar nem ler.
Outro problema que, por vezes, acontece nesta edição on-line é a deficiente apresentação gráfica das notícias ou, mesmo, a ausência delas como, por exemplo, a de toda a secção ‘Espaço Público’ num dia de uma das últimas semanas.
Creio que os leitores on-line devem merecer a mesma exigência de tratamento por parte do jornal.
Deixo, pois, à sua consideração este meu desabafo, ciente de que tudo fará pela melhoria das condições de funcionamento desta edição do PÚBLICO
", escreve Augusta Clara de Matos, uma leitora de Lisboa.

Pedi um esclarecimento ao responsável do PUBLICO.PT.

"1 – Os comentários dos assinantes do PUBLICO.PT às notícias do serviço ‘Última Hora’ são de facto publicados automaticamente, sem aprovação ou edição prévia por parte da Redacção.
Isso não significa que os comentários não possam ser editados ou retirados ‘a posteriori’, de acordo com os ‘Critérios Para Publicação de Comentários dos Leitores’ que constam da página http://www.publico.clix.pt/homepage/site/contactos/criterios/Comentariosartigos.asp.
A publicação é feita por um programa informático – sem qualquer intervenção humana.
Não são lidos nem vistos previamente por ninguém. Para que isso aconteça, porém, é necessário que o assinante faça o seu login, de forma que o sistema saiba que o leitor que está a enviar o comentário é um assinante.
Se o assinante não fizer previamente o seu login, o seu comentário irá para uma fila de espera para ser editado e aprovado. Se existe um atraso na publicação de um comentário de um assinante que fez o seu login, isso é devido a um problema técnico – o que é raro acontecer, mas acontece. É frequente que um assinante não veja o seu comentário aparecer simplesmente porque não tornou a ‘carregar’ a página. É necessário fazê-lo para que o conteúdo da página seja refrescado. Se o que aconteceu desta vez foi de facto um problema técnico e não um esquecimento de refrescar a página é evidente que se tratou de um erro nosso pelo qual só posso apresentar as nossas desculpas à leitora.
2 – As notícias do serviço ‘Última Hora’ e os respectivos comentários publicados nunca deixam ‘de estar acessíveis à leitura pública’.
O que acontece é que, passadas umas horas, deixam de estar destacadas na primeira página, pois são substituídas por notícias mais recentes. É evidente que isso retira visibilidade às notícias e aos seus comentários, mas é um problema inerente ao próprio fluxo de notícias. Mesmo quando a notícia deixa de estar destacada há várias maneiras de aceder a ela: folheando as secções do serviço ‘Última Hora’, através dos links das notícias relacionadas ou dos dossiers onde ela esteja incluída, através da pesquisa do site ou de um motor de busca, através dos tops de notícias.
3 – Quanto às vantagens de ser assinante do PUBLICO.PT elas vão muito para além da publicação de comentários não editados e podem ser consultadas, por exemplo, aqui: http://www.publico.clix.pt/homepage/tour/tour.htm
4 – O PÚBLICO não censura comentários.
Ou seja: não escolhe os comentários a publicar nem define a sua prioridade de publicação de acordo com o sentido das opiniões expressas, que é para nós irrelevante. Como se escreve nos ‘Critérios Para Publicação de Comentários dos Leitores’, ‘é irrelevante o sentido da opinião manifestada pelo leitor, mas não é irrelevante a argumentação que usa para a justificar. É evidente que um comentário cujo sentido não se compreende não se deve publicar.’
Não posso deixar de acrescentar uma nota mais pessoal sobre as acusações de censura que são, infelizmente, frequentes, quando um comentário ou uma carta não são publicados ou são publicados com atraso. A censura é um crime contra a liberdade de expressão. Uma acusação de censura é algo grave, que não deveria ser feito de ânimo leve. A visão conspirativa da sociedade e dos media é (mais uma vez infelizmente) comum entre os leitores, mas bastaria reflectir durante uns minutos para imaginar como a sua concretização seria difícil – mesmo que alguém sonhasse pôr um prática um tal sistema. Seria preciso que todos os jornalistas de um jornal tivessem a mesma opinião (não têm, como é manifesto nos textos de opinião que muitos assinam) e que houvesse uma coordenação exemplar entre todos. Muitos textos não são publicados porque não são considerados suficientemente bons ou interessantes. Outros não são publicados por falta de tempo para os editar ou para os avaliar. Outros, por erro de avaliação. Outros, ainda, por falhas técnicas de diversa índole. Seria gratificante que os leitores de um jornal concedessem aos seus jornalistas o benefício da dúvida e que discutissem as suas opções e erros de forma exigente, mas sem processos de intenção e sem recorrer a acusações injuriosas.
5 – Quanto à ‘deficiente apresentação gráfica das notícias ou, mesmo, a ausência delas’ que ocorre por vez na edição on-line só posso, mais uma vez, penalizar-me pela ocorrência e pedir a benevolência dos leitores na certeza de que esses problemas são por nós conhecidos, são tão irritantes para nós como para os nossos leitores, de que estamos a tentar resolvê-los e de que só ainda não o fizemos por muitos deles possuírem alguma complexidade técnica.
É evidente que ‘os leitores on-line devem merecer a mesma exigência de tratamento por parte do jornal’ que os leitores do papel e posso garantir-lhe que a merecem", respondeu José Vítor Malheiros.

