domingo, novembro 25, 2007 

EM CONSCIÊNCIA

“O tema que me leva a escrever-lhe por certo não lhe escapou nem a si nem a inúmeros leitores. Refiro-me à legenda da fotografia da página 16 da edição da passada segunda-feira (19 de Novembro de 2007) a ilustrar, com enorme destaque, o artigo sobre a manifestação de Bruxelas em favor da unidade da Bélgica.
O texto ‘1 wallon + 1 flamande = 2 belges’ foi traduzido como ‘Uma Flandres e uma Valónia igual a duas Bélgicas’...
Uma boa tradução seria ‘um valão mais uma flamenga igual a dois belgas’.
O sentido do texto do cartaz foi, portanto, completamente adulterado, sendo traduzido por uma expressão que acaba por referir precisamente o contrário, não só do texto original, como do sentido político da própria manifestação.
Há traduções infelizes ou displicentes. Neste caso trata-se de uma tradução incompetente (...). É uma falha grave. É exigível responsabilidade e rigor em todas as profissões. Também na de jornalista”, escreve Carlos Lopes Gonçalves, um leitor de Lisboa.

“O PÚBLICO incute nos leitores uma ideia contrária à expressa na fotografia: duas comunidades linguísticas = uma Bélgica”, acrescenta Emanuel Aniceto.

Os leitores têm razão. A Bélgica discute a divisão do país. O PÚBLICO “resolve” o problema com uma simples legenda...

NOTA FINAL

“O papel do 'ombudsman' não é o de ser popular ou amado. A função do 'ombudsman' é de recuperar ou de manter o respeito dos leitores pelo seu jornal. Não é um objectivo completamente desinteressado. A longo prazo, o respeito é o único sentimento que levará o público a ler, a acreditar, a apoiar – e a comprar um jornal”, disse Charles W. Bailey, director do ‘Minneapolis Tribune’, ao empossar o primeiro provedor do leitor do seu jornal. A frase foi reproduzida, aqui (23 de Fevereiro de 1997), por Jorge Wemans, o primeiro provedor do PÚBLICO. Nada mudou desde então. Foi esse também o meu propósito, na medida em que procurei suscitar uma linha de esclarecimento e de diálogo permanente entre leitores e jornalistas, fazer do jornal uma obra aberta e interactiva, entre quem o escreve e quem o lê. Debateram-se questões específicas da prática jornalística, em nome do mesmo acréscimo de transparência que pedimos aos outros e da promoção de uma cultura de cidadania. E nunca me esqueci de que, apesar da competição, da pressão económica e da fragmentação do mercado, a liberdade de imprensa é um insubstituível esteio da democracia.
É de justiça sublinhar que contei sempre com o apoio da direcção, do Conselho Consultivo e de muitos jornalistas do PÚBLICO. A contribuição de milhares de leitores foi, por outro lado, decisiva. Sem eles, o desafio teria sido uma missão impossível.
Parto como cheguei, com imensas dúvidas sobre a articulação dos princípios com a prática do jornalismo e as poucas e mesmas certezas de sempre. Questionei, por exemplo, o plágio, a promiscuidade entre informação e publicidade, a condenação das pessoas na praça pública. Também denunciei a proliferação dos erros de Português. Cheguei a ser acusado de ser o ‘provedor dos pormenores’ e admito que nalguns casos assim foi, mas, ao contrário dos leitores que os apontaram, tenho consciência de que o jornalismo não é uma ciência exacta e um jornal não é uma enciclopédia.
Também eu, muitas vezes, fui vítima da pressão do tempo, da compressão do espaço, do cansaço, do humano cansaço. São factores que não justificam as falhas, mas permitem explicá-las. E se assim era no meu tempo de jovem repórter, pior é ainda hoje, porque maiores são os constrangimentos e as ameaças: a competição desenfreada, o desemprego, a contenção de custos e o impacto das novas tecnologias. O sistema pressiona o jornalista, esmaga o jornalismo. A informação era um serviço. Passou a ser mais uma mercadoria, é promovida como tal. Os cidadãos ficaram reduzidos a meros consumidores. A opção lógica é, portanto, dar-lhes o que querem, já que o freguês tem sempre razão. O ‘infotainment’ alastrou, invadiu as páginas dos jornais. É provável que a confusão de géneros acabe por fomentar a apatia. É uma perspectiva preocupante porquanto a democracia não depende só da eficácia das instituições e do desenvolvimento tecnológico, mas também e sobretudo dos cidadãos. E a informação é vital. É por isso que os jornalistas não podem ser acríticos, inofensivos, irresponsáveis e objectivos.
“Deves explicar que a tua voz é uma voz independente, porque é a independência do jornalismo associada à preocupação de verificar a informação que fazem com que o jornalismo valha a pena — sem as duas coisas, não pode existir uma real pretensão de credibilidade”, disse-me Bill Kovach, ex-jornalista do New York Times e do Atlanta Journal-Constitution, antes de eu aceitar ser provedor.
A premissa e a constatação do meu mestre na universidade Harvard permanecem válidas. E decididamente actuais. Aprendi com Bill a questionar-me, enquanto jornalista. E a questionar a profissão. “É crucial que os jornalistas definam claramente os valores e as responsabilidades comuns do jornalismo, na perspectiva da promoção da cidadania”. É, portanto, urgente repensar as regras sob pena de o jornalismo se tornar dispensável.

