O PÚBLICO NA INTERNET – EPÍLOGO
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“Não parece ao jornal PÚBLICO ser já suficientemente vil que as pessoas não possam ler o conteúdo sem pagar, quanto mais terem que suportar pop-ups sem ter forma de os desligar, como o que aparece quando se entra no site? Querem difundir que língua? que cultura?”, pergunta Ivo Peres.
A equipa de gestão do PUBLICO.PT respondeu: “O PUBLICO não aceita ‘pop-ups’ e o que temos é, de vez em quando, alguns formatos de ‘interstitials’ ou ‘layers’ que aparecem no arranque do ‘site’. Estes formatos têm uma duração máxima de 5 a 10 segundos e o utilizador tem sempre a possibilidade de os fechar antes do limite do tempo.
Há o cuidado, por outro lado, de estabelecer um limite de visualizações do anúncio ao mesmo utilizador. É uma forma de evitar incomodar os nossos leitores.
A ‘pop-up’ clássica abre uma nova janela no ‘browser’ e não desaparece automaticamente, obrigando o leitor a clicar sempre no canto da janela. É um formato intrusivo que o PUBLICO recusa.
Os ‘interstitials’ ou ‘layers’, pelo contrário, ainda que o leitor nada faça, desaparecem automaticamente ao fim de um tempo pré-determinado (5 a 10 segundos, depende do tipo de campanha).
É importante referir que o PUBLICO.PT recusa campanhas baseadas em ‘pop-ups’ dado que não cumprem os critérios definidos pelo jornal”.
A explicação parece aceitável.
COMENTÁRIOS
“De uma forma regular vejo a edição on-line do jornal PÚBLICO e, volta e meia, sinto-me tentada a comentar alguns dos artigos que publicam de modo que acabo por ler o que outros leitores lá deixaram. Desde que foi anunciada a realização do referendo sobre a despenalização do aborto têm surgido, como é natural, diversas notícias sobre os vários movimentos Pró e Contra a despenalização. O que não é normal é que os comentários feitos a essas notícias não sejam mais do que propaganda ou mesmo ‘comentários a comentários’ de outros leitores. Se bem me lembro das normas do PÚBLICO, o comentário deve ser feito sobre a própria notícia sob pena de não ser publicado! E o que tenho visto é justamente o contrário. A triagem não está a ser feita? Os critérios foram alterados? Mais, é curioso verificar que a maioria dos comentários ‘autorizados’ para publicação são de partidários do Não o que me deixa preocupada: estará o PÚBLICO a ser tendencioso e a seleccionar esses comentários propositadamente?”, escreve a leitora Vânia Paiva, do Porto.
As perguntas são pertinentes. Solicitei, necessariamente, explicações ao director do PUBLICO.PT.
“Tem toda a razão quando diz que os comentários devem dizer respeito às notícias e não a outros comentários. Essa regra não pretende evitar debate entre leitores, mas sim evitar que a discussão se desvie do tema em foco e que as trocas de impressões ou de ideias se transformem em trocas de piropos – o que é, infelizmente, acontece por vezes.
Tem também razão quando diz que os comentários a comentários têm aumentado. É de facto uma falha da nossa triagem, que se deve à nossa vontade de ser tão inclusivos e tão permissivos quanto possível. Por vezes há excessos nessa permissividade. Vamos tentar corrigi-los.
Quando pergunta se o Público estará a ser tendencioso, não lhe devo responder. Essa é uma avaliação que cabe aos leitores fazer. O que lhe posso garantir é que a selecção que fazemos dos comentários tem a ver com a sua pertinência e interesse e nunca tem a ver com o sentido das opiniões expressas. Lamento que possa pensar que as coisas se passam de forma diferente”, respondeu José Vítor Malheiros.
A explicação é aceitável, mas seria importante criar mecanismos para que as falhas não se repitam.
POESIA
“Pela segunda vez escrevo (não tendo obtido qualquer resposta à minha primeira missiva) acerca de ‘Um poema por semana’. Era minha primeira crítica o facto de, por demasiadas vezes, o poema escolhido ser castelhano. Das vezes que verifiquei, tal acontecia mais frequentemente que ser em português. Não descarto a hipótese de coincidência.
No entanto, verifico, hoje, que o poema escolhido está em catalão! Quantos dos leitores falam catalão? Qual o objectivo de ‘um poema por semana’? Interessar a globalidade dos leitores por poesia, ou reservá-la a um pequeno grupo de eruditos?”, indaga António Macedo.
