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domingo, julho 01, 2007 

“O PÚBLICO VOLTOU A ERRAR”

A nota “O PÚBLICO errou”, publicada na edição de 21 de Junho, não passou despercebida.
Eis o texto em causa:
No artigo intitulado ‘A Rainha Coleccionadora’, publicado ontem no P2, referia-se erradamente que D. Catarina de Bragança era mulher de D. João III. Na verdade, a mulher de D. João III chamava-se D. Leonor de Áustria (irmã de Carlos V).

Esta ‘correcção’ suscitou alguns protestos, obviamente.


"’O PÚBLICO errou’ de 21/6, e continua a errar. A mulher de D. João III é D. Catarina de Áustria (não de Bragança). Esta é filha de D. João IV, rainha de Inglaterra”, escreve Joaquim Lagoeiro, um leitor de Lisboa.

“Venho sugerir uma nova entrada: ‘O PÚBLICO voltou a errar’.
No ‘PÚBLICO’ de hoje (21/06/2007) afirma-se que a mulher de D. João III se chamava D. Leonor de Áustria e não D. Catarina de Bragança, como tinha sido referido no dia anterior. Na verdade D. João III casou em 1525 com D. Catarina de Áustria, filha de Filipe o Belo, arquiduque de Áustria e de Joana a Louca. Catarina de Áustria era irmã de Carlos V e de D. Leonor de Áustria, terceira mulher de D. Manuel I (embora prometida a D. João III).
Nota – D. Catarina de Bragança, filha de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão, casou com Carlos II de Inglaterra.
Teria sido fácil uma consulta, por exemplo, a um Dicionário de História de Portugal ou à Internet !”, escreve Maria Cândida Araújo, uma leitora do Porto.

“O PÚBLICO, jornal que se pretende de referência, no artigo intitulado ‘A arte da primeira globalização em Washington’ e não ‘A Rainha Coleccionadora’ (P2, em 20/06/07), escreve: ‘D. Catarina de Bragança, mulher de D. João III, foi uma das mais importantes coleccionadoras europeias e ainda uma atenta e generosa doadora – na Sackler estarão algumas das suas ofertas a outras monarquias europeias.’
Na Secção ‘O PÚBLICO errou’ (em 21/06/07) corrige da seguinte forma:
‘... referia-se erradamente que D. Catarina de Bragança era mulher de D. João III. Na verdade, a mulher de D. João III chamava-se D. Leonor de Áustria (irmã de Carlos V).’
Afinal, segundo o PÚBLICO, ‘quem era a rainha coleccionadora’?
Lendo o artigo e a correcção fica-se sem saber se era:
a) D. Catarina de Bragança (século XVII; rainha de Inglaterra)
b) D. Leonor de Áustria (século XVI; terceira mulher de D. Manuel I, erradamente dada como mulher de D. João III)
Desfazendo as confusões:
Na realidade a ‘rainha coleccionadora’ era D. Catarina de Áustria, mulher de D. João III e depois regente durante a menoridade de D. Sebastião. (Irmã de D. Leonor e de Carlos V).
Ver: Nuno Vassallo e Silva – <>, in: EXOTICA, Os Descobrimentos Portugueses e as Câmaras de Maravilhas do Renascimento, catálogo de exposição, Lisboa (Museu Calouste Gulbenkian), 2002.
Na página 31 pode ler-se: ‘D. Catarina de Áustria, a primeira grande coleccionadora de objectos raros e preciosos do Oriente, cuja importância no coleccionismo da casa de Habsburgo tem sido bem comprovada por Annemarie Jordan, ...’
Como leitor habitual da coluna do provedor, espero que mais uma vez com a sua pedagogia se esforce, mesmo que com pouco sucesso até agora, para convencer os responsáveis de que um ‘jornal de referência’ não pode ser feito com tanta ignorância e displicência”, escreve Neiva Correia, uma leitora de Lisboa.

Os leitores têm razão.
A mulher de D. João III era Catarina de Áustria.
O PÚBLICOU errou (no artigo de Rita Siza) e voltou a errar (na ‘correcção’ apresentada).

“Mais uma vez ao ler uma notícia no P2 do dia 18 de Junho constatei a existência de várias incorrecções que retiram rigor histórico e credibilidade ao PÚBLICO.
Na pequena coluna ‘Napoleão foi derrotado em Waterloo’ encontrei os seguintes erros:
a) O aliado prussiano é Blücher e não Bluchner, como consta no texto. Não era um simples general como é referido, mas sim um marechal de campo e com o título nobre de Príncipe de Wahlstatt. Os reforços prussianos (49000 homens não aparecem subitamente num campo de batalha no início do século XIX) não foram uma verdadeira ‘surpresa’.
b)A referência a uma canção dos Abba é totalmente descabida e inapropriada. Ainda para mais, Napoleão Bonaparte não se rendeu em Waterloo como está referido no texto e na canção (!). Foi derrotado nessa batalha o que é totalmente diferente.
c) O imperador Napoleão Bonaparte regressou a Paris a 21 de Junho e não a 22 do mesmo mês tendo abdicado a 23 de Junho.
d) Se a ilha de Santa Helena é definida como ‘remota’, como pode estar ‘próximo da costa de África’? Está aproximadamente a 1900 km dessa costa e foi precisamente escolhida para o exílio por estar longe de qualquer continente.
A minha preocupação é a seguinte: se encontrei estes erros sobre um assunto que conheço qual a fidedignidade de notícias de assuntos que não domino?”, escreve José Paulo Andrade, um leitor do Porto.

Os reparos são parcialmente pertinentes.
1- O leitor tem razão. O nome correcto é Gebhard Leberecht von Blücher (e não Bluchner).
2- O leitor tem razão. Napoleão foi derrotado em Waterloo.
3- O leitor tem razão: Napoleão não regressou a Paris no dia 22 de Junho de 1815 (como menciona o jornalista), mas
“entre as 6 e as 8 horas” de 21 de Junho. Tentou “envenenar-se (as lavagens de estômago praticadas pelo farmacêutico Charles-Louis de Gassicout, filho natural de Luís XV, salvaram-no)“.E abdicou (pela segunda vez) no dia 22 (e não 23, como refere o leitor) “antes das 12h00”.
Eis as fontes consultadas (e parcialmente reproduzidas mais acima): Dicionário Quid: www.quid.fr/2007/Histoire_De_France/Ier_Empire_Restaure_Les_Cent_Jours_1815/1
– e governo francês: www.diplomatie.gouv.fr/archives/dossiers/160ministres/RevConsEmpire/ConsulatEmpire/
chrono.html
O provedor considera, por outro lado, a referência aos Abba uma opção editorial deveras inovadora, mas inapropriada.

O endereço electrónico do provedor é: provedor@publico.pt

Obrigado pela sua correcção sobre o dia da abdicação. A minha "fonte" foi o livro "The Waterloo Companion" de Mark Adkin, Aurum Press, 2001 que na sua página 422 tem escrito: "Treachery by political enemies...resulted in the Emperor abdicating on 23 June in favour of his son. This condition was ignored." Pelos vistos não está de acordo com as outras fontes.
José Paulo Andrade

É impensável que um jornalista credivel erre na história de Portugal.
Os meus prabéns.

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