PS – Desejo a Joaquim Vieira, aos leitores e ao PÚBLICO as maiores felicidades.

domingo, novembro 11, 2007 

INTERNET E JORNALISMO

A pergunta (‘Achou este artigo interessante?’) apresentada no final das notícias do PÚBLICO on-line continua a suscitar interrogações.

“Sendo leitora assídua do PÚBLICO On-line, sugiro a alteração da frase ‘Achou este artigo interessante?’ que aparece sempre no fim de cada notícia. A razão desta sugestão prende-se com o facto de a sua formulação, por vezes, não se adequar ao assunto, por exemplo: na notícia ‘morreram 330 pessoas no Peru’ e, a seguir a dita pergunta. Não seria melhor perguntar: ‘Achou este artigo útil, com interesse’, etc.”, escreve Ana Cardoso Santos, uma leitora de Lisboa.

“Escrevo-lhe com uma questão simples que nem pretende ser uma crítica. Apenas algo que me intriga.
Nos artigos disponíveis na versão on-line do PÚBLICO, podemos encontrar a seguinte questão ‘Achou este artigo interessante?’, seguida de uma caixa para assinalar a hipótese ‘Sim’.
Não existe a possibilidade de dizer ‘Não’, nem qualquer outra.
O que me intriga aqui é qual a utilidade desta questão.
Porque apenas interessa quantos acham interessante?
Na área de ‘Feedback’ é explicado que a questão se destina à produção de estatísticas e tops de textos considerados interessantes.
E é isto que me intriga ainda mais, como se produzem estatísticas só com os votos de que achou interessante?
Se for do seu pelouro, por favor esclareça-me”, pede Manuel Ferro.

Solicitei, portanto, um esclarecimento a António Granado, editor do PÚBLICO on-line.

“‘A pergunta ‘achou este artigo interessante?’ permite-nos saber se o leitor achou o artigo interessante.
Há artigos onde os leitores assinalam muito poucas vezes essa opção, há outros que são assinalados larguíssimas centenas de vezes. Isto permite-nos saber, e também a todos os nossos leitores (uma vez que essas estatísticas são públicas e podem ser vistas no final de cada notícia), quais as notícias que mais interessaram os nossos leitores depois de as lerem. O que é diferente de saber quais as notícias que foram mais lidas.
Deveria a pergunta conter também a hipótese ‘não’? Ponderámos essa opção no início, mas entendemos que a quantidade de informação que poderia vir dessa resposta não justificava o possível ‘spam’ (respostas ‘não’ em série) que alguns artigos sobre temas mais sensíveis (clubísticos, partidários, etc.) poderia originar. Estamos a pensar novamente sobre este tema, depois de várias sugestões de leitores”, respondeu o editor.

O provedor considera que aquilo que está causa não é a possibilidade de os leitores responderem “sim” e “não”, mas a existência do próprio inquérito.
A pergunta “Achou este artigo interessante” é perversa no plano do jornalismo, porquanto os jornais podem optar por dar aos cidadãos aquilo que eles querem. A informação passaria a ser mais uma mercadoria, deixaria de ser um serviço. Nas sociedades democráticas, o “interesse do público” não pode substituir-se ao “interesse público”.