As explicações são aceitáveis. E não é menos verdade que as perguntas dos leitores merecem resposta.

COMENTÁRIOS NÃO
"Eu trabalho no estrangeiro a maior parte do tempo e talvez por isso consulto muitas vezes a edição on-line do PÚBLICO.
Fico muitas vezes chocada com os comentários de leitores que são publicados nas edições on-line dos jornais portugueses. Um exemplo muito em particular é o de um comentário que estava anexo a uma notícia no Domingo, mas que, ainda bem, já foi apagado.
Trata-se da notícia com o título: ‘Espanha estabelece moratória de dois anos para entrada de romenos e búlgaros’.
Fico pelo menos contente que haja algumas pessoas que ficaram também indignadas com o comentário. Se bem que algumas ainda, apenas com a forma e não com o conteúdo.
Será que não há nada que o PÚBLICO possa fazer para evitar que este tipo de comentários seja publicado na edição on-line?
Será que é este YOU que a revista TIME premiou? O YOU lixo cibernético? Espero que não
", escreve Ângela Fernandes.

Pedi mais um esclarecimento a José Vítor Malheiros.

"Os comentários dos leitores são editados e apenas publicados depois de uma aprovação da equipa editorial. Os comentários dos assinantes são porém publicados automaticamente e apenas editados ‘a posteriori’. A razão para esta decisão é de duas ordens:
1 – Consideramos que um assinante é alguém que possui um interesse pela actualidade que o torna (em média) alguém mais informado, de espírito cívico mais apurado e particularmente interessado numa troca de ideias viva e séria.
2 – Conhecemos a identidade dos nossos assinantes, o que nos permite responsabilizá-los caso se verifique nalgum comentário um problema de acusação de ordem criminal ou difamação de terceiros.
Acontece por vezes que alguém se apodera da palavra-chave de um assinante e a usa para publicar comentários impróprios. Quando isso acontece, anulamos a palavra-chave original, pedimos ao assinante para escolher outra e pedimos-lhe mais cuidado na sua protecção contra usos indevidos", respondeu o responsável do PUBLICO.PT.

As explicações parecem aceitáveis.

Bom Ano. E Boas notícias.

PS: O PÚBLICO renovou o mandato do provedor.

 

CONTACTOS DO PROVEDOR

Os leitores podem contactar o provedor através do seguinte endereço electrónico: provedor@publico.pt

Contacto alternativo:
PÚBLICO
Rui Araújo
Provedor do leitor
Rua Viriato, 13
1069-315 Lisboa

A MISSÃO DO PROVEDOR
1. Avaliar a pertinência das queixas, sugestões e críticas dos leitores, produzindo as recomendações internas que delas decorrerem;
2. Esclarecer os leitores sobre os métodos usados e os factos relevantes envolvendo a edição de notícias que suscitem perplexidade junto do público;
3. Investigar as condições que levaram à publicação de notícias ofensivas dos direitos dos leitores;
4. Transmitir aos leitores, à Redacção ou à Direcção do PÚBLICO a sua reflexão sobre eventuais desrespeitos pelas normas deontológicas que ocorram no jornal.

domingo, dezembro 24, 2006 

AS OUTRAS CARTAS AO PROVEDOR

Revelo, hoje, mais uma parte da profícua correspondência que recebi no espaço de 12 meses.
Desde que assumi o cargo de provedor recebi 25 cartas e 1904 mensagens electrónicas com sugestões, críticas, solicitações e, por vezes, propostas surpreendentes.


É PERTINENTE
“Inquérito (do PÚBLICO): ‘A sua ceia inclui bacalhau?’
Para quando, o pedido de palpites sobre a cor das cuecas do Presidente da República?”, sugere J. Barradas.

É DE AMIGO…
“A leitura ou o reencaminhamento desta mensagem pode ser motivo de uma condenação à morte, a sua alma poderá ficar a arder no inferno durante toda a eternidade. Para salvar a sua imunda alma de ocidental o melhor é apagar já esta mensagem sem sequer a ver. Eu avisei. Continue por sua conta e risco”, adverte o leitor A. L.

