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domingo, fevereiro 25, 2007 

MUDA-SE O PÚBLICO... (II)

As reacções dos leitores sobre as mudanças no jornal sucedem-se.

"Quando há mudanças é natural que surja alguma perturbação inicial. Leva algum tempo para substituir a estrutura do jornal memorizada pela nova.
Por enquanto, não me queixo a esse nível. Contudo, passei a ter de ler o jornal com uma lente, o que não acontecia até agora. Deixei de ter prazer na leitura do jornal e passei a confrontar-me com a ideia de velhice resultante da fadiga da leitura! Até o calvin diminuiu sensivelmente de tamanho! As tabelas tornaram-se quase ilegíveis. O novo formato das fotografias, nitidamente maior, não me compensa das perdas de qualidade na leitura. É um pouco estranho que quando a população idosa aumenta, se lhe dificulte a leitura...
Verifiquei também que o endereço e-mail do provedor deixou de ser indicado, tendo sido necessário passar pelo Google para o encontrar!", escreve José Hipólito dos Santos, um leitor de Oeiras.

o endereço electrónico do provedor do leitor do público é o seguinte: provedor@publico.pt

"De um leitor desde o número 1: Lá temos de gramar uma nova revolução gráfica, que eu aceito como um sacrifício que temos de suportar para os directores salvarem o jornal, nestes tempos de jornais gratuitos e internet. Mas há uma falha muito grande que tenho de protestar: o tamanho da letra e/ou a qualidade do papel ou outra coisa qualquer que não sei explicar, perturbam-me a leitura. Na semana passada até desisti de ler os artigos dos comentadores, por cansaço visual. E nunca até hoje tive problemas de visão, felizmente", escreve Manuel Lagido, um leitor de Vila do Conde.

Pedi um esclarecimento ao director.

"Efectivamente não reduzimos o tamanho da letra, mudámos foi o tipo de tipografia e esta é mais fina, menos densa, que a anterior. Inicialmente, quando vi as primeiras provas, pareceu-me bem. Quando fizemos os números de teste, impressos em papel de jornal, comecei a ter dúvidas. Coloquei a questão a várias pessoas, incluindo todos os membros do nosso Conselho Consultivo, porque eu vejo bem ao perto e não queria julgar sozinho. Todos, sem excepção, disseram que estava bem. Mas agora tenho vindo a receber cada vez mais queixas, pelo que já estamos a trabalhar para aumentar o corpo da letra", respondeu José Manuel Fernandes.

