« Página inicial | NOTAS DISPERSAS » | O OVO DA SERPENTE » | NÚMEROS E CULTURA » | IN MEMORIAM » | A ONDA DO DEIXA ANDAR » | O PROVEDOR DOS PORMENORES » | TRIBUNAL PÚBLICO » | DESCULPEM, ESTOU DE VOLTA... » | MENSAGEM DO PROVEDOR » | IGNORÂNCIA E NEGLIGÊNCIA » 

domingo, novembro 11, 2007 

INTERNET E JORNALISMO

A pergunta (‘Achou este artigo interessante?’) apresentada no final das notícias do PÚBLICO on-line continua a suscitar interrogações.

“Sendo leitora assídua do PÚBLICO On-line, sugiro a alteração da frase ‘Achou este artigo interessante?’ que aparece sempre no fim de cada notícia. A razão desta sugestão prende-se com o facto de a sua formulação, por vezes, não se adequar ao assunto, por exemplo: na notícia ‘morreram 330 pessoas no Peru’ e, a seguir a dita pergunta. Não seria melhor perguntar: ‘Achou este artigo útil, com interesse’, etc.”, escreve Ana Cardoso Santos, uma leitora de Lisboa.

“Escrevo-lhe com uma questão simples que nem pretende ser uma crítica. Apenas algo que me intriga.
Nos artigos disponíveis na versão on-line do PÚBLICO, podemos encontrar a seguinte questão ‘Achou este artigo interessante?’, seguida de uma caixa para assinalar a hipótese ‘Sim’.
Não existe a possibilidade de dizer ‘Não’, nem qualquer outra.
O que me intriga aqui é qual a utilidade desta questão.
Porque apenas interessa quantos acham interessante?
Na área de ‘Feedback’ é explicado que a questão se destina à produção de estatísticas e tops de textos considerados interessantes.
E é isto que me intriga ainda mais, como se produzem estatísticas só com os votos de que achou interessante?
Se for do seu pelouro, por favor esclareça-me”, pede Manuel Ferro.

Solicitei, portanto, um esclarecimento a António Granado, editor do PÚBLICO on-line.

“‘A pergunta ‘achou este artigo interessante?’ permite-nos saber se o leitor achou o artigo interessante.
Há artigos onde os leitores assinalam muito poucas vezes essa opção, há outros que são assinalados larguíssimas centenas de vezes. Isto permite-nos saber, e também a todos os nossos leitores (uma vez que essas estatísticas são públicas e podem ser vistas no final de cada notícia), quais as notícias que mais interessaram os nossos leitores depois de as lerem. O que é diferente de saber quais as notícias que foram mais lidas.
Deveria a pergunta conter também a hipótese ‘não’? Ponderámos essa opção no início, mas entendemos que a quantidade de informação que poderia vir dessa resposta não justificava o possível ‘spam’ (respostas ‘não’ em série) que alguns artigos sobre temas mais sensíveis (clubísticos, partidários, etc.) poderia originar. Estamos a pensar novamente sobre este tema, depois de várias sugestões de leitores”, respondeu o editor.

O provedor considera que aquilo que está causa não é a possibilidade de os leitores responderem “sim” e “não”, mas a existência do próprio inquérito.
A pergunta “Achou este artigo interessante” é perversa no plano do jornalismo, porquanto os jornais podem optar por dar aos cidadãos aquilo que eles querem. A informação passaria a ser mais uma mercadoria, deixaria de ser um serviço. Nas sociedades democráticas, o “interesse do público” não pode substituir-se ao “interesse público”.

