COMENTÁRIOS - 41
Concordo que as mudanças são necessárias. Se assim não fosse, estagnávamos. Aliás, tenho acompanhado com mais ou menos agrado as alterações que o jornal tem sofrido ao longo dos tempos. Considero-me, por isso, uma leitora assídua e, sobretudo, que encontra no jornal uma referência no panorama jornalístico que prima pela isenção, qualidade do estilo, qualidade da informação e de opinião. Ou devo dizer, considerava?...
Confesso que esta última transformação surpreendeu-me pela negativa. Ao contrário das mudanças anteriores, esta última não se circunscreveu a aspectos de periferia, ambicionou alterar essências do jornal. Mas isto é tão só a minha opinião. Parece que o seu propósito tem vindo a mudar para uma espécime de “jornalismo light”, entremeando notícias e opiniões de qualidade evidente com notícias e comentários menores. Curiosamente, na penúltima remodelação do jornal desagradou-me a inclusão da rubrica “Pessoas” por achar que se esse fosse o motor da minha leitura, certamente, não seria o Público que comprava. Na altura optei por não escrever por achar que, a seu tempo, poderiam recuar nesse estilo. Mas pasme-se quando nesta nova mudança aquela secção ganhou mais espaço.
Na era da Internet e da Blogosfera urgem formas mais inovadoras e interessantes de fidelizar os leitores.
Afinal, como se pretende afirmar O Público?
Reparo que não sou a única insatisfeita com o novo formato do jornal. Reparo, também e entristecida, nalguns motivos que a direcção encontra para fundamentar as mudanças; por exemplo, com base em estudos de opinião aos leitores, retiraram um passatempo de palavras cruzadas e aumentaram um do Sudoku. A ser assim, imagine-se como estariam os canais televisivos se se regessem por estudos de opinião e audiência! Estaríamos condenado a ver telenovelas, futebol e “Portugais no Coração” o dia inteiro…
Afinal, como se pretende afirmar O Público?Apesar da minha tenra idade, sinto já necessidade de manter algumas referências que, pela sua irreverência envolta em profissionalismo e qualidade, transformem um simples hábito (como o é comprar e ler um jornal) num hábito de culto. Assistir a uma referência destas ficar refém da globalização do sensacionalismo e do imediatismo, é antes de mais, triste.
No meio desta “busca de identidade”, tentei encontrar no dicionário de Língua Portuguesa o significado de “chunga” (Público, suplemento P2, 06/03/2007), mas não encontrei; terei deixado de entender o jornal? Ou terá O Público deixado de falar a nossa língua?
Espero muito sinceramente que não, porque precisamos desta referência que, apesar de um deslize, pode continuar a sê-lo, basta reconsiderar a prioridade e a essência com que se quer distinguir. Assim espero.
Inês Pinho
Confesso que esta última transformação surpreendeu-me pela negativa. Ao contrário das mudanças anteriores, esta última não se circunscreveu a aspectos de periferia, ambicionou alterar essências do jornal. Mas isto é tão só a minha opinião. Parece que o seu propósito tem vindo a mudar para uma espécime de “jornalismo light”, entremeando notícias e opiniões de qualidade evidente com notícias e comentários menores. Curiosamente, na penúltima remodelação do jornal desagradou-me a inclusão da rubrica “Pessoas” por achar que se esse fosse o motor da minha leitura, certamente, não seria o Público que comprava. Na altura optei por não escrever por achar que, a seu tempo, poderiam recuar nesse estilo. Mas pasme-se quando nesta nova mudança aquela secção ganhou mais espaço.
Na era da Internet e da Blogosfera urgem formas mais inovadoras e interessantes de fidelizar os leitores.
Afinal, como se pretende afirmar O Público?
Reparo que não sou a única insatisfeita com o novo formato do jornal. Reparo, também e entristecida, nalguns motivos que a direcção encontra para fundamentar as mudanças; por exemplo, com base em estudos de opinião aos leitores, retiraram um passatempo de palavras cruzadas e aumentaram um do Sudoku. A ser assim, imagine-se como estariam os canais televisivos se se regessem por estudos de opinião e audiência! Estaríamos condenado a ver telenovelas, futebol e “Portugais no Coração” o dia inteiro…
Afinal, como se pretende afirmar O Público?Apesar da minha tenra idade, sinto já necessidade de manter algumas referências que, pela sua irreverência envolta em profissionalismo e qualidade, transformem um simples hábito (como o é comprar e ler um jornal) num hábito de culto. Assistir a uma referência destas ficar refém da globalização do sensacionalismo e do imediatismo, é antes de mais, triste.
No meio desta “busca de identidade”, tentei encontrar no dicionário de Língua Portuguesa o significado de “chunga” (Público, suplemento P2, 06/03/2007), mas não encontrei; terei deixado de entender o jornal? Ou terá O Público deixado de falar a nossa língua?
Espero muito sinceramente que não, porque precisamos desta referência que, apesar de um deslize, pode continuar a sê-lo, basta reconsiderar a prioridade e a essência com que se quer distinguir. Assim espero.
Inês Pinho