É CASCAIS
“Num estabelecimento em Cascais recusaram servir-me um café porque ia pagar com moedas de 1 e 2 cêntimos. É legal? O que fazer perante esta situação?”, pergunta Rosalina Barbosa.

É JUSTO
“O PÚBLICO é um dos jornais menos manipulados do planeta. Era justo uma reportagem de investigação sobre o General Uchoa, que na década de 70 teve contactos físicos com extraterrestres em Alexânia, Goiás. O General escreveu o livro MERGULHO NO HIPERESPAÇO onde já falava nos buracos de minhoca”, indica o leitor Moloi.

É BEM VISTO
“Tirei uma fotografia ao céu por cima da minha casa, em que uma nuvem formava uma imagem assustadora no contexto mundial em que nos encontramos: um pássaro enorme que deixa rasto, como que a espalhar o ‘pânico’ da gripe das aves.
Gostava de saber se o PÚBLICO tem alguma rubrica em que queira incluir a foto (com os devidos direitos de autor), ou se fazem concursos de fotografia semanais ou mensais, em que possa concorrer. Acho que é uma foto interessante”, considera Carina Vieira.

É DE TODOS?
“Como é sabido de todos, jóias da Coroa Portuguesa emprestadas à Holanda em 2002 foram roubadas no decurso das exposições levadas a cabo naquele país, um caso vergonhoso de falta de cuidado das autoridades holandesas, mas também e sobretudo de negligência das autoridades portuguesas, as quais nunca deviam ter deixado sair as jóias para fora do território nacional.
Seja como for, finalmente e ao fim de 4 longos anos, as seguradoras vão pagar ao Estado Português, mas o Governo não parece inclinado a empregar o dinheiro na execução de cópias exactas dos originais roubados, ficando o povo português defraudado de património nacional que é pertença de todos”, denuncia Luís Guerreiro, um leitor de Almada.

É INTERESSANTE
“Não pretendendo de algum modo criticar, antes pelo contrário, pois a sua carreira profissional ‘fala’ por si mesma, apenas enviar-lhe algo que escrevi, e quem sabe, exista, algum dia, interesse em ser publicado.

Diante dum escrito destino
Na certeza de querer mudar
As portas que sempre as mesmas
Lembram um dia e um lugar
Que jamais pôde existir
Pois nunca foi verdade
E agora que o tempo passou
A idade do tempo findou
E no seu lugar ficou a história
Que talvez um dia eu fosse encontrar
Nas memórias do lembrar
Da verdade de amar
Ficou do meu querer a recordação
E do meu modo de estar
Apenas uma forma de amar”

escreve Pedro Dinis Reis Moreno, um leitor da Covilhã.

É DE PERGUNTAR
“1-Agradeço a todos os seus génios/doutores/engenheiros/analistas políticos pelo conhecimento do estado a que chegou a nação portuguesa, e pelo conhecimento dos factos e da realidade portuguesa!
2-É preciso alterar urgentemente o estado das coisas a que isto chegou!
3-Em tempos normais o mal deve ser combatido pelo bem, nos dias de hoje, bem...
4-Sou conservador e nacionalista e não compreendo os vossos conceitos estereotipados/esquerda/direita, nem a denúncia urgente da incompetência que os mesmos têm gerado ao longo dos anos?
5-Existe algum jornalista isento no vosso jornal sem ligação ao PS/PSD, e que conheça a realidade em que 78% do povo vive?

P.S. Se algum génio/dr/eng/analista/político/financeiro/economista, perguntar quem é este idiota, diga-lhe apenas que tenho 117/Q.I. e que sou formado em astrofísica/quântica! Apesar de tudo, um abraço!” esclarece Victor Lisboa.

É LISBOA
“Solicito, por este meio, ajuda para resolver um grande problema existente na artéria onde resido.
Na Av. Gomes Pereira (freguesia de Benfica) são poucos os prédios que possuem garagem e as que existem estão ocupadas por Igrejas ou são privadas.
Deviam autorizar o estacionamento dos carros dos residentes nesta avenida.
Já foram feitas diversas diligências no sentido de se resolver o problema, mas não passaram disso mesmo: tentativas. Continuamos sem lugares para estacionar e as multas não são solução...
Necessitamos mesmo de ajuda. Agradecia resposta e uma possível resolução do problema”, propõe Ermesinda Pereira.

É UM SONHO
“Quinta-feira passada, enquanto tomava café numa esplanada perto do local onde vivo em Coimbra, jorraram-me palavras sobre Portugal, compus um breve poema, entretanto, ligeiramente retocado.
Lembrei-me do sonho de Fernando Pessoa, na sua magnífica obra ‘Mensagem’, e resolvi dedicar-lhe o seguinte:

Um sonho – Portugal

Sentado nesta esplanada,
Lembro teus versos, Pessoa.
Palavras sábias, pessoa amada…
Tudo sonhaste, tiveste nada!

