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segunda-feira, março 19, 2007 

COMENTÁRIOS - 71

Sou leitor do jornal PÙBLICO há já vários anos e, embora reconheça que se fazia sentir uma mudança no seu visual, tenho, para mim, que esta mudança sofrida não veio, afinal, beneficiar todos aqueles leitores que já não dispensavam a página de ciência e a sempre saborosa notícia da última página, que quase sempre surpreendia pela temática (Paleontologia, história, arqueologia, técnica, divulgação social, artística, enfim, era uma notícia sempre com suporte fotográfico que apetecia arquivar).

É verdade que o jornal era predominantemente cinzento, mas tinha um saudável colorido devido à diversificação das notícias, que raramente ocupavam mais de meia página (suporte fotográfico incluído).

Com o novo visual, aparecem anúncios monstruosos de página inteira; um grande número de fazedores de opinião que não se coíbe de a expender em página inteira, levando, naturalmente à exaustão, a paciência dos leitores.

Depois não se percebe, também, a necessidade de tantos fazedores de opinião, como se o leitor não tivesse, ele próprio, a sua opinião, e fosse carente das opiniões jornalísticas.

Por outro lado, as novas áreas adquiridas não parecem produzir informação tão relevante que justifique a sua substituição em detrimento das notícias científicas, muitas delas obtidas de revistas conceituadíssimas, e que não se encontram no mercado, como são a Nature e a Science.

Um jornal pode e, no meu ponto de vista deve, ser tão informativo como formativo; mesmo no campo do desporto raramente se lê notícias sobre Xadrez ou Hóquei em Patins, mas abundam diariamente as notícias sobre golfe, ténis e outros desportos de índole radical, que podem interessar as camadas jovens mas que não são os leitores habituais de jornais.

O colorido pode ser agradável quando não se perde a substância e a qualidade.

Peço desculpa da extensão do meu parecer mas tinha que dizer o que penso sobre a mudança do jornal que sempre tenho lido e que, a continuar nesta onda, não sei se vou continuar a ler.

Victor Manuel Barbosa Trindade, Lisboa

Um jornal generalista de referência hoje em dia deve, além da política e da economia, dar naturalmente uma especial atenção à ciência, que é o campo onde estão a acontecer as mudanças e as descobertas mais relevantes e mais surpreendentes. Nunca se fez tanto em tão pouco tempo e há muito para noticiar, assim se queira. Mas infelizmente a tendência nesta nova reformulação parece seguir outras prioridades, mais próximas do sensacionalismo das notícias de famosos, com fotos assustadoramente grandes a ilustrar. Tenho muita pena que tudo isto tenha incompreensivel e inexplicavelmente acontecido. A nível do grafismo o jornal era fantástico na fórmula 'menos é mais' que praticava, ou seja, no estilo simples e prático. Mudou agora para 'mais é menos', tendo-se submergido num exagero de cor, de imagem e de enquadramento do texto em cada página ou conjunto de páginas que se revela claramente menos prático e muito mais próximo dos jornais que não interessam ao leitor tradicional do Público.

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