“Em diversos momentos enviei comentários a notícias publicadas no jornal on-line que não foram divulgados. Normalmente, os comentários que envio, procuram ser objectivos, não dirigidos a uma pessoa específica, evitando linguagem menos apropriada, mas criticando sem receio (ainda) aquilo que considero errado nas diversas áreas da sociedade portuguesa, destacando aqui a ineficiência e iniquidade da justiça e a improdutividade, numa perspectiva de retorno, do sector de investigação e do ensino superior. Mais, também denuncio o desempenho dos designados jornalistas, que actualmente não são mais do que estafetas, ou seja, são o veículo de transmissão do emissor para o receptor (leitor) sem lhe acrescentarem qualquer mais valia. Neste domínio sou, reconheço, um pouco relapso, já que as críticas são muito menos que as devidas.
Como comecei por informar, muitas das vezes os comentários não são publicados, o que me legitima concluir que há censura (política e outra) na redacção do jornal.
Estarei errado?”, pergunta Mário Alpalhão.

Pedi mais um esclarecimento ao editor do PÚBLICO on-line.

“O PÚBLICO não faz censura. Na nossa base de dados, que tem 142.526 comentários, encontrei 29 seus (1 foi publicado por duas vezes). Não existe qualquer comentário seu que tenha sido alguma vez reprovado.
As diferenças entre as horas de envio e publicação acontecem, como está explicado nos Critérios de Publicação de Comentários – http://www.publico.clix.pt/homepage/site/contactos/criterios/Comentariosartigos.asp, porque nem sempre há disponibilidade para ver as centenas de comentários que recebemos diariamente com a celeridade que desejaríamos.
Junto a lista completa dos títulos dos seus comentários com datas e horas exactas de envio e de publicação”, responde António Granado antes de acrescentar: “Devido à gravidade das acusações – as mais sérias que se podem fazer a um jornalista - agradeço que a minha resposta a esta queixa ao Provedor seja publicada na íntegra numa das próximas crónicas de domingo”.

O leitor não tem razão.
Não há comentários (nem artigos) objectivos.
Os “
designados jornalistas” são jornalistas. E os jornalistas sérios não são “estafetas” de ninguém nem de coisa alguma.
O leitor não pode falar em “censura”.
É importante referir, por outro lado, que se os comentários não tivessem sido publicados, o leitor continuaria a não ter legitimidade para acusar o PÚBLICO de “
censura (política ou outra)”. Os jornais publicam o que querem. E regem-se por critérios editoriais.
Só me resta concluir que o leitor formula processos de intenções gratuitos. É pena.



Eis a lista completa dos comentários do leitor que foram publicados:

Título: Inversão do ónus da prova
Data criação: 15-08-2007 13:49:00
Data aprovação: 15-08-2007 16:13:00

Inversão do ónus da prova
15-08-2007 0:05:00
15-08-2007 16:29:00

Cegueira
04-08-2007 1:08:00
04-08-2007 17:42:00

Impunidade
01-08-2007 12:06:00
01-08-2007 13:06:00

Com alguma razão. os grandes investimentos estão...
03-04-2007 23:55:00
04-04-2007 13:24:00

Está mesmo o Público interessado nos comentários...
10-03-2007 20:40:00
11-03-2007 14:15:00

Sempre foi para mim um mistério...
09-03-2007 9:51:00
09-03-2007 11:33:00

Depois de alguma informação e muita desinformação...
09-02-2007 0:31:00
09-02-2007 8:57:00

O país precisa de reformas
09-02-2007 0:07:00
09-02-2007 8:58:00

Não acredito que alguém tenha ficado surpreendido...
09-01-2007 15:18:00
09-01-2007 15:20:00

Uma medida que não podia ser mais acertada. Só pec...
13-12-2006 17:31:00
13-12-2006 17:41:00

August Pinochet nunca imaginou que poderia ser vít...
27-11-2006 22:59:00
27-11-2006 23:12:00

Suponho que mais uma vez um comentário meu não ser...
27-11-2006 22:18:00
27-11-2006 23:15:00

É pena que o Ministério da Cultura não disponha de...
21-11-2006 12:02:00
21-11-2006 14:12:00

NOJO... é ainda insuficiente para mostrar o meu...
21-11-2006 10:50:00
21-11-2006 14:12:00

No ensino, o problema principal não está ao nível...
20-11-2006 11:49:00
20-11-2006 13:11:00

Mesmo um país como o nosso, onde tudo é possível,...
16-11-2006 0:28:00
16-11-2006 0:42:00

Desconheço como funcionam os sub-sistemas focados...
15-11-2006 17:15:00
15-11-2006 18:08:00

Chega. Todos os portugueses, com excepção dos "jov...
31-10-2006 11:23:00
31-10-2006 13:01:00