Teu sonho, o ‘Quinto Império’
Espírito acima de interesse.
Partiste sem nada ver,
Humilhado pelo mundo,
Pela estranha forma de ser!

Todos nós temos sonhos,
Muitos por concretizar,
Mas todos juntos conseguimos,
Por este mundo sujo a pensar.

Império espiritual, pensavas
Longe disso estamos…
Hoje só a guerra, Sofrimento
Milhares que se abrigam ao relento.

Dinheiro que gere o mundo,
Ouro negro mata milhões,
Poucos controlam o mundo,
Os outros possuem tostões!

Recordo tuas palavras,
O espírito da tua mensagem…
Leio na minha cabeça

‘Falta cumprir-se Portugal.
É a hora!’

Coimbra, 19-05-2006
Aguardo notícias vossas, para além das que leio todos os dias”, escreve Luís Gabriel Massapina Rodrigues, estudante na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

É POLIVALÊNCIA
“Será uma boa notícia. Uma jovem de nome Ana Rita F. com apenas 20 anos já frequenta o mestrado em finanças na Universidade Nova de Lisboa e uma das coisas engraçadas é que ainda hoje ela ajuda o pai numa tasca em Almada ao balcão e mesas. É muito bonita e humilde. Sou um cliente habitual e como penso que deve ser a única estudante com 20 anos a tirar já o mestrado e sou leitor do PÚBLICO lembrei-me de dar uma dica”, indica o leitor cibernauta Xoamizade.

Bom Natal.

PS- O endereço electrónico do provedor continua a ser: provedor@publico.pt

domingo, dezembro 10, 2006 

O NOVO PÚBLICO

"Anuncia-se uma remodelação do PÚBLICO, alegadamente em consequência da análise dos resultados do jornal por parte da administração da empresa.
Ou seja, está em causa a estrutura editorial do PÚBLICO.
Ou seja, está em causa um ‘contrato’ de confiança estabelecido entre um projecto e uma prática editoriais e aqueles que o justificaram, justificam e justificarão, os que compram e lêem o PÚBLICO.
O Provedor dos Leitores é, por definição – pelo menos, também – um intermediário entre o Jornal e o seu público.
Sem pôr em causa a legitimidade da intervenção da administração da empresa proprietária do PÚBLICO em termos de ponderação dos referidos resultados e de resposta estratégica a eventuais resultados menos positivos, pergunto se não seria interessante que o Provedor abrisse um debate entre os leitores, com a participação dos responsáveis editoriais, e até eventualmente da própria direcção empresarial, sobre a estrutura, o desempenho, o futuro do PÚBLICO?
Naturalmente, no quadro da revolução e da crise que a imprensa mundialmente experimenta
", sugere o "leitor de sempre" Artur Portela, de Lisboa.

"Esperemos, muito sinceramente, que as alterações sejam só para aumentar vendas e eventualmente publicidade, mas mantendo sempre a qualidade, a que nos habituou. Porque se o PÚBLICO, é um jornal feito para dar lucro, mais que merecido e devido à SONAE, e está totalmente fora de questão que assim não deva ser, também seria pena, poder perder toda a qualidade que tem, e tal espaço que ganhou ao longo destes anos. Eventualmente se assim for, talvez até aumente as tiragens diárias, talvez venda mais, mas vai deixar de ser lido por muitos dos actuais leitores que o têm como referência. (…)
O PÚBLICO, merece ser sempre o PÚBLICO, pela referência qualitativa, informativa e até formativa que tem tido, e é isso que se espera, ou melhor é nesse campo que se presume que venha a aposta de vender mais, de vender qualidade, de não perder referências, que é algo que está a acontecer em demasiadas áreas, e é muito mau, porque o país, tem que se virar em todas as áreas para a qualidade tem que saber fazer muito bem, e não olhar só para a quantidade, somos demasiado pequenos para irmos em frente se não o fizermos muito bem, e com muita qualidade.
Esperemos que o PÚBLICO seja sempre o que ainda hoje é, e se não for possível revelar tudo, começar a dar-nos algumas ‘dicas’ do que vai ser amanhã
(…)", propõe Augusto Küttner de Magalhães, do Porto.

