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Ainda o novo Público. Sou leitora assídua ao ponto de, durante um divórcio, o ter tomado como barómetro da minha sanidade mental, e após uma interrupção de dois dias retomar a sua leitura com redobrada cumplicidade. O novo Público foi para mim um susto, mas resolvi esperar para ver se me habituava. Mas não. O que o Público tinha de " clean" perdeu-o. O excelente trabalho fotográfico e gráfico (parabéns mesmo assim ao João Fazenda) perde-se no excesso de uma outra "ruidosa" imagem que nos satura já o dia a dia por todo o lado. Como se na compra do jornal não fosse importante ter a certeza que o que nos iriam " enterrar nos olhos" não era a Britney Spears ou o último idiota inquérito sobre os gostos e gostinhos destes e daqueles. É que se todos gostamos de curiosidades não significa isto que a queiramos ter todos os dias no jornal que escolhemos para ler. Deixei de poder ter no público um descanso. "Grita-me" agora também o Público. Tornou-se indistinto. A fórmula de "conversa" da última página, sintetiza a confusão que vai no jornal, não basta dizer graçolas para ter interesse, as duas figuras são excessivamente desiguais em profundidade. E para bom entendedor meia palavra basta. Mas ao menos voltou uma última página com maior interesse. Para quem lê o público no metro sabe o bom que é não ter que abrir o jornal e poder ter para ler alguma coisa nessa página. Na última remodelação quando tiraram o Prado Coelho da última página ressenti-me. O Pulido Valente lá salvava a situação ao fim de semana. Bem já chega. Quem anda farto de barulho deixou de ter um jornal limpo.
Inês Pinho
Inês Pinho