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domingo, janeiro 14, 2007 

UMA FORMA DE PLÁGIO (EPÍLOGO)

Clara Barata enviou ao provedor duas mensagens (“com cópia para o director”).

“Acabei de ler o seu artigo. Vejo que queria chegar à Wikipedia. Muito bem, posso ter usado a informação de lá, mas não me lembro minimamente disso, como já lhe disse. E não me costumo ficar pela Wikipedia para verificar os dados básicos – mas como também já disse, não vou citar todos os sítios que consultei, porque isso faz parte do trabalho do jornalista ou de quem está a procurar apurar os factos. A não ser que passemos a publicar uma bibliografia no final dos artigos.
Agora o que me irrita muito, e considero ser um trabalho preguiçoso e faltoso à verdade, é comparar-me com o Jayson Blair, que inventou reportagens, e dizer que copiei parágrafos da New Scientist sem citar as fontes.
Como lhe disse, naquela pequena peça, citava três fontes: a New Scientist, a Wired e a Nature. Desde que não esteja a tentar forçar um tema para escrever a sua crónica e arranjar um exemplo forçado, qualquer pessoa normal depreende que eu li os artigos publicados por aqueles meios, e que os cito e que usei o seu conteúdo para os escrever.
Não preciso é de dizer o sítio de onde retirei cada palavra a cada passo, o que seria não só estúpido como atrapalharia a comunicação. E também não preciso de falar em todas as fontes que consultei, que foram mais que as mencionadas – como os comunicados de imprensa e o artigo científico publicado na Nature. No decorrer de um trabalho podem-se falar e consultar inúmeras fontes que não serão citadas a não ser que seja relevante para o trabalho final.
Se o conteúdo da caixa está demasiado próximo da Wikipedia e isso não foi mencionado, lamento, mas, ao contrário da imagem que faz passar de mim, não ando a copiar o conteúdo de outros sítios e assumi-lo como meu. Até porque seria bastante estúpido, no caso de informação que pouca gente terá de cor na sua memória. Isso posso reconhecer que foi um erro que aconteceu e não devia ter acontecido. Mas se mo tivesse dito em vez de me massacrar com as citações em inglês, certamente poderia ter tido uma resposta mais adequada.
Agora quanto ao tom e ao usar-me como exemplo de plágio e desleixo, só posso dizer-lhe que o mau trabalho é seu, porque só me enviou as duas frases que cita depois de uma troca de várias mensagens, à noite, quando me disse que estava a acabar o artigo. Nunca teve a hombridade de me falar nisso antes. E ainda por cima escreve como se eu nunca citasse a New Scientist – ou qualquer outra fonte, já agora – durante todo o artigo.
Trabalho incompetente e deliberadamente enganoso é o seu, lamento dizer-lhe. E espero que na próxima crónica se corrija, nem que seja numa nota de rodapé”, escreve Clara Barata.

Eis a outra mensagem da jornalista: “O que o provedor do PÚBLICO faz nesta última crónica é um exemplo de excepção do que um jornalista nunca deve fazer: não confrontar as fontes com a informação necessária para poder dar uma resposta adequada à solicitação, e manipular a informação que detém, doseá-la, para escrever a história que tem na cabeça, sem a preocupação de a fazer corresponder aos factos/vivência de cada uma das fontes. Isto é péssimo jornalismo, aquele tipo de jornalismo que faz com que os consumidores de informação desconfiam da comunicação social. E sendo o provedor jornalista, além do rosto de ligação do jornal aos leitores, é especialmente grave”.

RESPOSTA DO PROVEDOR

Clara Barata optou por continuar a debater o acessório quando o cerne da questão é o plágio.

1 – A jornalista reconhece que pode ter usado a informação da Wikipedia, mas não se recordaminimamente disso”. É pena (na medida em que a sua “caixa” reproduz (à excepção de oito palavras) o texto da Wikipedia.