"Encaminho-lhe nesta mensagem electrónica uma outra que enviei ao director do jornal no dia 17 de Setembro. Nessa data solicitei a José Manuel Fernandes que publicasse nas cartas do leitor o texto que anexo.
Desta feita, não venho solicitar-lhe que interceda junto do director para a sua publicação nem venho protestar contra a não publicação. Venho apenas reflectir sobre a situação que se vive nesse jornal, com o anúncio de uma reformulação editorial e gráfica profundas e de despedimento de profissionais.
Para debater este tema, anexo a minha mensagem ao director pelo seguinte: – Apesar de o meu texto ser anterior ao mais recente anúncio de reestruturação, faz críticas a processos semelhantes ao que se vive actualmente no PÚBLICO. E a minha interpretação é a de que não foi publicado por isso mesmo. Alicerço esta minha convicção no facto de o PÚBLICO ter vindo a ocultar dos seus leitores aquilo que tem em preparação. Assim, envio-lhe este texto porque lamento a forma como o PÚBLICO tem silenciado aquilo que se passa dentro das suas portas. Pode mesmo dizer-se que os leitores do PÚBLICO são os menos e pior informados acerca das transformações que o seu jornal irá sofrer. Diz José Manuel Fernandes, em declarações a outras publicações, que as mudanças pretendem ir de encontro aos desejos dos leitores do jornal. Mas que desejos são esses? Como podem os leitores do jornal expressar as suas opiniões? Não seria mais correcto noticiar o que se passa, quais os caminhos que se querem trilhar e abrir as páginas aos contributos, opiniões, sugestões e críticas dos leitores? Venho, assim, apelar ao provedor para que interceda junto da direcção do jornal de modo a que os leitores possam ser parte activa na remodelação em curso
" escreve José Carlos Gomes, "licenciado em Comunicação Social, jornalista desempregado e actual assistente numa loja de telemóveis".

Eis a carta enviada ao director: "(…) Onde os jornais podem ganhar é no aprofundamento. Para isso tem de haver investimento. Em qualidade e em quantidade. É preciso abrir mais vagas nos jornais, de modo a que os mais novos possam escrever as notícias e os jornalistas seniores fiquem libertos dessa tarefa para a investigação e para a contextualização. Ao contrário do que tem sido a norma, é preciso mais e melhor texto. É certo que o ritmo do dia-a-dia não permite que todas as pessoas leiam o jornal de fio a pavio. Mas não é isso que se pretende. Todos os dias há assuntos com peso social e com atractividade para vários públicos, assim sejam bem trabalhados. Um leitor pode ser seduzido e fidelizado por um jornal porque sabe que ocorreu determinado acontecimento e que o seu jornal irá contextualizá-lo e fornecer-lhes dados e opiniões que televisões, rádios e internet não lhe deram. Mas para isto, repito, é preciso recursos humanos capazes. Talvez não fosse má ideia acabar com as cunhas e começar a recrutar os melhores. Não sei se haverá área tão fechada em Portugal como o jornalismo. Desconfio que não existe outra actividade profissional onde a competência e a formação contem tão pouco e na qual os conhecimentos e o ‘amiguismo’ sejam tão determinantes. Basta fazermos um exercício: quantos dos melhores alunos dos cursos superiores de comunicação conseguem um simples estágio num jornal? Compare-se com o número de familiares e amigos de jornalistas no activo que conseguem colocação e percebe-se que o mal vem da base. Em suma, a imprensa só terá futuro investindo na qualidade e nas suas especificidades. Reduzir a mancha de texto, aumentar a cor e as imagens não é o caminho. Assim como não é caminho, pelo contrário, é quase suicídio, banalizar o produto jornal, fazendo dele veículo para a venda e/ou a oferta de pulseiras, talheres, louças e outras coisas que tal. Um jornal é informação, conhecimento, cultura, mas também entretenimento. Doses equilibradas de livros, discos e DVD podem ser uma maneira de complementar o jornal. Mas convém sempre que se venda o conteúdo da publicação e não que se tente impingir os jornais juntamente com outros produtos. A forma como se têm feito campanhas em Portugal é mais ou menos como dizer: ‘isto, como jornal, não vale nada, mas se queres um talher com banho de ouro ou um DVD da moda, tens de levar com o nosso pasquim’. Assim não vamos lá", conclui o leitor de Ermesinde.

Pedi um esclarecimento ao director.