Obscenidades. A Constituição da República Portuguesa...
23-10-2006 12:31:00
23-10-2006 13:03:00

Seria interessante fazer a experiência de colocar...
21-10-2006 14:12:00
21-10-2006 14:59:00

É curioso. O lançamento é um livro de Rui Cardo...
20-10-2006 1:30:00
20-10-2006 17:09:00

Portugal dispõe de cerca de 1000 Km de auto-estrad...
19-10-2006 12:31:00
19-10-2006 12:32:00

A memória é mesmo curta - Hugo Rego...
15-08-2006 22:53:00
16-08-2006 13:05:00

Prémio aos infractores
17-07-2006 19:28:00
17-07-2006 20:56:00

Democracia
22-06-2006 12:29:00
22-06-2006 14:19:00

Que fazer?
12-06-2006 1:58:00
12-06-2006 22:55:00

Tribunal afunda-se...
05-04-2006 12:51:00
05-04-2006 14:02:00

Subsídios do Estado insuficientes?
12-04-2004 20:14:00
13-04-2004 13:29:00

domingo, novembro 04, 2007 

NOTAS DISPERSAS

“Tinha a intenção de lhe escrever em finais de Julho, mas o anúncio das suas férias fez-me esperar cerca de um mês. Ainda bem, ou melhor, ainda mal que esperei, pois o fim do Verão trouxe dois reforços ao motivo da minha reclamação.
Começo pelo princípio. Em 28 de Julho de 2007, Luís Filipe Sebastião, em apreciação no ‘Fugas’ ao BMW 120D, escrevia um texto com o título ‘Vai uma corridinha no IC19?’. No desenvolvimento atirou pérolas do calibre que se segue: ‘(...) com os seus fogosos 177 cv, é o desportivo ideal para acelerar longe dos radares (...)’, ‘Para os atrevidotes kitados que gostam de cheirar a traseira alheia basta pisar a fundo e vê-los desaparecer pelo retrovisor’. Entretanto, em 25 de Agosto de 2007, Maria Lopes continuou o lançamento de pérolas. Sobre o BMW 335i Cabrio, e sob o título ‘Eu, pecadora, me confesso’, ditou de sua lavra: ‘Ao volante deste 335i, às malvas os limites de velocidade, a condução certinha, a poupança de combustível e a capa de menina bem comportada e mãe de família responsável!
Adiante, acrescentava: ‘E basta carregar no acelerador, que a caixa automática tudo resolve, suavemente.’ A seguir, elogia as ‘performances’ da máquina: ‘(...) fazendo escorregar o alcatrão sob as jantes como um cronómetro...’, etc.; ‘Cá na terra, fará valores mais próximos dos 14 litros (vá... 15.2 depois de alguns apertos no pedal da direita)’.
Em 1 de Setembro de 2007, a mesma senhora continua no tom que parece ser o seu. Com comiseração, sobre o Chrysler Sebring 2.0 CRD Limited, comenta: ‘São apenas 140 cv às 4000 rpm, e que têm que alavancar um peso de mais de 1600 quilos, o que não ajuda a pintar um quadro bonito na cidade. Em estradas campestres com curvas, o desempenho melhora, sobretudo se o condutor for pacato ou pelo menos cumprir as regras de trânsito.
Penso que, depois destes nacos de prosa, qualquer comentário será redundante – eles falam por si. Sinto dificuldade em fazer os comentários, pois se alguém deles precisa então dificilmente os entenderá. Convidar, num título, a uma corridinha no IC19?! Aprimorar o texto com proposta de aceleração longe dos radares?! Mandar às malvas os limites de velocidade?! E o mesmo para a condução certinha e a poupança de combustível?! Fazer sucessivas piscadelas de olho ao afundar do pedal direito?! Ter dó de 140 cv em cidade, cujo máximo legal é de 50km/h?! Olhar
condoidamente os ‘pacatos’ condutores ou, pelo menos, os que cumprem as regras de trânsito?!
Não sei o que diz, a este propósito, a lei portuguesa, mas talvez noutros países juízos deste tipo sejam considerados aliciamentos à transgressão, alguma dela do foro criminal.
Já agora, por que não mandar às malvas os limites de álcool no sangue? É que, tenho a certeza, com esses limites ultrapassados, os convites dos jornalistas teriam maior e mais entusiástica recepção, inclusive por parte dos pacatos condutores como eu. E se a ‘mãe de família
responsável
’ lhe vê morrer um fi lho numa corridinha no IC19 que mandou às malvas os limites de condução?
Senhor provedor, a presente [carta] vai longa, pelo que peço desculpa. Mas não me contive perante um estilo delinquente que, aliás, não é de agora no ‘Fugas’. Espero que, ao menos, possa contribuir para que o ‘PÚBLICO’ introduza regras neste tipo de comentário irresponsável e perigoso”, escreve A. Joaquim B. F. J. Costa.