“Em diversos momentos enviei comentários a notícias publicadas no jornal on-line que não foram divulgados. Normalmente, os comentários que envio, procuram ser objectivos, não dirigidos a uma pessoa específica, evitando linguagem menos apropriada, mas criticando sem receio (ainda) aquilo que considero errado nas diversas áreas da sociedade portuguesa, destacando aqui a ineficiência e iniquidade da justiça e a improdutividade, numa perspectiva de retorno, do sector de investigação e do ensino superior. Mais, também denuncio o desempenho dos designados jornalistas, que actualmente não são mais do que estafetas, ou seja, são o veículo de transmissão do emissor para o receptor (leitor) sem lhe acrescentarem qualquer mais valia. Neste domínio sou, reconheço, um pouco relapso, já que as críticas são muito menos que as devidas.
Como comecei por informar, muitas das vezes os comentários não são publicados, o que me legitima concluir que há censura (política e outra) na redacção do jornal.
Estarei errado?”, pergunta Mário Alpalhão.

Pedi mais um esclarecimento ao editor do PÚBLICO on-line.

“O PÚBLICO não faz censura. Na nossa base de dados, que tem 142.526 comentários, encontrei 29 seus (1 foi publicado por duas vezes). Não existe qualquer comentário seu que tenha sido alguma vez reprovado.
As diferenças entre as horas de envio e publicação acontecem, como está explicado nos Critérios de Publicação de Comentários – http://www.publico.clix.pt/homepage/site/contactos/criterios/Comentariosartigos.asp, porque nem sempre há disponibilidade para ver as centenas de comentários que recebemos diariamente com a celeridade que desejaríamos.
Junto a lista completa dos títulos dos seus comentários com datas e horas exactas de envio e de publicação”, responde António Granado antes de acrescentar: “Devido à gravidade das acusações – as mais sérias que se podem fazer a um jornalista - agradeço que a minha resposta a esta queixa ao Provedor seja publicada na íntegra numa das próximas crónicas de domingo”.

O leitor não tem razão.
Não há comentários (nem artigos) objectivos.
Os “
designados jornalistas” são jornalistas. E os jornalistas sérios não são “estafetas” de ninguém nem de coisa alguma.
O leitor não pode falar em “censura”.
É importante referir, por outro lado, que se os comentários não tivessem sido publicados, o leitor continuaria a não ter legitimidade para acusar o PÚBLICO de “
censura (política ou outra)”. Os jornais publicam o que querem. E regem-se por critérios editoriais.
Só me resta concluir que o leitor formula processos de intenções gratuitos. É pena.



Eis a lista completa dos comentários do leitor que foram publicados:

Título: Inversão do ónus da prova
Data criação: 15-08-2007 13:49:00
Data aprovação: 15-08-2007 16:13:00

Inversão do ónus da prova
15-08-2007 0:05:00
15-08-2007 16:29:00

Cegueira
04-08-2007 1:08:00
04-08-2007 17:42:00

Impunidade
01-08-2007 12:06:00
01-08-2007 13:06:00

Com alguma razão. os grandes investimentos estão...
03-04-2007 23:55:00
04-04-2007 13:24:00

Está mesmo o Público interessado nos comentários...
10-03-2007 20:40:00
11-03-2007 14:15:00

Sempre foi para mim um mistério...
09-03-2007 9:51:00
09-03-2007 11:33:00

Depois de alguma informação e muita desinformação...
09-02-2007 0:31:00
09-02-2007 8:57:00

O país precisa de reformas
09-02-2007 0:07:00
09-02-2007 8:58:00

Não acredito que alguém tenha ficado surpreendido...
09-01-2007 15:18:00
09-01-2007 15:20:00

Uma medida que não podia ser mais acertada. Só pec...
13-12-2006 17:31:00
13-12-2006 17:41:00

August Pinochet nunca imaginou que poderia ser vít...
27-11-2006 22:59:00
27-11-2006 23:12:00

Suponho que mais uma vez um comentário meu não ser...
27-11-2006 22:18:00
27-11-2006 23:15:00

É pena que o Ministério da Cultura não disponha de...
21-11-2006 12:02:00
21-11-2006 14:12:00

NOJO... é ainda insuficiente para mostrar o meu...
21-11-2006 10:50:00
21-11-2006 14:12:00

No ensino, o problema principal não está ao nível...
20-11-2006 11:49:00
20-11-2006 13:11:00