2 – A jornalista escreve:Considero ser um trabalho preguiçoso e faltoso à verdade é comparar-me com o Jayson Blair, que inventou reportagens, e dizer que copiei parágrafos da New Scientist sem citar as fontes .”
Foi Clara Barata quem se socorreu inicialmente do New York Times. O que o provedor escreveu é que “Jayson Blair foi obrigado a demitir-se (designadamente) por causa do plágio”. É um facto inquestionável.
A jornalista reproduziu textos da Wikipedia e da New Scientist sem mencionar a fonte e sem inserir quaisquer aspas. É outro facto inquestionável.


3 – Clara Barata escreve:Como lhe disse, naquela pequena peça, citava rês fontes: a New Scientist, a Wired e a Nature.”
A Wikipedia não é citada uma única vez.
E a New Scientist só é mencionada no último parágrafo do artigo a propósito de uma declaração de John D’Orazio (depois de a jornalista ter reproduzido vários parágrafos sem indicar a fonte e sem colocar aspas na prosa alheia). O provedor considera que a fonte devia ter sido indicada em todos os parágrafos (anteriores) copiados (à semelhança do que devia ser feito com a Wikipedia, obviamente).

4 – A jornalista escreve: “(...) qualquer pessoa normal depreende que eu li os artigos publicados por aqueles meios, e que os cito e que usei o seu conteúdo para os escrever.”
Os leitores e o provedor não são, portanto, pessoas normais porque não depreenderam, nem no caso da “caixa” (copiada na íntegra) nem no resto do texto, que a autoria devia ser atribuída a fontes que a jornalista não menciona. É mais um argumento inaceitável.

5 – A afirmaçãoNo decorrer de um trabalho podem-se falar e consultar inúmeras fontes que não serão citadas a não ser que seja relevante para o trabalho finalé controversa. Consultar é uma coisa (legítima). Plagiar é um erro. O artigo contém parágrafos copiados na íntegra de apenas duas fontes (não sãoinúmeras”!, como pretende Clara Barata): Wikipedia e New Scientist...

6 – A jornalista escreve, por outro lado:se o conteúdo da caixa está demasiado próximo da Wikipedia e isso não foi mencionado, lamento, mas, ao contrário da imagem que faz passar de mim, não ando a copiar o conteúdo de outros sítios e assumi-lo como meu.”
O conteúdo da caixa não estádemasiado próximo”: é a reprodução fiel e na ordem exacta do original.

7 – Clara Barata afirma:Agora quanto ao tom e ao usar-me como exemplo de plágio e desleixo, só posso dizer-lhe que o mau trabalho é seu, porque só me enviou as duas frases que cita depois de uma troca de várias mensagens, à noite, quando me disse que estava a acabar o artigo. Nunca teve a hombridade de me falar nisso antes.”
É grave uma jornalista recorrer à mentira e à ofensa para defender o indefensável.
O provedor não enviou à jornalista duas frases, mas 13 (a quase totalidade do texto em causa). E não o fez depois de ter dito
que estava a acabar o artigo”, é outro argumento falso. Foi antes. E mais: o provedor propôs à jornalista a reformulação da sua resposta inicial e comunicou-lhe que o podia fazer até às 16h30 do dia seguinte. Não era obrigado a fazer nem uma coisa nem outra...

CRONOLOGIA

O provedor contactou a jornalista no dia 4 (10h56): “Tomo a liberdade de lhe comunicar que os elementos de que disponho apontam para a reprodução de frases e parágrafos sem indicação das fontes e sem aspas. Permita-me formular a seguinte sugestão: não quer reformular a sua resposta?”

Nessa mesma noite (20h51) o provedor contactou novamente a jornalista: “Como não respondeu à mensagem que lhe enviei esta tarde, tomo a liberdade de lhe dizer que – caso pretenda – pode enviar-me as respostas reformuladas (proposta minha) sobre os artigos "Em busca do autobronzeador ideal" + "Os efeitos de UVA e UVB" até amanhã, sexta-feira – posso esperar até às 16h30 [do dia seguinte, nota do provedor]”.
Caso opte por não o fazer, as respostas iniciais que teve a amabilidade de me enviar serão publicadas na próxima crónica do provedor do leitor do PÚBLICO”.

