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domingo, julho 29, 2007 

IGNORÂNCIA E NEGLIGÊNCIA

“Imediatamente após ter lido o S/ blogue passei às notícias da Ciência do PÚBLICO ‘on-line’ e leio ‘Espanha inaugura hoje nas Canárias um dos maiores telescópios do mundo’ (13.07.2007 - 18h21 PUBLICO.PT):
‘O Grande Telescópio Canárias, com o maior espelho primário do mundo (totalizando uma superfície de 10,4 metros de diâmetro), será inaugurado hoje em La Palma (...)’.
E mais não li...
Uma ‘superfície de 10,4 metros de diâmetro’?!?
Como é possível?
Além da minudência de, quando se escrevem os valores das unidades em algarismos, esta dever ser escrita em símbolo e não por extenso (‘10,4 m’ ou ‘dez metros e quatro décimas’, p. ex.) ou se trata de uma superfície... em metros quadrados, ou de um diâmetro, em metros!
Nunca as duas coisas em simultâneo!!
Com efeito, algo vai mal no reino do PÚBLICO...”, escreve Emídio Gardé, um leitor de Paredes.

O PÚBLICO errou.

“No Destaque do PÚBLICO de hoje (16 de Julho de 2007), aparece em subtítulo: ‘O PS ganhou todas freguesias, mas não chegou aos 30 por centos’.
Quero acreditar que o ‘s’ que aparece na palavra cento se deve a uma arreliadora gralha...
Não me passa pela cabeça que o jornalista o tenha colocado para fazer concordância com 30.
Afinal 30% quer dizer que em cada cento (e não, ‘centos’) se verificam 30 ocorrências. Mesmo com as gralhas é preciso estar atento”, escreve M. Fernanda Almeida, uma leitora de Lisboa.

“Bom Português?
O PS ganhou todas freguesias, mas não chegou aos 30 por centos. Carmona e Roseta foram as outras estrelas de uma noite que, de tão má, Mendes e Portas não vai esquecer tão depressa’.
Não, não copiei este título de nenhum blogue escrito por qualquer adolescente português... é o subtítulo da notícia de hoje no jornal PÚBLICO sobre as eleições intercalares de ontem!”, escreve Pedro Polónio, um leitor de S. João do Estoril.

O PÚBLICO errou, três vezes.

“Já não é a primeira vez que lhe escrevo, assinalando falhas que considero mais ou menos graves no PÚBLICO, que para mim, continua a ser, apesar das mesmas, o melhor diário de referência. (...)
Na reportagem realizada por Nuno Amaral no Rio de Janeiro, a qual ocupa as 1ª, 2ª e 3ª páginas do PÚBLICO de sexta-feira, 29 de Junho, há qualquer coisa que não bate certo. É que se morreram 1800 pessoas assassinadas no Rio de Janeiro nos primeiros quatro meses deste ano, até são ‘muito poucas vítimas’, já que se insiste em que o número anual de assassinados é de 40.000 por ano.
Se o número de mortos na terça parte do ano é de 1800, o que julgo credível, o mais natural, multiplicando por 3 esse número, é chegarmos a 5400 no fim do ano, número muito distante dos 40.000 assinalados e repetidos.
Em que é que ficamos? Há ou não falta de rigor? Ou será que os assassinos cariocas se estão a portar muito melhor este ano?”, escreve Luís Leite, um leitor de Lisboa.

O PÚBLICO errou. O leitor também é vítima das ‘gralhas’:
“número anual por ano”?

“O PÚBLICO publicou uma fotografia de pernas para o ar!
No dia 19 de Julho a coluna intitulada ‘No passado’ (P2, página 2) foi ilustrada com uma fotografia da ‘Pedra de Roseta’ (ou Rosetta, como é conhecida no mundo anglo-saxónico e como consta na notícia). Fico espantado porque reparo que a fotografia está invertida na vertical (de pernas para o ar). Os hieróglifos egípcios que se encontram na parte superior na conhecida estela estão localizados inferiormente na fotografia. Para mais, verifica-se que a imagem está invertida na horizontal em relação à peça original (em espelho). Logo não se pode escrever que ‘Só a passagem inicial, em grego arcaico, era compreensível’, pois esta encontra-se na porção mais inferior e final.
Já não menciono o facto de o tenente Pierre Bouchard não estar a ‘deambular’ pela região, mas sim ser o responsável por obras numa fortificação perto da localidade de Rashid (nomeada Rosette pelos franceses) quando se deu a sua descoberta.
Enfim, mais um erro a adicionar a outros tantos que surgem amiúde no PÚBLICO quando se abordam assuntos históricos e científicos”, escreve José Paulo Andrade, um leitor do Porto.

O PÚBLICO errou.

“A fotografia, na página 2 do P2 de 17.07.07, é da Conferência de Ialta de 2 de Fevereiro de 1945, e não de 17 de Julho de 1945, data em que o Presidente Roosevelt já tinha falecido, e era o Presidente Truman o representante dos Estados Unidos. Churchill, que de facto começou a assistir à conferência de Potsdam, foi depois substituído por Attlee, que tinha ganho as eleições”, escreve Arie Somsen.

“A efeméride de hoje (17.7.2007) no caderno P2 é a conferência de Potsdam e lá vem o texto correcto, referindo a presença de Truman. Mas não é Truman que aparece na fotografia muito destacada, mas sim Roosevelt, claro que em Ialta. Já não há um jornalista minimamente culto? Ou um editor que tem por obrigação rever toda a secção?”, escreve o leitor cibernauta j.vcosta@...

O PÚBLICO errou.

“No PÚBLICO de 1 de Julho na página 40, Natália Faria escreve que Humberto Delgado sucumbiu às mãos da PIDE em 1958, o que não corresponde à verdade. Isso sucedeu já em Fevereiro de 1965.
Convenhamos que o jornal precisa de contratar revisores”, escreve bepiol@...

Solicitei um esclarecimento à jornalista.

"Concordo com o reparo, obviamente. No texto em causa, confundi duas datas importantes na vida de Humberto Delgado: por um lado, a da sua candidatura à Presidência da República, em 1958, marcada pela célebre frase ‘Obviamente, demito-o’ (Salazar, ndp) e, por outro, a do seu assassinato em Fevereiro de 1965, às mãos da PIDE, nos arredores de Valença. Era a esta data que me referia quando procurava situar a greve na Efanor. Pelo erro, as minhas desculpas”, respondeu Natália Faria.

É necessário acrescentar que Humberto Delgado não foi abatido “nos arredores de Valença”, mas junto à Ribeira de Olivença, em Los Almerines (Espanha). É um detalhe...

O provedor regressa a este espaço no início de Setembro.
Boas férias.

O endereço electrónico do provedor é: provedor@publico.pt

O leitor tem razão no que diz respeito à grandeza que se quer descrever; deveria ter havido uma opção entre superfície e diâmetro e não a mistura de dois conceitos distintos na mesma expressão.

Já não tem razão quanto à associação entre algarismos e símbolos. Era impraticável ter de escrever todos os números por extenso só para poder também colocar a unidade por extenso. Então na secção de economia os textos em extenso seriam ilegíveis e se a escolha fosse pelos algarismos, imagine-se o que era colocar milhões e biliões em conjunto com símbolos das mais variadas moedas. Neste aspecto existe uma certa liberdade na redacção dos textos e ainda bem.

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