Pedi mais um esclarecimento a José Vítor Malheiros.
“A secção ‘Um poema por semana’ publicou até hoje 54 poemas, dos quais 36 em língua portuguesa (sendo quatro de poetas brasileiros e um de um poeta cabo-verdiano), 15 em castelhano (sendo um de autor chileno, outro peruano e outro nicaraguano), um poema em inglês, outro em francês e outro em catalão.
Todos eles estão acessíveis no site do PÚBLICO. O objectivo da secção? Dar prazer aos leitores através da poesia, divulgar poesia, proporcionar um momento de pausa no quotidiano. A filosofia da secção consiste em publicar a poesia na sua língua original. Isso restringe o seu âmbito? Talvez. Mas é mais fiel à poesia. É correcto publicar poemas em línguas estrangeiras num site de um jornal português? Penso que é certamente admissível, tanto mais que algum domínio de algumas línguas estrangeiras (e uma abertura em relação a elas) continua a ser um dos traços simpáticos da cultura portuguesa – para além de uma conveniência e uma vantagem em era de globalização.
Os poemas em castelhanos são ‘demasiados’? É uma opinião respeitável, que registo, mas que não acolho. O castelhano e o português são línguas irmãs, que se lêem uma à outra sem dificuldade e devemos estimular essa proximidade e não acentuar a distância. A poesia é apenas uma boa forma de o fazer. Será o inglês e o francês e o castelhano aceitável mas não o catalão? É outra opinião respeitável, que registo, mas que também não acolho. Repare-se que não se trata de uma notícia ou de uma citação fundamental para a leitura da realidade que é fornecida aos leitores numa língua desconhecida mas de um poema que, por importante que seja, não é imprescindível. A experiência do encontro com esta língua, só por si, pode despertar uma curiosidade – e despertar curiosidade é algo que um jornal só pode almejar fazer nos melhores casos. E pode ser até que alguém descubra com prazer que consegue ler mais do que pensava e que consegue perceber com os versos de Espriu ‘com és llarg d'esperar un alçament de llum en la tenebra’ (‘como é longa a espera pelo aparecimento da luz nas trevas’)”, explicou o director do PUBLICO.PT.
É uma opção.
ENSINO
“Vi no vosso serviço RSS que não é permitida a utilização do canal em páginas Web.
Sou professor do ensino secundário (nocturno) e tenho a plataforma Moodle a funcionar para os meus alunos e gostaria de colocar o vosso feed-educação na página de entrada, devidamente identificado com o título NOTÍCIAS PUBLICO.PT.
Será possível?”, pergunta F. Ventura
Solicitei um esclarecimento ao director do PUBLICO.PT.
“Actualmente essa utilização não é permitida. Os ‘feeds’ RSS são oferecidos aos leitores apenas para uso nos seus computadores pessoais e não é permitida a sua redistribuição – em plataformas Web ou outras. Esse critério está porém a ser objecto de discussão e poderá ser alterado. Se isso acontecer, será dada a devida publicidade à decisão, informando os nossos leitores que a disponibilização dos ‘feeds’ RSS nos seus sites passou a ser permitida”, respondeu José Vítor Malheiros.
O provedor toma nota.
WINDOWS e MAC
“Queria aqui deixar a minha crítica e o meu lamento por, sendo o PÚBLICO construído sobre a plataforma Mac, ser privilegiada a plataforma Windows, vulgo "caixotes", em particular a aplicação de ‘Os alertas PÚBLICO’”, comenta o leitor Rafael Coelho.
Eis a resposta da equipa de gestão do PUBLICO.PT: “A equipa do PUBLICO.PT iniciou em Julho de 2006 um projecto abrangente – com epílogo em 30 de Setembro –, que previa o lançamento de uma série de novas funcionalidades e produtos. Entre as funcionalidades lançadas em 2 de Outubro, destacaram-se a nova versão do PÚBLICO On-line e os ‘Alertas PÚBLICO’ (aplicação objecto do comentário do leitor). O ‘timing’ definido para o projecto, bem como a necessidade (não prevista) de a aplicação ‘Alertas PÚBLICO’ ter sido criada pela nossa equipa de Desenvolvimento (já que a consulta ao mercado se revelou infrutífera) não permitiu que a aplicação fosse desenvolvida de forma a ‘correr’ na plataforma Mac. No entanto, é uma solução que iremos ponderar, se possível, no futuro. Inicialmente o nosso objectivo era abarcar as plataformas Windows e Mac, mas infelizmente não foi possível”.
A explicação parece aceitável.