Clara Barata respondeu pouco depois (21h12): “Tudo o que disse antes se mantém; quando se procura informação básica consultam-se várias fontes e comparam-se para fazer a aferição dos dados. É informação repetida de sítio para sítio, o que se procuram são os factos. Não me lembro dos sites que consultei para fazer essa caixinha mas acho completamente louco que alguém possa considerar isso plágio, como a Dulce Neto me disse que lhe falou. Não é propriamente preciso comparar citações de vários canhenhos para explicar uma escala ou uma fórmula química, que são matérias assentes em termos científicos.”

PROVEDOR – (21h15): “Publicarei então as respostas iniciais, já que tudo o que disse antes ‘se mantém’.
Permita-me formular então mais um pedido de comentário seu: quais as fontes do artigo (Em busca do autobronzeador ideal) e a razão que a levou a não as explicitar na totalidade e a não colocar as aspas nos textos alheios?”

PROVEDOR – (21h18): “Por uma questão de honestidade, permita-me comunicar-lhe o seguinte: Os dois textos seus já referidos nas anteriores mensagens contêm inúmeras frases de fontes não mencionadas.
Essas mesmas frases também não estão entre aspas. Caso pretenda complementar as suas respostas iniciais, eu aceito.”

CLARA BARATA – 21h23: “Sinceramente, não faço a menor ideia daquilo a que se refere.”

PROVEDOR – 21h29: “Eis alguns exemplos de frases polémicas:

‘Faz com que os melanócitos libertem melanina que já está produzida.’
causes release of preexisting melanin from the melanocytes (…).

[NOTA: o provedor cita 13 frases e não duas como pretende erradamente a jornalista]

Acho que dá para entender. Estas frases assinadas por si não contêm a indicação da autoria e não estão colocadas entre aspas... Não posso ajudar mais.”

PROVEDOR – 21h33: “Enviei-lhe apenas algumas frases. Há mais texto nessas condições... Caso pretenda reformular a sua resposta em relação aos dois textos, repito, aceito.
Diga-me só o que pretende fazer pf para eu dar por finda a escrita da próxima crónica do provedor com as suas respostas iniciais ou as suas respostas reformuladas.”

CLARA BARATA – 21h38: “E porque raio haviam de estar colocadas entre aspas, pergunto-lhe eu? Não me lembro minimamente de onde tirei os dados da caixa, podem ter vindo em grande parte de um sítio, não faço a mais pequena ideia, mas duvido que seja de algum autor que se sinta espoliado (porque são dados factuais, como já disse várias vezes). E as últimas frases devem estar repetidas em todas as notícias escritas sobre o assunto, mais ou menos da mesma
forma, porque são provenientes de um comunicado de imprensa. Quem quiser procurar frases e expressões iguais ou semelhantes a outras em inglês ou português encontrá-las há muito no PÚBLICO ou até no New York Times.”

PROVEDOR – 21h41: “Respeito a sua opinião, mas discordo. Esta última resposta que me facultou é o complemento da sua resposta inicial ou não prefere que não seja publicada na crónica do provedor? Caso seja o complemento de resposta, não prefere reformulá-lo? Diga-me só pf o que pretende.”

CLARA BARATA – 21h45: “E o facto de citar três fontes diferentes no texto, já agora...”

CLARA BARATA – 21h46: “Já lhe enviei o complemento reformulado, sem o ‘raio’ e uns advérbios.”

PROVEDOR – 21h47: “Se bem percebi, damos por concluídas as respostas. As respostas (incluindo este complemento) serão publicadas na próxima crónica do provedor do leitor.”

PROVEDOR – 21h49: “O problema não está nas fontes que cita, mas nas que omite.”

Na segunda mensagem a jornalista acusa o provedor de manipulador, de praticarpéssimo jornalismo”, etc. – depois de o ter tratado deincompetente.”

Todos nós cometemos erros. É pena Clara Barata não ter reconhecido os seus, porque não tenhamos dúvidas: a honestidade e a humildade só nos enobrecem.