O provedor ignorava a existência do verbo “alavancar”.
As expressões
Vai uma corridinha no IC19?eàs malvas os limites de velocidade”, por exemplo, são incorrectas. É opinião, não é jornalismo. A imprensa deve, por outro lado, promover uma cultura de cidadania. A estrada partilha-se, não se conquista (sobretudo num país como Portugal). É desnecessário epilogar.

SÃO JANEIRO
“O PÚBLICO conseguiu hoje atingir o máximo do delírio, da incompetência, da incultura. Numa notícia sobre uma deslocação de Bento XVI a Nápoles, a cidade do ‘milagre’ do sangue de ‘San Gennaro’, escreve-se que ‘O chefe da Igreja Católica almoçou com os dignitários participantes antes de se recolher, em oração, junto das relíquias de São Janeiro, patrono da cidade’.
Pobre São Januário, que mal fizeste para merecer isto?
”, pergunta João Vasconcelos Costa.

O leitor de Carcavelos tem razão.
O despacho da agência noticiosa Lusa referia
“... onde venerará as relíquias do patrono da cidade, São Genaro, regressando em seguida a Roma”.
É provável que o PÚBLICO tenha reproduzido um despacho em francês da Agência France Presse. O jornalista traduziu erradamenteSaint Janvier porSão Janeiro”.

SANÇÃO E DALILA
“Vários leitores têm chamado a atenção para os erros ortográficos no PÚBLICO. No de hoje (22/10/07), encontro (eventualmente) mais dois: pág. 8 P2, ‘Sanção e Dalila’ em vez de ‘Sansão e Dalila’ e, no editorial, pág. 42, ‘interdita’ como particípio passado, quando este verbo não terá
particípio passado irregular (não confirmei).
Concordo que seja utópico eliminar totalmente os erros ortográficos de um jornal. No entanto,
nalgumas áreas (títulos, editoriais) fica francamente mal eles existirem. Nos editoriais dos últimos meses recordo alguns, todos do mesmo género (palavras que existem em português, não sendo detectadas pelo corrector ortográfico, mas que não são as aplicáveis à situação): concelho/conselho; censo/senso; afecto/afectado; descriminar/discriminar.
O PÚBLICO deveria ter um revisor literário (um ser humano) para rever títulos e peças mais importantes e dar formação contínua. Alguns dos erros que apontei são muito frequentes, não só no PÚBLICO. A menos que considerem aceitável o nível de erros verificado face aos custos que a sua baixa implica”, escreve Bruno Dimas.

“Sanção e Dalila”: a formulação da legenda é incorrecta. É muito provável que se trate de uma gralha.
Interdita: O verbo interdizer, que significa o mesmo do que interditar (ou seja: proibir, vedar; impor uma proibição, um impedimento, uma interdição), tem como particípio passado interdito (in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa).
Já o particípio passado do verbo interditar é interditado.
A confusão do leitor está, pois, em julgar que na frase em análise se usou o adjectivo verbal interdito como particípio passado de interditar.


P.S.: Decidi cessar o mandato de provedor do leitor do PÚBLICO no próximo dia 25, um mês antes da data prevista. É uma opção pessoal.

O endereço electrónico do provedor é: provedor@publico.pt

Sobre o blog

  • O blogue do Provedor do Leitor do PÚBLICO foi criado para facilitar a expressão dos sentimentos e das opiniões dos leitores sobre o PÚBLICO e para alargar as formas de contacto com o Provedor.

    Este blogue não pretende substituir as cartas e os e-mails que constituem a base do trabalho do Provedor e que permitem um contacto mais pessoal, mas sim constituir um espaço de debate, aberto aos leitores. À Direcção do PÚBLICO e aos seus jornalistas em torno das questões levantadas pelo Provedor.

    Serão, aqui, publicados semanalmente os textos do Provedor do Leitor do PÚBLICO e espera-se que eles suscitem reacções. O Provedor não se pode comprometer a responder a todos os comentários nem a arbitrar todas as discussões que aqui tiverem lugar. Mas ele seguirá atentamente tudo o que for aqui publicado.

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