"1. O PÚBLICO não tem ocultado dos seus leitores as mudanças que tem em preparação. Anunciou-as e definiu as linhas mestras do que deverá ser o novo jornal, designadamente num editorial.
2. O PÚBLICO avalia regularmente o grau de satisfação dos seus leitores através de sondagens e de estudos qualitativos em que especialistas conversam com leitores do jornal de forma mais aprofundada sobre as suas impressões, as suas preferências, as suas necessidades e as suas críticas. Essas metodologias são mais rigorosas do que consultas ad-hoc como as que poderíamos realizar, por exemplo, tendo por base o nosso site na internet. Para além disso reunimos e analisamos a muita correspondência que recebemos e que constitui sempre um barómetro do estado de espírito dos leitores relativamente ao seu jornal.
3. Os leitores do PÚBLICO sempre puderam expressar as suas opiniões e sempre abrimos a nossa página de cartas a elogios e a críticas.
Podem escrever ao director, tal como podem escrever ao Provedor, o que de resto fazem com estimulante frequência e qualidade. Não estamos nem estaremos fechados a sugestões, e muitas das que recebemos nos últimos meses de muitos leitores foram consideradas na reflexão interna.
4. O processo de reinvenção do PÚBLICO foi passando por diferentes fases de maturação.
Há muitas ideias que ainda estão a ser testadas internamente ou através da consulta, realizada de forma profissional e representativa, aos nossos leitores. Vamos revelar gradualmente algumas das opções que tomarmos, mas haverá sempre surpresas que guardaremos para a altura do lançamento do jornal renovado. Não podemos especular, como têm feito alguns dos nossos concorrentes, antes dar informação segura e rigorosa, pelo que se outros desejam queimar etapas mesmo publicando imprecisões ou mesmo inverdades, a nossa relação com os leitores exige que, quando dermos notícias mais concretas sobre as novidades elas reflictam exactamente aquilo em que estamos a pensar e que podemos partilhar com todos.
5. Em síntese: as nossas páginas, o nosso site e o blogue do Provedor sempre estiveram abertos às sugestões ou às críticas dos nossos leitores; já estamos a consultar os leitores, mas utilizando métodos fiáveis, como as sondagens, e não métodos que podem ser divertidos mas não são científicos, como o tipo de consultas que realizamos habitualmente no nosso site; queremos ouvir a opinião dos leitores mas também desejamos surpreendê-los.
Aplaudimos a vontade manifestada por muitos leitores de expressarem as suas opiniões e continuaremos a acolhê-las, estimulando, como fazemos noutros domínios, a troca de pontos de vista divergentes. Pelo lado do PÚBLICO, vamos dar mais notícias em breve. Aos leitores estão abertos todos os canais de sempre. E o Provedor também se disponibilizou, para no blogue ou na sua coluna semanal, mediar ou animar essa troca de ideias", respondeu José Manuel Fernandes.

O provedor só pode estar disponível para mediar ou animar o diálogo entre os leitores e a Direcção sobre a remodelação anunciada. É a identidade (ou a integridade) de um projecto editorial e um contrato moral que estão, hoje, em causa. O provedor não tem competência para se pronunciar sobre as mudanças (?), mas não pode ignorar as dúvidas, as apreensões e as perguntas dos leitores.

domingo, dezembro 03, 2006 

QUEM DÁ MAIS...

O sócio-gerente da firma Partis Serviços Lda, Gonçalo Sequeira Braga, comunicou ao director e ao provedor do PÚBLICO “o comportamento incorrecto dum jornalista”.

“1. A minha empresa de consultoria elaborou um Relatório sobre ‘O Mercado
do Transporte Ferroviário – Portugal 2006’, o qual contou com a colaboração de dezenas de personalidades e colaboradores consultores especializados em diversas áreas. Este Market Survey será comercializado a partir de Setembro.
2. Dado que o Relatório contém informação e conclusões que podem ser
do interesse público, contactei diversos jornalistas ligados a vários jornais,
para acordar a divulgação noticiosa do lançamento do Relatório. Com todos
os jornalistas referi que poderia dar exclusividade jornalística à divulgação
noticiosa do Relatório, tudo dependendo da cobertura que fosse dada ao
lançamento do referido documento. A todos informei da data do lançamento
comercial e disse ainda que a divulgação noticiosa deveria ocorrer por volta de 7 ou 16 de Setembro.
3. Nas diversas conversas que tive com os jornalistas apresentei o Relatório e as suas principais informações e conclusões, de forma a que os referidos jornalistas pudessem avaliar do interesse jornalístico do Relatório e, assim, pudessem apresentar as condições de divulgação no seu jornal. Em relação a todos ficou acordado que nada seria publicado, enquanto não tivéssemos chegado a acordo sobre as condições da divulgação.
4. Tive informações de que no PÚBLICO o especialista em matéria ferroviária era o senhor Carlos Cipriano, tendo-o contactado para promover uma reunião. Desde logo na conversa telefónica lhe expliquei o que pretendia. Em 17 de Agosto passado tive no meu escritório uma reunião com o senhor Carlos Cipriano, durante cerca de uma hora e meia, em que lhe fiz uma profunda apresentação do Relatório. No termo da reunião insisti com a ideia de que estava em conversações com vários jornais e de que nada poderia ser publicado sem chegarmos a acordo sobre as condições de
divulgação, até porque poderia decidir dar a exclusividade do lançamento a um jornal. Só depois deste é que seria emitido um ‘press release’ (comunicado de imprensa, nota do provedor) com alguma informação geral sobre o Relatório para a generalidade dos órgãos de informação. Ficou ainda dito que entraria em contacto com o senhor Carlos Cipriano durante a semana seguinte, para definir uma posição, o que não aconteceu por
impossibilidade minha.
5. Hoje, logo ao princípio da manhã, falei ao senhor Carlos Cipriano para o
informar que iria dar a exclusividade da divulgação a outro jornal e referi
que, assim, nada se publicaria no PÚBLICO, antes como é óbvio da saída do
‘press release’ geral. Não me foi possível falar com ele, mas deixei mensagem no seu telemóvel.
6. Ao fim da manhã sou informado por um amigo meu que a edição de domingo do PÚBLICO publicara uma notícia sobre o Relatório assinada pelo
senhor Carlos Cipriano. Fui comprar imediatamente o jornal e não quis acreditar no que estava a ler.!?!
7. (...) O comportamento do senhor Carlos Cipriano viola as mais elementares regras da deontologia jornalística, quebrando um ‘gentleman
agreement’ (acordo de cavalheiros, nota do provedor) entre nós acordado
sobre a publicação ou não publicação das informações e das conclusões do
referido Relatório. Em dezenas de anos de actividade profissional, com intenso contacto com a imprensa, é a primeira vez que um jornalista acorda comigo uma coisa e depois falta à palavra dada.
Estou profundamente magoado com esta atitude do senhor Carlos Cipriano,
jornalista do PÚBLICO, atitude essa que de forma alguma o dignifica, antes
pelo contrário. E penso que tal atitude também prejudica gravemente a credibilidade e respeitabilidade dum órgão de informação como o PÚBLICO.
8. Desejo ainda acrescentar que a notícia contém erros grosseiros.
Não é verdade que o Relatório conclua que não há dinheiro para os investimentos anunciados.
Não é verdade que Sequeira Braga não vislumbre rentabilidade para o
projecto Alta velocidade.
Tais afirmações não foram feitas por mim. Tais afirmações não encontram
fundamento no texto do Relatório
.”