PS – Clara Barata indicou-me, entretanto, que as suas mensagens reproduzidas no início desta crónicasão para ignorarpor terem sido escritasa quentee enviou-me um documento com mais de 30.000 caracteres (praticamente o triplo do espaço desta página). Considero que a jornalista não pode invocar, por um lado, ter sido pressionada pelo provedor para responder e logo a seguir dar o dito por não dito por causa da sua alegada precipitação. O referido documento foi publicado no blogue do provedor pela direcção.


Acho inaceitável o modo como a jornalista responde às acusações. Para além do tom insultuoso e mal educado, é extraordinário que depois disto tudo ainda não reconheça o incrível erro e desleixo (o detalhe do parágrafo em inglês é inqualificável...).
Há que ter a dignidade e inteligência para reconhecer os próprios erros. Assim, só se prejudica a si própria e ao jornal para o qual trabalha.

O tema do plágio vem muito a propósito. O provedor, profissional atento e de olhar aguçado, já deve ter constatado como no Público (e é o caso menos grave da imprensa portuguesa) se utiliza o serviço da Lusa sem o citar e algumas vezes assinado por quem tudo o que faz é só mesmo acrescentar o nome à prosa picada. Exemplos? Pergunte aí na redacção. Que nome se dará a isso?
Uma sugestão: promova um debate sério sobre plágio nas redacções e não "assassine" na praça uma jornalista só porque não assumiu imediatamente um erro menor. Parece-me injusto, tanto mais que não faltam por aí casos realmente graves.

Presumo que a exposição pública, com provas suficientes, de uma falha deontológica grave no exercício de determinada profissão, e nomeadamente quando quem cometeu essa falha reconhece o erro, fosse "punição" bastante e proporcionalmente adequada. No entanto, o que se verifica neste caso não é o reconhecimento do erro e a manifestação de algum arrependimento, por parte da jornalista em causa, mas antes uma espécie de "contra-ataque" de cariz revanchista, sem qualquer sombra de humildade ou sequer recato; para já não falarmos em educação, lisura e trato urbano.
Não vislumbro, nos textos do Procurador, qualquer insulto pessoal ou mesmo qualquer palavra mais desagradável dirigida seja a quem for; outro tanto não se pode dizer das respostas da jornalista, que se limita a contrapor insultos a factos, à mistura com desculpas esfarrapadas.
A iniciativa do jornal Público, criando a figura de um Provedor dos leitores que actua, e em especial a acção efectiva e não apenas nominal deste, parecem-me ser a todos os títulos factos notáveis, de realçar, de aplaudir, e convidando ao incentivo entusiástico por parte dos envolvidos, leitores e autores.

Senhor Provedor:
Sou leitor e assinante do Público e aprecio a sua página, como apreciei a dos seus antecessores. Felizmente, o Público tem tido provedores do leitor de grande qualidade!
Sobre o assunto em epígrafe, quero manifestar-lhe o meu apreço e fazer um pequeno comentário.
A jornalista Clara Barata, para além de escrever mal (também eu escreverei, mas não tenho a responsabilidade de um jornalista), é arrogante, não só em relação ao Provedor (o que não será grave, digo eu), mas sobretudo em relação aos leitores, que merecem mais consideração, quer quanto às peças que elabora, quer quanto aos "esclarecimentos" que pretende dar no caso em apreço. O copianço é feio. A consulta a artigos ou autores, uns e outros devidamente identificados, dignifica o produtor de artigos ou textos e não lhe retira mérito pela pesquisa e elaboração do trabalho final. Claro que é melhor ser original, mas, do mal o menos.O "corta e cola", sem mais, não me parece bonito, de facto.
Os meus cumprimentos.
José António Ribeiro da Cunha
Porto