Mesmo um país como o nosso, onde tudo é possível,...
16-11-2006 0:28:00
16-11-2006 0:42:00

Desconheço como funcionam os sub-sistemas focados...
15-11-2006 17:15:00
15-11-2006 18:08:00

Chega. Todos os portugueses, com excepção dos "jov...
31-10-2006 11:23:00
31-10-2006 13:01:00

Obscenidades. A Constituição da República Portuguesa...
23-10-2006 12:31:00
23-10-2006 13:03:00

Seria interessante fazer a experiência de colocar...
21-10-2006 14:12:00
21-10-2006 14:59:00

É curioso. O lançamento é um livro de Rui Cardo...
20-10-2006 1:30:00
20-10-2006 17:09:00

Portugal dispõe de cerca de 1000 Km de auto-estrad...
19-10-2006 12:31:00
19-10-2006 12:32:00

A memória é mesmo curta - Hugo Rego...
15-08-2006 22:53:00
16-08-2006 13:05:00

Prémio aos infractores
17-07-2006 19:28:00
17-07-2006 20:56:00

Democracia
22-06-2006 12:29:00
22-06-2006 14:19:00

Que fazer?
12-06-2006 1:58:00
12-06-2006 22:55:00

Tribunal afunda-se...
05-04-2006 12:51:00
05-04-2006 14:02:00

Subsídios do Estado insuficientes?
12-04-2004 20:14:00
13-04-2004 13:29:00

comentar noticias no publico.pt tornou-se algo surreal do meu ponto de vista. Por vezes o sistema funciona bem e a mensagem é publicada numa hora ou algo do genero ... por vezes nunca é publicada ... das 2 ultimas vezes que submeti um comentario ( +- 6 meses atras) reclamei por uma falha qualquer do jornalista... o post nunca apareceu ate 2 dias dps eu ter comentado a mesma noticia a queixar-me disso mesmo !! nessa altura apareceram ambos os posts na noticia... como a internet é algo rapido muito rapido o comentario e a propria noticia já nao interessavam por isso fiquei frustrado e deixei de comentar noticias do Publico.pt.
nao classifico estas omissoes como censura (poruqe o provedor tb tem algumas questoes neste blog q nunca deu resposta) mas apenas como uma diferenca de velocidade entre a duracao de uma noticia na pagina do P e a resposta que a seccao de comentarios do P consegue digerir estes mesmos.

cumps

Meu Deus...

Os professores às vezes parecem aquelas pragas agrícolas...

Em praticamente qualquer artigo aqui no publico.pt, desde o homicídio no liceu da finlândia até a estudos de proteínas humanas, passando por qualquer outro assunto, há sempre um ou mais professores que acham por bem queixarem-se das injustiças a que são sujeitos...

Isto não é o muro das lamentações, e se não conseguem distinguir quando devem comentar e quando devem estar calados, não percebo como podem ensinar. Ninguém vos impede de falar, mas que ficam ridículos, isso ficam...

Cumprimentos.

Enviar um comentário

Sobre o blog

  • O blogue do Provedor do Leitor do PÚBLICO foi criado para facilitar a expressão dos sentimentos e das opiniões dos leitores sobre o PÚBLICO e para alargar as formas de contacto com o Provedor.

    Este blogue não pretende substituir as cartas e os e-mails que constituem a base do trabalho do Provedor e que permitem um contacto mais pessoal, mas sim constituir um espaço de debate, aberto aos leitores. À Direcção do PÚBLICO e aos seus jornalistas em torno das questões levantadas pelo Provedor.

    Serão, aqui, publicados semanalmente os textos do Provedor do Leitor do PÚBLICO e espera-se que eles suscitem reacções. O Provedor não se pode comprometer a responder a todos os comentários nem a arbitrar todas as discussões que aqui tiverem lugar. Mas ele seguirá atentamente tudo o que for aqui publicado.

  • Consulte o CV de Rui Araújo

Links

Um blog do PUBLICO.PT