O provedor solicitou um esclarecimento ao jornalista.

“Confirmo que fui contactado por Sequeira Braga para este me apresentar
um estudo por ele elaborado sobre o mercado do transporte ferroviário
em Portugal.
Durante hora e meia falou-me do seu trabalho, tendo eu feito inúmeras
perguntas e preenchido 5 folhas A4 com apontamentos. Consultei algumas vezes o documento (constituído por umas boas centenas de páginas) e dele retirei também algumas notas.
Ao contrário do que afirma, nem antes nem durante a entrevista, me pediu
para nada escrever sobre o assunto.
No final da conversa, e quando estava já prestes a sair, perguntou-me qual
o destaque que eu poderia dar ao seu livro na minha peça. Expliquei-lhe que
tal passaria pelo crivo do editor, que ajuizaria do interesse da matéria, mas
que não tinha dúvidas de que haveria ali notícia. E resumi-lhe até três ideias-força que tinha retirado da conversa e sobre as quais tencionaria escrever:
– A dificuldade no financiamento dos investimentos na alta velocidade;
– A pouca expressão do transporte de mercadorias por caminho-de-ferro em Portugal e o papel da CP nesse segmento;
– A semelhança entre a liberalização do mercado das telecomunicações e a do mercado do transporte ferroviário.
Expliquei-lhe que seguramente abriria o texto com uma destas ideias, mas quanto ao destaque a dar à peça, nada lhe poderia (nem quereria) prometer.
Sequeira Braga voltou a insistir sobre a importância que o PÚBLICO daria à notícia, tendo-lhe voltado a explicar que isso dependia de várias factores, entre eles os critérios do jornalista e os do editor, bem como da actualidade do dia e do espaço disponível no jornal. E acrescentei, meio a brincar, que estando em pleno Agosto, e dada a escassez de notícias relacionadas com a Economia (secção à qual se destinava o artigo) na época de Verão, até era provável que o artigo tivesse um destaque razoável.
Foi então – só no final da conversa – que me pediu para não escrever nada ‘para já’, prometendo ligar-me ‘no início da próxima semana’. Respondi-lhe, mostrando-lhe os apontamentos, que tencionava escrever sobre o assunto uma vez que já investira a manhã naquela entrevista, mas que não me importava de esperar alguns dias, até porque ficara no ar a promessa de que
me faria chegar uma cópia integral do seu trabalho se o PÚBLICO ficasse com o exclusivo.
Despedimo-nos amavelmente. Durante toda a conversa houve sempre cortesia, não tendo havido qualquer momento de tensão.
Durante a semana seguinte não tive nenhum contacto de Sequeira Braga (como o próprio confirma na sua carta) pelo que, após ter exposto o assunto ao editor, este acertou comigo que eu faria uma peça de 3500 caracteres sobre os dois primeiros pontos acima descritos.
A mesma foi inserta na edição do PÚBLICO de 27/08/2006, embora em formato muito reduzido porque se cortou uma caixa em que se falava no transporte ferroviário de mercadorias (provavelmente por falta de espaço), ficando a peça reduzida a 2500 caracteres.
No dia seguinte tinha uma mensagem de Sequeira Braga no telemóvel a dizer que não queria que publicasse nada sobre o seu livro porque tinha ‘chegado a acordo’ com outro jornalista.
Era tarde. Sequeira Braga dissera que me telefonaria no início da semana seguinte, mas só estava a fazê-lo na semana posterior.
Mas ainda que fosse a tempo, eu não deixaria de publicar o artigo porque nunca assumi nenhum compromisso nesse sentido. E ter-lhe-ia explicado que ele teria todo o direito de tentar ‘vender’ o seu livro ao jornal ou jornalista que lhe prometesse mais destaque, mas que na imprensa séria a publicação de uma peça e o relevo que se lhe dará não devem ser negociados com a fonte, mas