"Tenho, antes de mais, que aplaudir o novo grafismo. Está apelativo e, passada a fase inicial de estranheza, torna-se agradável. Há o problema do tamanho das imagens: excessivamente grandes e que convidam ao facilitismo nos textos, os quais se poderão tornar mais curtos e menos profundos. O tipo de letra, ainda que de fácil leitura, será talvez um tudo-nada diminuto. um ou dois pontos de aumento do mesmo fariam bem.
Relativamente às mudanças não visuais, há obviamente aspectos bons e maus. tendo apenas acesso ao Público on-line (de que sou assinante), não posso falar muito dos suplementos. ainda assim, fico com a sensação que o novo 'ípsilon' é bastante mais curto que o 'y'. Aí, das duas uma: ou o 'ípsilon' é realmente mais pequeno (e nesse caso temos a crítica a um suplemento tão fraco) ou então a edição on-line do mesmo está substancialmente reduzida face à edição em papel (de onde advém uma diferença de tratamento entre os clientes). Sendo o segundo caso aquele que se aplica (e há razões para acreditar nisso), convém explicar se isso é uma opção para se manter (de onde adviria uma falha perante os assinantes, não informados acerca da mudança) ou se é apenas um erro (e nesse caso há lugar a pedidos de desculpas e uma correcção rápida do problema). Tendo também o 'ípsilon' sido anunciado como um cruzamento entre o 'y' e o 'Mil Folhas', nota-se a falta de conteúdo de um e outro suplemento. Aqui, repito, poderá ser o problema da falta da edição on-line.
O segundo caderno, 'P2', está também interessante. Tem alguns temas de actualidade premente e assume uma vertente mais leve e lúdica, que motiva a leitura pelo prazer. Ainda assim, será, a espaços, excessivamente 'leve' de conteúdos, caindo em alguns facilitismos de escrita e de temas. Por outro lado, repete-se aqui uma crítica pessoal bastante antiga: a da falta de qualidade da secção de Ciência, desta vez agravada pela falta de conteúdo, o qual parece ter diminuído com a 'refundação'. Há que notar que ter uma secção de Ciência implica algo mais do que publicitar prémios de investigação científica ou anunciar as novas edições do Windows (algo que considero ridículo surgir na secção de Ciência, sendo mais lógico na economia ou sociedade). Implica antes falar de novos desenvolvimentos científicos e tecnológicos e apresentá-los numa linguagem acessível a leigos. Isso raramente tem sido feito (especialmente se comparada essa actividade com a das restantes secções do jornal), o que é inaceitável quando há centenas de publicações científicas mensais com dezenas de artigos disponíveis. Certamente que é possível ao Público encontrar mais informação para publicar.
Nota para os artigos de opinião: é pena que tenham sido 'atirados' para o fim do jornal. Uma marca distintiva do Público era o surgimento da opinião logo a seguir ao destaque. Dava peso à escrita dos seus autores e motivava o leitor a pensar no assunto. Assim, com os textos no fim, o leitor poderá descartar a opinião por puro cansaço ou desinteresse, visto que já terá lido o restante do jornal. Esta observação é, creio, tanto mais pertinente quanto os leitores que mais frequentemente lerão os artigos de opinião serão também aqueles que mais tendência terão a ler todo o jornal.
Última nota (e recorrente) para a edição on-line (paga). Com a mudança no site do publico.pt, surgiu um novo estilo de leitura bastante mais agradável, onde se pode ver toda a página como uma imagem. Isto acrescentou a possibilidade de ver as fotografias e outras imagens/gráficos, o que facilita imenso a compreensão de inúmeros artigos. Ainda assim, é pena que este sistema não tenha sido estendido aos suplementos, os quais continuam a surgir apenas em formato de texto (com a agravante de, agora, nem sequer ser possível ver as capas). com esta nova interface não há quaisquer razões para não incluir os suplementos no estilo de 'texto + imagens'.
A crítica também poderia ser levada ao suplemento 'inimigo público' (que creio continuar a ser publicado), o qual não era disponibilizado na edição on-line (segundo me foi explicado em tempos pelo director do publico.pt, José Vítor Malheiros) devido à profusão de imagens. Essa explicação já não colhe, portanto", escreve João Sousa André, um leitor de Enschede, Holanda.

Solicitei um esclarecimento a José Vítor Malheiros.

"A razão por que há suplementos que não estão disponíveis com o mesmo aspecto gráfico (e a mesma fiabilidade e funcionalidades) dos cadernos principais do Público não tem a ver com a quantidade de imagens desses suplementos (ter-me-ei certamente explicado mal ao leitor), mas com o facto de eles serem paginados num sistema diferente do resto do jornal - que não nos permite a mesma abordagem técnica de geração da versão on-line da edição impressa. Está prevista a integração dos suplementos no mesmo sistema, mas ela tem sido adiada. Não nos será possível apresentar os suplementos com o mesmo aspecto gráfico e as mesmas funcionalidades dos cadernos principais antes que essa integração tenha lugar. Escusado será dizer que desejamos essa integração, que ela está decidida e planeada e que ainda não aconteceu por manifesta impossibilidade física - que excede a capacidade de intervenção do subscritor desta resposta", respondeu o director executivo.

Na próxima crónica reproduzirei mais reacções.

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