« Página inicial | COMENTÁRIOS - 40 » | COMENTÁRIOS - 39 » | COMENTÁRIOS - 38 » | COMENTÁRIOS - 37 » | COMENTÁRIOS - 36 » | COMENTÁRIOS - 35 » | COMENTÁRIOS - 34 » | COMENTÁRIOS - 33 » | COMENTÁRIOS - 32 » | COMENTÁRIOS - 31 » 

domingo, março 11, 2007 

COMENTÁRIOS - 41

Concordo que as mudanças são necessárias. Se assim não fosse, estagnávamos. Aliás, tenho acompanhado com mais ou menos agrado as alterações que o jornal tem sofrido ao longo dos tempos. Considero-me, por isso, uma leitora assídua e, sobretudo, que encontra no jornal uma referência no panorama jornalístico que prima pela isenção, qualidade do estilo, qualidade da informação e de opinião. Ou devo dizer, considerava?...
Confesso que esta última transformação surpreendeu-me pela negativa. Ao contrário das mudanças anteriores, esta última não se circunscreveu a aspectos de periferia, ambicionou alterar essências do jornal. Mas isto é tão só a minha opinião. Parece que o seu propósito tem vindo a mudar para uma espécime de “jornalismo light”, entremeando notícias e opiniões de qualidade evidente com notícias e comentários menores. Curiosamente, na penúltima remodelação do jornal desagradou-me a inclusão da rubrica “Pessoas” por achar que se esse fosse o motor da minha leitura, certamente, não seria o Público que comprava. Na altura optei por não escrever por achar que, a seu tempo, poderiam recuar nesse estilo. Mas pasme-se quando nesta nova mudança aquela secção ganhou mais espaço.
Na era da Internet e da Blogosfera urgem formas mais inovadoras e interessantes de fidelizar os leitores.
Afinal, como se pretende afirmar O Público?
Reparo que não sou a única insatisfeita com o novo formato do jornal. Reparo, também e entristecida, nalguns motivos que a direcção encontra para fundamentar as mudanças; por exemplo, com base em estudos de opinião aos leitores, retiraram um passatempo de palavras cruzadas e aumentaram um do Sudoku. A ser assim, imagine-se como estariam os canais televisivos se se regessem por estudos de opinião e audiência! Estaríamos condenado a ver telenovelas, futebol e “Portugais no Coração” o dia inteiro…
Afinal, como se pretende afirmar O Público?Apesar da minha tenra idade, sinto já necessidade de manter algumas referências que, pela sua irreverência envolta em profissionalismo e qualidade, transformem um simples hábito (como o é comprar e ler um jornal) num hábito de culto. Assistir a uma referência destas ficar refém da globalização do sensacionalismo e do imediatismo, é antes de mais, triste.
No meio desta “busca de identidade”, tentei encontrar no dicionário de Língua Portuguesa o significado de “chunga” (Público, suplemento P2, 06/03/2007), mas não encontrei; terei deixado de entender o jornal? Ou terá O Público deixado de falar a nossa língua?
Espero muito sinceramente que não, porque precisamos desta referência que, apesar de um deslize, pode continuar a sê-lo, basta reconsiderar a prioridade e a essência com que se quer distinguir. Assim espero.

Inês Pinho

Sobre o blog

  • O blogue do Provedor do Leitor do PÚBLICO foi criado para facilitar a expressão dos sentimentos e das opiniões dos leitores sobre o PÚBLICO e para alargar as formas de contacto com o Provedor.

    Este blogue não pretende substituir as cartas e os e-mails que constituem a base do trabalho do Provedor e que permitem um contacto mais pessoal, mas sim constituir um espaço de debate, aberto aos leitores. À Direcção do PÚBLICO e aos seus jornalistas em torno das questões levantadas pelo Provedor.

    Serão, aqui, publicados semanalmente os textos do Provedor do Leitor do PÚBLICO e espera-se que eles suscitem reacções. O Provedor não se pode comprometer a responder a todos os comentários nem a arbitrar todas as discussões que aqui tiverem lugar. Mas ele seguirá atentamente tudo o que for aqui publicado.

  • Consulte o CV de Rui Araújo

Links

Um blog do PUBLICO.PT