dependem de critério editoriais. Ainda por cima, no caso em apreço, tratava-se de uma matéria que, além do seu interesse noticioso, era também um produto comercial que Sequeira Braga queria promover e vender.
Ao jornalista interessava-lhe o resultado do trabalho do investigador Sequeira Braga, do ex-secretário de Estado de um governo da República, que publicara um trabalho sobre o mercado do transporte ferroviário; não lhe interessava a mercadoria produzida pelo empresário Sequeira Braga.
São abordagens diferentes para um mesmo ‘objecto’. O jornalista procura num livro de 800 páginas aquilo que é notícia; o empresário quer promover nos jornais o seu produto.
Na tarde desse dia recebi um telefonema de Sequeira Braga que me surpreendeu pela sua violência, tendo-me dirigido uma série de insultos porque alegadamente eu falhara um acordo que – repito – não me havia sido proposto nem eu nunca teria aceite.
E foi isso que lhe recordei, tendo aproveitado para lhe perguntar se havia algo no conteúdo da peça que ele não subscrevesse e/ou que não tivesse a ver com o conteúdo do seu trabalho, ao que ele respondeu que quanto a isso o artigo estava correcto e correspondia ao sentido da nossa conversa.
E é aqui que Sequeira Braga me desilude profundamente: no ponto 8. refere erros grosseiros na minha peça e desmente as afirmações que proferiu, quando, antes, apesar de visivelmente contrariado, tivera a hombridade de me afirmar que o conteúdo da peça correspondia grosso modo aquilo que nós conversáramos.
Em suma:
1.Sequeira Braga não fez com o jornalista nenhum acordo sobre a não publicação da peça (se o tivesse proposto de forma clara e inequívoca, o jornalista ter-lhe-ia dito que não)
2. A peça relata fielmente as informações por ele transmitidas sobre o seu relatório referente ao mercado do transporte ferroviário em Portugal, como o próprio admitiu quando me telefonou”, respondeu Carlos Cipriano.

CONCLUSÃO

O provedor considera que a Partis Serviços devia ter indicado (logo no
início da conversa) ao jornalista de que se tratava de uma conversa “off the record”. Uma informação revelada em “off” não pode ser reproduzida.
A firma não invocou o “off” no início do encontro e comprometeu-se, por
outro lado, a entrar em contacto com Carlos Cipriano na semana seguinte,
mas não o fez.
A credibilidade da imprensa (à semelhança da credibilidade das fontes) passa pela transparência. A Partis Serviços optou por leiloar o relatório. É uma opção comercialmente legítima, mas a firma não pode obrigar os jornalistas a participar no leilão. As empresas têm interesses que defendem e o jornalismo tem regras. A informação ainda não é uma mercadoria, é um serviço.
Quanto ao conteúdo do relatório o provedor não tem competência para se pronunciar porquanto não teve acesso ao mesmo – e a sua missão não contempla essa pesquisa.
O jornalista Carlos Cipriano actuou, portanto, de forma legítima.

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  • O blogue do Provedor do Leitor do PÚBLICO foi criado para facilitar a expressão dos sentimentos e das opiniões dos leitores sobre o PÚBLICO e para alargar as formas de contacto com o Provedor.

    Este blogue não pretende substituir as cartas e os e-mails que constituem a base do trabalho do Provedor e que permitem um contacto mais pessoal, mas sim constituir um espaço de debate, aberto aos leitores. À Direcção do PÚBLICO e aos seus jornalistas em torno das questões levantadas pelo Provedor.

    Serão, aqui, publicados semanalmente os textos do Provedor do Leitor do PÚBLICO e espera-se que eles suscitem reacções. O Provedor não se pode comprometer a responder a todos os comentários nem a arbitrar todas as discussões que aqui tiverem lugar. Mas ele seguirá atentamente tudo o que for aqui publicado.

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