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domingo, março 11, 2007 

COMENTÁRIOS - 19

Caro Sr. Rui Araújo,

Segue este mail para fazer uma observação sobre o "novo Público". Tenho, antes de mais, que aplaudir o novo grafismo. Está apelativo e, passada a fase inicial de estranheza, torna-se agradável. Há o problema do tamanho das imagens: excessivamente grandes e que convidam ao facilitismo nos textos, os quais se poderão tornar mais curtos e menos profundos. O tipo de letra, ainda que de fácil leitura, será talvez um tudo nada diminuto. Um ou dois pontos de aumento do mesmo fariam bem.

Relativamente às mudanças não visuais, há obviamente aspectos bons e maus. Tendo apenas acesso ao Público on-line (de que sou assinante), não posso falar muito dos suplementos. Ainda assim, fico com a sensação que o novo "Ípsilon" é bastante mais curto que o "Y". Aí, das duas uma: ou o "Ípsilon" é realmente mais pequeno (e nesse caso temos a crítica a um suplemento tão fraco) ou então a edição on-line do mesmo está substancialmente reduzida face à edição em papel (de onde advém uma diferença de tratamento entre os clientes). Sendo o segundo caso aquele que se aplica (e há razões para acreditar nisso), convém explicar se isso é uma opção para se manter (de onde adviria uma falha perante os assinantes, não informados acerca da mudança) ou se é apenas um erro (e nesse caso há lugar a pedidos de desculpas e uma correcção rápida do problema). Tendo também o "Ípsilon" sido anunciado como um cruzamento entre o "Y" e o "Mil-Folhas", nota-se a falta de conteúdo de um e outro suplemento. Aqui, repito, poderá ser o problema da falta da edição on-line.

O segundo caderno, "P2", está também interessante. Tem alguns temas de actualidade premente e assume uma vertente mais leve e lúdica, que motiva a leitura pelo prazer. Ainda assim será, a espaços, excessivamente "leve" de conteúdos, caindo em alguns facilitismos de escrita e de temas. Por outro lado, repete-se aqui uma crítica pessoal bastante antiga: a da falta de qualidade da secção de Ciência, desta vez agravada pela falta de conteúdo, o qual parece ter diminuído com a "refundação". Há que notar que ter uma secção de Ciência implica algo mais do que publicitar prémios de investigação científica ou anunciar as novas edições do Windows (algo que considero ridículo surgir na secção de Ciência, sendo mais lógico na Economia ou Sociedade). Implica antes falar de novos desenvolvimentos científicos e tecnológicos e apresentá-los numa linguagem acessível a leigos. Isso raramente tem sido feito (especialmente se comparada essa actividade com a das restantes secções do jornal), o que é inaceitável quando há centenas de publicações científicas mensais com dezenas de artigos disponíveis. Certamente que é possível ao Público encontrar mais informação para publicar.

Nota para os artigos de opinião: é pena que tenham sido "atirados" para o fim do jornal. Uma marca distintiva do Público era o surgimento da Opinião logo a seguir ao Destaque. Dava peso à escrita dos seus autores e motivava o leitor a pensar no assunto. Assim, com os textos no fim, o leitor poderá descartar a opinião por puro cansaço ou desinteresse, visto que já terá lido o restante do jornal. Esta observação é, creio, tanto mais pertinente quanto os leitores que mais frequentemente lerão os artigos de Opinião serão também aqueles que mais tendência terão a ler todo o jornal.

Última nota (e recorrente) para a edição on-line (paga). Com a mudança no site do Publico.pt, surgiu um novo estilo de leitura bastante mais agradável, onde se pode ver toda a página como uma imagem. Isto acrescentou a possibilidade de ver as fotografias e outras imagens/gráficos, o que facilita imenso a compreensão de inúmeros artigos. Ainda assim, é pena que este sistema não tenha sido estendido aos suplementos, os quais continuam a surgir apenas em formato de texto (com a agravante de, agora, nem sequer ser possível ver as capas). Com esta nova interface não há quaisquer razões para não incluir os suplementos no estilo de "texto+imagens". A crítica também poderia ser levada ao suplemento "Inimigo Público" (que creio continuar a ser publicado), o qual não era disponibilizado na edição on-line (segundo me foi explicado em tempos pelo director do Publico.pt José Vítor Malheiros) devido à profusão de imagens. Essa explicação já não colhe, portanto.

Os meus melhores cumprimentos e desejos de uma boa continuação de trabalho,

João Sousa André

P.S. – Gostaria de deixar uma nota congratulatória sobre a forma como o caso "Uma forma de plágio" referente à jornalista Clara Barata foi conduzido pela Direcção e pelo Provedor. Aplaudo também a decisão, que me pareceu justa e equilibrada.

Sobre o blog

  • O blogue do Provedor do Leitor do PÚBLICO foi criado para facilitar a expressão dos sentimentos e das opiniões dos leitores sobre o PÚBLICO e para alargar as formas de contacto com o Provedor.

    Este blogue não pretende substituir as cartas e os e-mails que constituem a base do trabalho do Provedor e que permitem um contacto mais pessoal, mas sim constituir um espaço de debate, aberto aos leitores. À Direcção do PÚBLICO e aos seus jornalistas em torno das questões levantadas pelo Provedor.

    Serão, aqui, publicados semanalmente os textos do Provedor do Leitor do PÚBLICO e espera-se que eles suscitem reacções. O Provedor não se pode comprometer a responder a todos os comentários nem a arbitrar todas as discussões que aqui tiverem lugar. Mas ele seguirá atentamente tudo o que for aqui publicado.

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