Espero que a jornalista Clara Barata não arranje com isto tudo uma úlcera nervosa.
Li os artigos, o dela, e o da New Scientist e tudo isto me parece um verdadeiro disparate. O artigo principal tem notas criativas próprias e alusões mais do que evidentes à publicação de cariz científico. Quanto às notas laterais direitas não são tradução à letra e só quem nunca fez ciência (em jornalismo) pode achar que a exposição de factos científicos que têm de ser resumidos e explícitos pode ser escrita de variadíssimas formas. Desafio o provedor do Público a escrever cinco formas de dizer a seguinte frase: (a exposição solar) o sol provoca (causa) cancro da pele. Eu só vejo uma: o cancro da pele é provocado (causado) pelo (a) sol (exposição solar).
Ok: a exposição da caixa lateral de texto é parecida. Neste caso acho que mais valia chamarem a jornalista à parte.
É lamentável que o sr. provedor comece a pensar em fazer a cama à jornalista Clara Barata às 10 da manhã.
Não haverá nada de grave no jornalismo português que mereça mais indignação? Ordenados chorudos para quem não trabalha e chatices q.b. para os verdadeiros valores do jornalismo nacional. Ora bolas. Para não falar de reportagens a sério feitas por jornalistas que não sejam free-lancers que têm às vezes de esperar meses para receberem trabalhos escritos e entregues para publicação.
Antigamente, os jornalistas iam para a rua para escrever, não para o desemprego. Hoje estão presos às redacções a picar informação das agências. Para não falar dos falsos estágios, que não passam de uma temporada a aprender a picar informação da Lusa e da Reuters. Ou seja, uma abordagem ao teclado.
Não sou muito dada a "postar" comentários em blogues, faço-o por estarem a fazer da Clarinha uma bruxa. O tempo das bruxas já lá vai. Não conheço a Clara Barata. Sou jornalista e, portanto, pelo sim pelo não, não vou identificar-me.

O desprezo e má educação com que a jornalista trata a pessoa e figura do Provedor do Leitor arrasta-se necessariamente para o Leitor em si, na medida em que o Provedor é o respectivo representante no coração da publicação.

Por parte do Provedor pudemos testemunhar apenas profissionalismo acompanhado da mais nobre educação e sobriedade no tratamento deste caso. Da jornalista testemunhámos precisamente o oposto. Como já foi por demais referido quer pelo Provedor, quer por leitores que aqui comentaram, o mal maior não está no erro em si, mas no tratamento que ele recebeu por parte da jornalista: perante factos e provas inegáveis, recusa-se a admitir as suas falhas, faltas de profissionalismo, e por arrasto, violações quer ao Código Deontológico do Jornalista, quer ao Livro de Estilo da publicação para a qual labora.

É escusado referir de novo quais são essas provas. O Provedor já o fez por várias vezes, e em cada uma delas de um modo impecável e esclarecedor, apresentando não só as falhas em si mas as provas que as sustentam.

Penso que o julgamento dos leitores está feito. No que me diz respeito, resta-me elogiar toda a postura do Provedor e condenar severamente a educação, o profissionalismo (ou falta de) e sentido ético da jornalista. Lembrar-me-ei deste caso sempre que vir uma peça assinada por "Carla Barata". E resta-me também lamentar o comunicado do Conselho de Redacção, que se traduziu numa completa desilusão.

Pela presença do Provedor, a imagem geral do Público não sai denegrida. Sem ele, assim não seria.

Sinceramente, o que denuncia, a meu ver, a cópia, é a inclusão dos comentários extre entre parentesis, os quais surgem da mesma forma no texto da Wikipedia. Pode dar-se o caso de o texto presente na wikipedia ser ele próprio uma cópia? Sem dúvida que sim, mas isso não iliba a jornalista, antes muda a fonte da cópia. Se o texto da wikipedia for uma cópia do artigo da New Scientist, nesse caso temos que a jornalista plagiou essa revista. Em qualquer dos casos, o reescrever de um texto com melhor português e pior ciência não iliba ninguém. Como o/a leitor/a rpa referiu, só a forma de resposta da jornalista já seria de si condenável.

Não me admira que a jornalista Clara Barata tenha traduzido a sua indignação introduzindo no seu discurso as palavras "por que raio". Este provedor é de tirar a paciência a um Santo. E observando bem a página da Clara Barata em questão parece-me que se está a falar de bronzeamento não é? Isto é ridículo. Arranje trabalho senhor provedor. Ou outro tacho. De preferência num lugar onde não possa infernizar a vida a alguém, o que deve ser impossível. Espero que a jornalista seja indemnizada por esta experiência traumática, o que nunca cobrirá o que um horror destes causa a uma pessoa.

Caro Rui Araujo,

Confesso que não li os artigos que a jornalista pode ter consultado.Pelo que defende, citado indevidamente.Plagiado.

Defendo, sempre o fiz, que um jornal tem de prestar contas aos seus leitores.Tem de ostentar - dar provas, se quiser-, a mesma transparência que teoricamente defende. E edita. Ou reivindica.

Terá, o Rui Araújo, o pertinente papel de desempenhar essa nobre tarefa.Até pela coragem que vai demonstrando, ainda que as suas palavras (análises?) deixem transpirar alguma mágoa.

Independentemente do meu juízo tombar para o lado de quem pode ter plagiado ou para o seu - não é isso que está em causa pela própria natureza do plágio -,não devia, NUNCA, publicar mail's de carácter pessoal. Numa crónica, num síto, num blog. NUNCA...

Desvirtua o princípio básico de tornar público apenas o que importa para a a compreensão global do fenómeno: o essencial. Não a rama. Não a trica...

O que me importa saber :
A jornalista plagiou ou não? E quem "editou" o texto - felizmente,para os leitores que não - por que deixou escapar uma frase em Inglês?

Não será mais do que a árvore que está em causa?

Esclareça-me,Rui Araujo.
Até Domingo

enfim...

RESPOSTA DO PROVEDOR A NUNO AMARAL

Estimado Leitor,

O leitor escreve: "(...) não devia, NUNCA, publicar mail's de carácter pessoal. Numa crónica, num sítio, num blog. NUNCA...(...)".

Permita-me esclarecer o seguinte:

1- Foi Clara Barata quem divulgou inicialmente a troca de correspondência com o provedor (junto da Direcção e do Conselho de Redacção).

2- A Direcção do PÚBLICO decidiu - pouco depois - divulgar essas mensagens. Fê-lo no "site" do jornal (antes da publicação da crónica do provedor).

3- O provedor só apresentou, portanto, essa correspondência depois de a mesma já ser do domínio público.

Os melhores cumprimentos,
Rui Araújo
Provedor do leitor do PÚBLICO

Parabéns ao Público pela forma como conduziu todo este processo. Apesar de no final ter ficado menos bem ao introduzir um novo conceito - "plágio de factos", houve uma genuína preocupação com o assunto.

Veja-se, a título de exemplo, como o plágio da jornalista (?) Clara Pinto Correia de há uns anos foi encobrido e "menorizado".

Resposta ao último 'anónimo' sobre o caso Clara Pinto Correia:
- Não é verdade o que afirma. Clara Pinto Correia foi dispensada pela Visão após prova cabal de que teria plagiado na sua coluna de opinião um artigo da New Yorker. E, como há-de concordar, há uma diferença entre uma jornalista e uma cronista, exterior à redacção.
Cumprimentos

"Sou jornalista e, portanto, pelo sim pelo não, não vou identificar-me."

Está tudo dito. Agora, os jornalistas têm medo de se identificarem. Têm medo de dar o nome.
Curiosamente, nunca o fazem quando respeita a terceiros. Mas quando a sua opinião é sobre jornalistas, escondem-se.
É o jornalismo a profissão mais livre que existe?
Seguramente que não: basta ver a quantidade de comentários anónimos aqui deixados.
Jorge Cruz - Jurista

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Sobre o blog

  • O blogue do Provedor do Leitor do PÚBLICO foi criado para facilitar a expressão dos sentimentos e das opiniões dos leitores sobre o PÚBLICO e para alargar as formas de contacto com o Provedor.

    Este blogue não pretende substituir as cartas e os e-mails que constituem a base do trabalho do Provedor e que permitem um contacto mais pessoal, mas sim constituir um espaço de debate, aberto aos leitores. À Direcção do PÚBLICO e aos seus jornalistas em torno das questões levantadas pelo Provedor.

    Serão, aqui, publicados semanalmente os textos do Provedor do Leitor do PÚBLICO e espera-se que eles suscitem reacções. O Provedor não se pode comprometer a responder a todos os comentários nem a arbitrar todas as discussões que aqui tiverem lugar. Mas ele seguirá atentamente tudo o que for aqui publicado.

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